terça-feira, 30 de março de 2010

Novas publicações

"Criando comigo": Um simples site de ajuda

[parte 07] O mundo de Sofia - O destino

Sofia lia sobre Demócrito enquanto vigiava a caixa de correio. Resolveu então ir novamente até a caixa para ver se havia algo e, quando saiu a porta, viu que bem próximo a porta havia um envelope branco com seu nome escrito.

O professor misterioso resolveu deixar o envelope na porta ao invés de deixar na caixa de correio. Sofia desconfiou que o professor misterioso a viu na janela, por isso resolveu deixar o envelope na porta, mas percebeu que o envelope estava um pouco úmido nas bordas e com algumas marcas profundas... Porque será?

Dentro do envelope haviam 3 perguntas:
  • Você acredita em destino?
  • As doenças são um castigo dos deuses?
  • Que forças governam o curso da história?
Como de costume, Sofia pensou e repensou em todas essas perguntas, filosoficamente falando. Enquanto pensava, escreveu uma carta ao professor misterioso dizendo que todos estavam gostando do curso, mas queriam conhecê-lo, portanto se ele pudesse dizer quem era teria como recompensa um café e biscoitos em um horário que sua mãe estivesse trabalhando.

Sofia decidiu colocar a carta em um envelope rosa e escreveu "Ao senhor filósofo" na frente do envelope. Então elaborou um enorme estratégia para conseguir deixar o envelope na caixa do correio sem que sua mãe visse, afinal a situação entre elas estava estanha depois de alguns papos filosóficos da parte dela.

Naquela noite, Sofia foi deitar mais cedo. Sua mãe insistiu pra que ficasse mais, mas ela se recusou. Ficou observando a caixa do correio de seu quarto. Ao dormir, sua mãe a questionou sobre estar vigiando a caixa do correio e sobre seu pseudo namorado. Sofia teve que manter essa história que a incomodava. Deu a entender que seu pseudo namorado não era mais velho e nem drogado, apenas gostava de filosofia. Sentia pena da mãe, mas não via outra possibilidade.

Quando estava exausta e quase dormindo próximo a janela, ouviu um barulho e viu um homem se aproximar, olhar pra sua janela (ela tinha deixado a luz apagada) e em seguida colocar um envelope amarelo e retirar seu envelope rosa da caixa do correio.

Desceu sorrateiramente para pegar o envelope e subiu para ler seu conteúdo em seu quarto. Antes de falar sobre a filosofia, o professor misterioso deixa claro nas folhas datilografadas que não é para ela segui-lo. Eles irão se conhecer, mas quando seu professor achar conveniente.
O destino

Os gregos eram fatalistas (acreditam que tudo está previamente determinado), conceito que vemos até os dias de hoje entre as pessoas em todos os lugares. As maiores evidências são as crenças em sorte, horóscopos, adivinhos... Enfim, oráculos em geral. É muito comum vermos pessoas famosas e até chefes de estado que só iniciam o ano ou uma ação se consultar antes seus oráculos.

Na Grécia isso era tão forte que havia uma crença unânime que o famoso oráculo de Delfos lhes falariam sobre o futuro. Basicamente o oráculo era uma ponte entre Apolo (o deus que sabia tudo) e os homens. Mas Apolo falava através de Pítia, uma sacerdotiza que ficava sentada em um banquinho sobre uma fenda na terra de onde subiam vapores inebriantes e a faziam entrar numa espécie de transe. Para interpretá-la, era necessário a presença de outros sacerdotes, que também faziam a vez de levar as dúvidas dos homens até Apolo.

Nesse local havia uma inscrição "Conhece-te a ti mesmo" para lembrar o povo de sua posição perante os deuses. Também era forte a crença de quem fugir de seu destino, acaba correndo para ele. Essa crença deram origem as famosas tragédias gregas como a do rei Édipo.

A Ciência da História e a Medicina

Com as novas idéias trazidas pelos filósofos da natureza, surge a ciência da história entre os gregos cujo objetivo era encontrar causas naturais para o curso da história universal. Perder uma guerra não era mais atribuído ao desejo de vingança dos deuses. Os historiadores gregos mais conhecidos são Heródoto (484-424 a.C.) e Tucídides (460-400 a.C.).

Os gregos também atribuíam as doenças ao deuses e seus castigos. Até hoje vemos isso em alguns termos da medicina moderna como o termo influenza empregada para algumas categorias de enfermidades. Essa palavra tem o significado de "influência" para determinar a influência dos deuses em doenças da época pré-filosófica.

Durante esse período, surge Hipócretes (nascido na ilha de Cós por volta de 460 a.C.). Ele é um dos fundadores das ciências médicas, cujo objetivo era buscar explicações naturais para saúde e doenças. Segundo Hipócretes, os meios mais eficazes de prevenir doenças era a moderação e um modo de vida saudável. Quando o home ficava doente, Hipócretes acreditava que sua natureza tinha saído dos trilhos por algum desequilíbrio corporal ou anímico.

Hipócretes também foi o criador da ética médica e do juramento conhecido até hoje como o juramento de Hipócretes dos médicos.
Sofia acorda assustada e confere se não foi um sonho tudo que aconteceu. Acha as folhas e o envelope amarelo da noite anterior. Mas acha também uma echarpe vermelha com o nome HILDE bordado na bainha. Como isso pode ser possível? Como aquilo apareceu ali?

sexta-feira, 26 de março de 2010

[parte 06] O mundo de Sofia - A teoria atômica

Sofia se preocupou em antecipar a sua mãe no outro dia, não queria passar por aquele constrangimento do "namorado" novamente. Quando foi até sua caixa de correios viu mais um envelope branco. Ela percebeu certa regularidade nesses envelopes e deduziu que, com um pouco de paciência ela conseguiria ver seu professor (ou professora) misterioso(a) nesse próximo final de semana que estava chegando.

Quando abriu o envelope encontrou a seguinte pergunta: Por que o Lego é o brinquedo mais genial do mundo? Honestamente não era isso que ela pensava, mas como se tratava de um curso para pensar, começou então a matutar o porque da pergunta. Pegou a caixa de Lego que tinha e começou a mexer nas peças, de vários formatos e cores.

Sua mãe chega nesse momento e a elogia por estar se divertindo, mas ela insinua que está estudando filosofia e o ar das conversas estranhas anteriores assombra novamente sua mãe.

Após algumas divagações, Sofia deduziu que a unica coisa que realmente fazia o Lego ser um brinquedo interessante era a possibilidade de você sempre fazer coisas diferente, bastando pra isso usar sua imaginação e encaixar as peças de maneira diferente da anterior.

No outro dia, após a escola, Sofia encontra novamente um envelope amarelo e corre pra seu quarto para ler as tão esperadas folhas datilografadas.

A teoria atômica
O último grande filósofo da natureza chamava-se Demócrito (460-370 a.C.),natural da cidade de Abdera, na costa do mar Egeu.
Demócrito resumiu tudo que os seus amigos filósofos falavam é uma unica, porém interessante, teoria: Tudo é feito de pedrinhas minúsculas, invisíveis e cada uma delas é eterna, indivisível e imutável. A essa pedrinhas ele deu o nome de átomo.
Baseado nisso ele dizia que realmente as coisas fluem e se transformam (como falava Heráclito), mas não há força alguma para isso ocorrer. Há átomos e vácuo somente (ele foi o primeiro materialista que se tem notícia).
Os átomos se encaixariam por "ganchos e encaixes" diferente porque tinham formatos e tipos diferentes. Incluiria nisso também a alma que acreditava ser um átomo bem diferente, mas não deixaria de ser um átomo.
Sabemos que ele quase acertou sobre os átomos mas hoje sabemos que o átomo pode ser divido, contudo nossos próprios cientistas acreditam que há um limite físico em que não haverá mais a possibilidade de divisão. O que mais nos ajuda a entender isso são as peças de Lego dado que são basicamente o que Demócrito pensou se tornando material, por isso a pergunta anterior sobre o Lego.
E como seria então sentir, ver, cheirar? Tudo, absolutamente tudo, seriam átomos. Por exemplo, segundo Demócrito, quando vemos a lua seus átomos saem dela, chegam até nossos olhos e então nosso corpo, formado por outros átomos, se encaixam nos átomos da lua e fazem todo o processo acontecer para que possamos ver a lua.
Resumindo, Demócrito engenhosamente reduziu tudo ao átomo, ou seja, consolidou tudo que seus amigos filósofos pensavam em algo simples, porém esplêndido, para explicar toda a natureza.

Sofia reflete sobre Demócrito e no quão sério ele levou esse assunto. Deixou de lado toda a parte sentimental e espiritual mas sua engenhosa idéia lhe dava margem pra isso. Será que poderia mesmo ser assim? Até nossa alma ser feita de átomos? Seu curso estava apenas começando...

Algumas regras pra se ter em mente

Não posso confirmar onde foi criado o texto abaixo e nem se é realmente do ex CEO da Microsoft, Bill Gates como está no texto de que li, mas as achei de muita clareza pra coisas típicas do nosso dia a dia:

Regra 1: A vida não é fácil - acostume-se com isso.

Regra 2: O mundo não está preocupado com a sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele ANTES de sentir-se bem com você mesmo.

Regra 3: Você não ganhará US$ 40,000 por ano assim que sair da escola. Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.

Regra 4: Se você acha seu professor rude, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você.

Regra 5: Fritar hambúrgueres não está abaixo da sua posição social. Seus avós têm uma palavra diferente para isso - eles chamam de oportunidade.

Regra 6: Se você fracassar, não é culpa de seus pais, então não lamente seus erros, aprenda com eles.

Regra 7: Antes de você nascer seus pais não eram tão chatos como agora. Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você falar o quanto você mesmo era legal. Então antes de salvar o planeta para a próxima geração querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto.

Regra 8: Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece com absolutamente NADA na vida real.

Regra 9: A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudarão a cumprir suas tarefas no fim de cada período.

Regra 10: Televisão NÃO É vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a cafeteria e ir trabalhar.

Regra 11: Seja legal com os "Nerds". Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar para um deles.


Não digo que são boas ou más essas regras, mas digo que são simplesmente a nossa verdade, quer queremos ou não. Acredito que podemos viver melhor se elas fossem diferentes e até acredito que um dia isso possa mudar, a começar pela gente. Mas até isso acontecer temos duas opções simples e óbvias: lutar contra e fracassar ou adaptar-se e vencer.


quarta-feira, 24 de março de 2010

[parte 05] O mundo de Sofia - Os filósofos da natureza

Naquela tarde Sofia estava a pensar sobre os ensinamentos que seu professor misterioso estava lhe passando. Então sua mãe encontra um envelope branco na caixa de correios quando chega do trabalho e chama Sofia para entregar-lhe. Sofia pega o envelope sem jeito e a mãe insinua ser de um namorado. Sofia acaba confirmando, não diretamente, porque não vê outra solução para a situação.

No envelope havia uma folha que continha 3 perguntas:
  • Existe uma substância básica, a partir da qual tudo é feito?
  • É possível transformar água em vinho?
  • Como é que terra e água podem se transformar numa rã?
Sofia ficou a pensar sobre isso por algum tempo em seu esconderijo. Mais tarde, lembrou de visitar a caixa postal. Chegando lá ela encontrou um envelope amarelo contendo mais folhas datilografadas.

O projeto filósofos

Se alguém decide por estudar filosofia e ser um filósofo, deve escolher qual o seu projeto, ou seja, que assunto vai estudar e se aprofundar pois é quase impossível conseguir estudar tudo que a filosofia propõe.

Os filósofos da natureza

Os primeiro filósofos gregos são chamados "filósofos da natureza" porque seus projetos focavam os processos naturais. Esses "iniciantes" curiosamente não se questionavam de onde vinham as coisas e sim em como essas coisas se transformavam. E o mais importante, como essas transformações ocorriam de forma observável e objetiva, sem considerar os mitos que existiam.

Percebemos que, pela primeira vez que se tem notícia, foi criado o modo científico de pensar, ou seja, a filosofia se liberta da religião dando o inicio às ciências que vemos hoje.

O primeiro filósofo que se tem notícia é Tales (da colônia grega de Mileto). Tales considerava água a origem das coisas. Para ele tudo surgia da água e voltava a ser água quando finda.

O segundo é Anaximandro, também de Mileto. A teoria dele é mais abstrata e foca o infinito. Segundo Anaximandro, nosso mundo era apenas um dos muitos mundos que surgem de alguma coisa e de dissolvem nesta alguma coisa chamada de infinito.

O terceiro filósofo de Mileto foi Anaxímenes (550-556 a.C.). Ele foi mais afundo na afirmação de Tales e colocou em questão a origem da própria água de Tales. Para ele, o elemento básico de tudo é ar. A água seria o ar comprimido, a terra o ar mais comprido ainda e assim por diante.

A partir de 500 a.C. viveram na colônia grega de Eléia alguns filósofos que foram apelidados de "eleatas". O mais conhecido entre eles foi Parmênides (540-480 a.C.). Para Parmênides, tudo que existia sempre existiu e nada pode surgir do nada (um pensamento muito comum para os gregos). Mas ele foi mais a fundo nesse pensamento e afirmava que nada se transformava. As transformações que vemos eram em decorrência dos sentidos, logo os sentidos eram falhos. Ele era um racional de carteirinha (surgimento do racionalismo) e seu pensamento ficou conhecido como "ilusão dos sentidos".

Na mesma época viveu Heráclito (540-480 a.C.) de Éfeso e seu pensamento era exatamente o oposto de Parmênides. Para ele "tudo flui" e nada dura para sempre. Ele dizia, por exemplo, que nunca se entra num rio duas vezes porque na segunda vez que entrar não está mais lá o que formava o rio quando entrou da primeira vez. Ele também afirmava que no mundo há muitos opostos constantes como: não saberíamos o que é saúde sem doença, o que é fome sem a deliciosa ação de saciá-la.

Então surge Empédocles (494-434 a.C.) para equilibrar as coisas. Ele afirma que em certo ponto Heráclito e Parmênides estão corretos e em outros pontos eles estão errados. Segundo Empédocles a natureza não é constituída de um elemento apenas e sim de quatro elementos: água, fogo, terra e ar. Todas as transformações eram combinações desses quatros elementos.

Ele também adiciona ao seu raciocínio filosófico um elemento novo até então: força. Segundo ele, o que consegue unir ou transformar é o amor assim como o que consegue desunir e terminar é a disputa (vemos essa divisão entre elemento e força aceita até hoje quando falamos em elementos básicos e forças naturais).

Anaxágoras (500-428 a.C.) rejeita todas essas idéias e diz que tudo que vemos e que se transforma são constituídas de partículas minúsculas, invisíveis a olho nu, mas que fazia parte de tudo que vemos. Deu pra essa partículas o nome de sementes ou germes. Ele também não aceitou o amor e disputa como a força que agia nesses elementos. Essa força ele chamou de inteligência.


Sofia, com de costume, ficou tentando colocar em prática o que leu e tentou pensar como esses primeiros filósofos. Viu que se pode acompanhar todas as correntes de pensamento e acho isso excitante. Percebeu também que não se deve buscar aprender filosofia e sim se deve buscar pensar filosoficamente.

terça-feira, 23 de março de 2010

[parte 04] O mundo de Sofia - A visão mitológica do mundo

No outro dia, Sofia checa a caixa de correios logo pela manhã e não encontra nada. Vai para escola e as horas se arrastam para o termino das aulas. Não via a hora de retornar pra casa e ver se chegou algo novo pra ela.

Ao retornar da escola, checa a caixa postal de sua casa e vê um cartão de seu pai dizendo que estava tudo bem, com saudades e que já tinha lido os 22 livros que levou. Também encontra um envelope amarelo pra ela contendo várias folhas datilografadas.

A visão mitológica do mundo

Falamos de filosofia, mas é importante sabermos como as pessoas sanavam seus anseios culturais e filosóficos antes da filosofia para então entender seu surgimento.

Em suma, vimos que as pessoas precisam saber o porquê de algumas perguntas básicas e o porquê também que aconteciam eventos fora do contexto cotidiano como secas e estiagens ou chuvas e inundações. Além disso, precisavam achar um meio pra que pudessem participar disso e sentir-se com alguma importância, cuidadas ou úteis. Então surgem os mitos, que por sua vez fez surgir os rituais de sacrifícios.

Um exemplo disso era o mito de
Tor e seu martelo que era seguido com uma religião na Noruega nos tempos antigos. Segundo esse mito, Tor andava em uma carruagem levada por bodes e riscava o céu com ela. Quando andava, usava seu martelo e provocava os trovões (que vem do norueguês Thor-don que significa “o rugido de Tor”).

Ainda segundo o mito, Tor também zelava pelo equilíbrio entre o bem e o mal. Portanto, quando algo estava fora do cotidiano (secas, inundações, pestes), o povo ajudava Tor com sacrifícios de bodes e outras coisas como uma forma de fortalecê-lo. Eles acreditavam que quanto mais pessoas serviam a um determinado deus, mais ele ficava forte.

O mesmo podia-se dizer de Zeus e Apolo, Hera e Atena além de muitos outros mitos na Grécia. Essa carga mitológica é presente de forma sutil em nossos dias como em palavras que usamos e religiões que adequaram seu conteúdo para acatar tais mitos.

Em aproximadamente 700 a.C. surgiram os primeiros críticos desses mitos dado à possibilidade de registro em documentos que poderiam ser lidos e debatidos. Nessa época também começou na Grécia a surgimento de cidades-Estados, surgindo assim pessoas que tinha servos para fazer o trabalho cotidiano e passaram a ter tempo para dedicar-se a política e a cultura.

Em 570 a.C. temos um exemplo de crítico na pessoa de
Xenófanes. Esse filósofo afirmava que “Os mortais acreditam que os deuses nascem, falam e se vestem de forma semelhante à sua proópria...
Sofia então resolveu tentar agir como um antigo e inventar uma história para algo que, embora ela sabia cientificamente como acontecia, imaginava-se sem conhecimento. Algo como a chuva. Viu que o surgimento de mitos realmente era algo muito possível e plausível quando não se sabia ao certo o que estava acontecendo e teve certeza que outras pessoas acreditariam na pequena história inventada por ela naquele momento se não conhecem as regras da física que explicassem a chuva.

segunda-feira, 22 de março de 2010

[parte 03] O mundo de Sofia - O que é filosofia?

Sofia está inquieta. Na aula, ela não consegue prestar a atenção no professor. Começa a achar que o que ele fala é superficial demais perto de questões mais importantes como quem somos nós e de onde viemos. Decide que não comentará nada sobre as cartas misteriosas com ninguém até entender melhor o que está acontecendo.

No final da aula, Jorunn (sua melhor amiga) a convida para fazer algo juntas, mas ela recusa sem dar explicação. Sofia sente que Jorunn fica triste e ela também fica chateada por não saber como lidar com isso.

Ao chegar em casa, Sofia corre para a caixa de correio ansiosa e encontra mais um envelope para ela. Intrigada mais do que nunca, ela tira as folhas de dentro e vê em destaque o seguinte título na primeira folha “Curso de Filosofia – Manuseie com cuidado” então começa a ler tudo sem demora.

O que é filosofia?

Se você satisfazer todas as necessidades do ser humano, verá que surgirá necessidade que não se podem ser satisfeitas, são perguntas que sempre nos acompanham, independente da raça ou sexo: Quem somos? De onde viemos? Existe um Deus? Há vida após a morte? E muitas outras.

Com o passar do tempo as pessoas se aquietam para tais perguntas aderindo a linhas de pensamentos que respondem por elas a grande maioria delas. Com isso, deixam de admirar e contemplar todas as coisas que nos rodeiam e passam a dar importância para outros pontos que parecem ser mais necessários.

Mas será que outros pontos realmente são mais necessários? O que poderia ser mais importante do que essas perguntas mais básicas, ou melhor, essas perguntas filosóficas? A filosofia foca em tentar buscar respostas para essas perguntas, exercitar conceitos e pensamentos para que possamos chegar a respostas claras e objetivas ou ao menos criar uma corrente de pensamento que possa evoluir, por isso é a mãe das ciências.

Alguns desses assuntos já foram esclarecidos pelas ciências, como por exemplo as duvidas e lendas sobre nossa Lua. Outros assuntos ainda têm um caminho enorme pela frente até serem respondidos (se é que será respondido algum dia), mas o fato principal é que um verdadeiro filósofo sempre consegue ter a capacidade de admirar as coisas e questioná-las sob a ótica filosófica. Constituem assim a exceção da massa
humana que habita nosso planeta. Aquela massa que já se acomodou com seus ritos, religiões, meios de vida e que, muitas vezes, criticam ou crucificam aqueles que estão em busca de respostas verdadeiramente importantes.

Novamente não consegue ver ninguém que possa ter trazido esses envelopes.

Sua mãe chega e ela não sabe como lidar com todas essas informações. Está confusa e pensativa. Chega a falar algo com sua mãe, mas percebe que sua mãe não consegue acompanhar o assunto. Sua mãe reage preocupada com a possibilidade de Sofia estar sobre efeito de drogas, mas Sofia deixa claro que isso é absurdo e a conversa sobre esse assunto se encerra.

sábado, 20 de março de 2010

[parte 02] O mundo de Sofia - O jardim do Éden

Sofia Amundsen é uma menina curiosa, pensativa e gosta de divagar sobre as questões da vida. Tem um pai que trabalha e vive fora por contra do trabalho, portanto mora apenas com a mãe. Sua avó é falecida, mas deixou uma mensagem ates de morrer que ela sempre fica pensando “Só agora depois de estar nessa idade vejo como a vida é rica”. Mora em um bairro residencial, no final de uma rua onde ao fundo já inicia a floresta que cerca a cidade.

Estamos na primavera e Sofia voltava de sua escola e pensava principalmente de onde vem tanto verde e beleza que aparecem nessa época?

Nesse dia narrado, ela chega a sua casa, verifica a caixa do correio como de costume e se depara com um envelope com seu nome escrito. Dentro continha uma simples pergunta: “Quem é você?”

Ela divaga bastante sobre a pergunta (o autor toma o cuidado de tentar divagar como uma menina, não como um adulto) e entra em vários questionamentos como suas características físicas, o que é viver, como é interessante o cenário que estamos inseridos (nós dentro de um mundo grande e cheio de pequenas coisas que formam tudo) e outros pontos similares.

Ela então vai para uma espécie de esconderijo que tem no fundo de sua casa para pensar melhor. Decide passar mais uma vez pela caixa do correio para ver se há alguma novidade e pra seu espanto há outra carta com outra pergunta: “De onde vem o mundo?”

Ai coisa complica. Cá pra nós isso não são perguntas fáceis para uma adolescente responder. Ela divaga sobre várias coisas com essas duas perguntas, mas mostra um bom censo de situação ao considerar coisas que já sabemos como o fato de nós pertencermos ao um sistema solar e saber coisas básicas sobre o que é falado nas religiões. Mesmo assim a pergunta persiste. De onde vem nosso mundo? Onde e como se criou as coisas que vemos hoje?

Depois de um tempo, decide ir pela terceira vez ver se há mais coisas e vê que o carteiro passou e fez uma nova entrega, contudo há um cartão postal pra uma pessoa chamada Hilde no mesmo endereço que ela morava. Esse cartão continha uma mensagem do pai de Hide sobre o aniversário de 15 anos de Hilde.

Sofia fica perturbada, que é essa moça que diz morar no mesmo endereço, tem a mesma idade e faz aniversário no mesmo dia que Sofia?

[parte 01] O mundo de Sofia - iniciando...

Este é um livro que peguei emprestado de um amigo a uns 5 anos pelo menos (juro que vou devolver, risos). Venho tentando lê-lo faz algum tempo mas sempre paro em alguma parte e acabo passando um tempo sem ler. Quando volto ao livro já nem me lembro o que ja tinha lido.

Agora como faço essas minhas anotações on-line, acredito que seja um bom momento para ver se consigo finalizar a leitura desse livro.

Segundo meu amigo e alguns comentários que já li, esse livro faz uma espécie de resumo da filosofia, vindo desde sua origem até os dias de hoje. Como já ví também um pedaço, o autor faz uma mescla interessante da história da filosofia com a vida de Sofia, uma menina que vive uma história real onde um misterioso professor aparece em sua vida para lhe ensinar filosofia de uma forma bem diferente, mas cheia de mistérios no decorrer do tempo.

Então vamos lá...

sexta-feira, 19 de março de 2010

Novos Blogs

Até gostei da idéia de blog viu (risos). então criei mais dois:

1) Esse é para anotar e arquivar minhas idéias malucas que, quem sabe, pode ajudar alguém um dia: Criando comigo.

2) Esse é para assuntos filosoficos e pensamentos de vida. É mais para eu anotar o que ando pensando e ver como vou evoluir isso. Mas vejam que não se trata de verdades absolutas então nem venham me apedrejar se não concordarem, são somente pensamentos meus que, quem sabe também, possam ajudar alguém: Pensando comigo.

terça-feira, 16 de março de 2010

Quem mexeu no meu queijo?

Com menos de 30 páginas conceituais, esse é o livro pra que gosta de ir direto ao ponto. Através de uma historia que beira o infantil, o autor resume os principais pontos para uma pessoa crescer pessoal e profissionalmente.

Pessoalmente acho que é mais um dos livros que acreditam que vão mudar a vida das pessoas (inclusive isso fica bem nítido quando você lê prefácios e citações dentro do livro) contudo não há quase nada de diferente quando se trata de auto-ajuda.

O único diferencial desse livro para o restante que já li ou ouvi falar nesse assunto é a forma que o autor encontrou pra resumir tudo. Ele consegue, em algumas folhas, transmitir o que precisa de uma forma simples. Segue os tópicos que podem ser usados em um guia de bolso ou para ficar pregado na parede pra não ser esquecido:


  1. A mudança ocorre então nunca pare de se mexer.
  2. Antecipe as mudanças e se prepare para o caso das coisas que precisa/queria não estar no lugar que está acostumado.
  3. Monitore a mudança, fiscalize sempre as coisas com freqüência para ver se não está ficando velho/ultrapassado.
  4. Adapte-se rapidamente à mudança, quanto mais rápido você se esquece de coisas velhas, mais rápido você pode saborear coisas novas.
  5. Mude, saia do lugar assim como as coisas.
  6. Aprecie a mudança, sinta o gosto da aventura e das novas coisas.
  7. Esteja preparado pra mudar rapidamente muitas vezes porque, voltando ao item 1, as coisas sempre mudam.

segunda-feira, 15 de março de 2010

[parte 10] Quem é você quando ninguém está olhando? - ... concluindo

O livro termina com o autor usando a pessoa de Cristo para exemplificar esses traços de bom caráter.

Pessoalmente acredito que o livro seja uma boa leitura, desde que a apelação religiosa não aborreça que vai lê-lo.

A divisão e linha de raciocínio do autor é bem clara, bem didática, com exemplos práticos e de fácil assimilação. Há pontos de exagero e, em alguns momentos, falta um pouco de clareza nas definições, mas nada disso compromete o conjunto. Enfim, uma leitura rápida, simples e objetiva.

Rumo ao próximo!!!

[parte 09] Quem é você quando ninguém está olhando? - O AMOR RADICAL

Começa como um pequeno desentendimento. Depois alguém entende que o insultaram e replica com uma linguagem um tanto sarcástica. O sarcasmo provoca uma reação ríspida, que por sua vez gera uma ameaça, e esta um desafio. Nesse momento, entram em cena o brio (principalmente para o homem) e as intimidações. Ai ocorre a agressão física e pra amas é um pequeno pulo.

Essa simples narrativa resume o principal motivo das desavenças atuais e entra no cerne do assunto abordado pelo autor nesse tópico, o amor radical. O amor radical é o ultimo dos tipos de amores, ou das facetas do amor estudado pelo autor. Aqui ele levanta o amor que quebra o ciclo da hostilidade.

A maioria das coisas de nossa vida passa por uma seqüência de ações para acontecer. Os conflitos com hostilidade não são muito diferente. Como visto no inicio, conseguimos enxergar nitidamente que a narração levará para uma briga e serve para várias situações cotidianas. Transito, colegas de trabalho, amigo, cônjuges, família... Então surge a dúvida, como evitar isso de uma maneira praticável e quanto queremos isso? Fazer tal feito exigirá mudanças radicais em nosso comportamento e teremos que estar bem dispostos a isso.

A primeira maneira de evitar o ciclo da hostilidade é passar a pensar além dos direitos legais. Particularmente acredito que ficamos tão irados não pelo fato de sermos prejudicados, mas de como estamos sendo prejudicados. Se alguém simplesmente fecha você no transito ou fura a fila a sua frente sem dar a entender que tem uma urgência, isso nos enfurece. Mas se por algum modo fica claro que a pessoa precisa fazer isso e que você poderia ajudá-la permitindo tal ação, fica bem mais fácil de assimilar isso e não se aborrecer.

Experimente, da próxima vez que alguém lhe deixar irritado, imaginar o porque a pessoa fez aquilo? Imediatamente virá uma série de conclusões. Então perceba quantas dessas conclusões são apostando que a pessoa é má e quantas são apostando que pessoa não fez por mal ou não percebeu. Se conseguir, opte por pensar na opção mais positiva. Você ficará surpreso como pensamos negativamente e como a vida fica mais fácil quando optamos pelo lado mais positivo. Obvio que existem as exceções, mas então o foco entra na questão se você não vive mais na exceção do que na ação que faz bem a você.

A segunda maneira de evitar o ciclo da hostilidade é fazer além do que mínimo necessário, principalmente nas pequenas coisas do dia a dia. Isso ajuda principalmente nas verdadeiras guerras frias que travamos: separações, desconfiança, alienação, amargura e etc. Isso muitas vezes não está afetando nosso direito por lei, mas pode acabar em algo bem pior. Esse ciclo pode ser evitado se fazemos um pouco a mais do que nosso mínimo. É o famoso e difícil andar mais uma milha. Nosso adversário principal nessa luta nem sempre é a hostilidade, outro agente bem visível é a sociedade e seus conceitos.

Particularmente eu tenho muita dificuldade com isso, mas devo confessar que as vezes que consegui fazer algo assim me senti melhor como pessoa, sem ligar ou contar com os bons frutos que surgiram. Mas que é difícil, é sim e muito.

[parte 08] Quem é você quando ninguém está olhando? - O AMOR SACRIFICIAL

Esse capítulo poderia se chamar “aquilo que ninguém acredita ser amor”. Vamos ser honestos, ninguém vincula sacrifício a amor, parece contraditório, bobo, ato de burrice ou algo do gênero.

Claro que quando você escuta falar que uma mãe deu sua vida por seu filho, ou o marido pela mulher, irmão por irmão e alguns outros casos pensamos “é, há casos e casos, mas realmente há essa possibilidade

Mas e coisas mais simples que exigem um sacrifício não tão drástico assim? O autor cita três coisas que são pontos chaves em nossa vida e que, pra mim, são bem complicadas de serem sacrificadas por amor: nosso tempo, nosso vigor e nosso dinheiro.

Não deixa de ser nenhuma novidade essa classificação, mas vale atentar para a palavra vigor. Geralmente ouvimos a palavra “saúde” para classificar essa área importante de nossa vida, mas realmente a palavra vigor expressa melhor isso. Não é nossa saúde que é tão importante pra nós (infelizmente), é nossa disposição ou ânimo que realmente conta no fritar dos ovos.

Acreditamos no amor, queremos amar, mas quando temos que sacrificar algum desses itens em prol desse amor a coisa fica mais complicada. Então fica a pergunta, sacrificaríamos algo desses três bens? Por quê? Por quem? Em que momento?

Vamos iniciar pela pergunta básica, porque o amor exige sacrifício? Uma frase que o autor trás resume bem a resposta: “Nossa felicidade pessoal nunca vem por meio da satisfação de nossos desejos pessoais”. Se essa frase soou como algo comum, sem sentido ou algo que não concorde, sinto em informar mas você não conhece o que é amor e acredito que o resto do texto não lhe será útil ou interessante. Mesmo que fique bravo com minha possível arrogância em fazer tal afirmação, todos que amam concordarão que estou certo em afirmar isso.

Dado esse princípio, fica inevitável que em dados momentos tenha que sacrificar seu tempo, vigor e dinheiro para que consiga ter sua verdadeira felicidade pessoal. Então enfrentará um terrível inimigo: seu meio de vida.

Hoje estamos na era do egocentrismo, tudo gira em torno do slogan “Você é o numero um. Cuide de si mesmo. Não deixe que os outros tomem seu tempo. Guarde suas energias, junte seus recursos e você será feliz”. Os livros são sempre com títulos “pense e enriqueça”, mas são poucos com a coragem de ter no título algo como “ame e dê tudo”.

Passando para o amor com sacrifícios nas relações, se sintetizarmos o que consideramos hoje um bom casamento listaríamos o seguinte:
  • O casamento deve enriquecer a vida dos envolvidos emocionalmente, deixando-os melhor do que viviam quando solteiros
  • O casamento não pode ser proibitivo no desenvolvimento dos potenciais individuais
  • No casamento não se deve colocar as necessidades do outro acima das suas

O autor contesta isso com fervor e define o verdadeiro casamento da seguinte maneira: os cônjuges se olham e dizem um ao outro “Eu o(a) amo, e isso significa que me comprometo a servi-lo(a), a edificá-lo(a) e a encorajá-lo(a). Tenho plena consciência de que terei de empregar tempo, vigor e dinheiro, mas quero colocar os seus interesses na frente dos meus. Eu fico atrás; você vai na frente.

Particularmente, tirando a parte de colocar os interesses do outro na frente do seu, eu concordo com o autor. Tiro essa parte porque não acredito que seja esse o caminho pra que as coisas dêem certas, ou seja, não acredito que fazer o que o outro quer acima do que você quer seja algo construtivo. Acredito sim que deva ser estabelecido o que ambos querem em comum antes do casamento (ou no casamento) passando a ser os interesses do casal e assim ficando a frente dos interesses particulares.

Também não acredito haver conflitos entre o que o autor define como correto e o que a sociedade hoje define como deva ser um casamento. Como você trará amadurecimento emocional, sentimental, financeiro, enfim em todas as áreas de sua vida sem sacrifícios? Porque seus interesses principais seriam tão fora de uma realidade de convívio a dois e ainda sim você deseja esse convívio? Acredito que a definição do autor mostra o caminho de como concretizar o que queremos em um relacionamento.

Eu iria mais longe, será que estamos sendo honestos conosco e com quem amamos quando pensamos nessas questões, principalmente antes de casarmos? O que poderíamos ou não ceder sem transferir mais tarde sua frustração para o parceiro por não ter feito ou seguido o que queria?

Para aqueles que já estão casados, a coisa fica mais focada: é preciso sentar, conversar com sinceridade extrema sobre esses pontos, definir junto o que querem e escrever isso pra que não há “confusões” ou “esquecimentos” futuros. Isso eliminaria os sacrifícios? Não, mas ao menos deixariam todos mais cientes dos obstáculos e sacrifícios principais que iriam fazer.

É claro que há considerações em um casamento que são muito particulares, mas a grande maioria pode se aplicar tranquilamente às amizades, família, trabalho e em questões pessoais, ou seja, você e você mesmo.

O amor sacrificial nos faz crescer, sermos felizes de verdade, melhor individualmente e coletivamente, deixa nossos relacionamentos maravilhosos e assim vai... Mas porque é tão difícil? Porque quando começamos a fazer isso pra valer fica extremamente desgastante. Abrir mão, sacrificar, doar tempo, vigor e dinheiro exigem muito porque isso vai alem de um ato propriamente dito, após o ato você precisa conviver com a conseqüência do ato e assim tocar a vida. Pra isso o auto nós dá algumas dicas de como nos reabastecer desses desgastes.

A primeira dica se refere ao abastecimento da alma ou do espírito. Quando ficar complicado demais fazer essas doações vá SOZINHO para um lugar tranqüilo, medite sobre isso, tenha em mente que nada é imediato e, se já colheu algum fruto por conta do sacrifício, coma esse fruto nesse momento pra se fortalecer.

A segunda dica refere-se ao abastecimento da sua parte emocional e é muito simples, descanse. O problema é que a maioria não descansa como acredita que faz. Descansar é conseguir relaxar de verdade, sem telefone, e-mail, tumulto e afins. Para facilitar, pense no lazer como uma ótima forma de fazer isso.

A terceira e ultima dica diz respeito ao reabastecimento físico. Quase obvio, diz respeito a exercícios e boa alimentação. Não vou escrever muito aqui porque isso é debatido e falado por muitos de muitas formas, mas atente pra isso porque pode estar aí a chave não só de um reabastecimento e sim de uma vida plena.

sábado, 13 de março de 2010

[parte 07] Quem é você quando ninguém está olhando? - O AMOR COM FIRMEZA

“Serpentes! Raças de víboras! Como vocês escaparão da condenação do inferno?”

É com frases assim que o autor inicia esse capítulo. Embora quem a proferiu (Jesus Cristo) seja o ícone do amor até os dias de hoje, tais frases parece não condizer com seus ensinamentos quando se observa o contexto delas. Isso mostra que o amor também deve ser firme em determinados momentos. Mas por quê? Para honrar a verdade. Não a meia verdade ou aquilo que queremos dizer, mas a verdade pura, simples, direta.

Para aqueles que gostam do racional, amor engloba ser honesto, ser franco e a franqueza leva a verdade. Muitas vezes temos a obrigação de falar francamente, sem rodeios para evitar confusões e mal-entendidos. Você pode usar tons mais brandos para falar em alguns casos, mas o segredo é ser sincero e ir direto ao ponto.

O engraçado é que esse assunto tem um lado muito peculiar que passa desapercebido para muitos, inclusive os duros de coração que em teoria fazem isso com mais facilidade.

José começou um namoro com Maria e tudo está muito bem. O tempo vai passando e Maria percebe algumas ações em José que lhe incomodam. Maria pensa em como vai falar isso com José, mas sem que isso vire uma briga entre eles. Então um dia, um amigo de José (Antonio) faz algo idêntico a aquilo que Maria não gosta em José. Maria aproveita para fazer um comentário sutil: “Eu não gostei nada do que o Antonio fez, alias não gosto de ações assim feitas por ninguém”. José acata aquilo como um comentário de sua amada sobre seu amigo, pensa em até dar um toque pra ele se for o caso, mas decide deixar pra lá. Maria por sua vez vê uma raiva crescendo dentro dela porque percebe que José, mesmo depois de seu comentário, não mudou em nada.

Começa então um ciclo. Toda vez que José repete a ação que Maria não gosta, sua raiva cresce até que chegará um dia que isso atingirá um limite. O tempo passa e, certo dia, José faz um ato simples que Maria não se agrada. Uma explosão acontece, uma briga gigante se inicia e na mente de José só passa uma coisa “Mas porque Maria ficou tão furiosa por essa ação tão simples?”, então José se assusta e começa a achar que na verdade Maria não lhe ama como achava. Maria por sua vez já está achando a muito tempo que José não a ama, senão já teria parado com aquela atitude que lhe incomoda a tanto tempo e que, diga-se de passagem, ela já deixou bem clara que a incomodava.

Essa historinha acima resume uma vasta cadeia de desentendimentos hoje. São desentendimentos nos relacionamento, entre amigos, no trabalho, família. Todos seguem essa mesma linha de ação. O que é preciso fazer pra quebrar o ciclo. Como tentar não cair nesse ciclo?

Preservar a harmonia ou dizer a verdade direta?

Acredito que o mais interessante é manter um bom senso entre coisas que realmente importam e outras que servem mais para mantermos a regra da verdade direta. Uma dica importante é, no mínimo de dúvida, a verdade direta sempre.

Deixar as pessoas com suas ações lhe prejudicarem (seja em que sentido for, mesmo que mínimo) não fará bem a você, que começará a nutrir certo sentimento por conta disso, e nem à pessoa em si, que não saberá que aquilo o está prejudicando.

Contudo é obvio que dizer a verdade direta, na maioria das vezes, trará incômodos. Então...

Prepare-se para ser firme

A primeira coisa que precisa fazer é deixar bem claro pra você o que realmente te incomoda. Esse é um trabalho individual e que precisa ser exercitado, mas consiste em responder algumas perguntas importantes:
  • Qual a causa real e específica do problema ou da insatisfação?
  • É algo grande ou pequeno pra você?
  • É algo que se pode evitar ou é inevitável?
Após isso bem claro, examine seu estado emocional. Você está emocionalmente preparado para falar sobre isso com a pessoa afim de realmente resolver? Está certo que se houver alguma hostilidade ou resistência, não irá acabar em briga?

Passado essas duas etapas, você precisa escolher o lugar e momento certo. Há assuntos que não dá pra conversar em um elevador ou durante uma reunião de trabalho. É bom ter o mínimo de bom senso em abordar a pessoa em um momento que ela fique mais receptível.

Enquanto isso reserve alguns momentos do seu dia para pensar e se preparar sobre isso. Reflita sobre o que vai falar e principalmente em como vai falar. Faça a seguinte pergunta: O que alguém com a mentalidade do amor falaria no momento da conversa?

Voltando ao nosso exemplo... Após Maria sentir-se incomodada com aquelas ações de José, ela pensa se aquilo realmente algo que lhe vai incomodar sempre. Descobre então que é. Pensa então se é algo que José vai ficar muito aborrecido em ser abordado e já sabe que sim, ele vai ficar bem aborrecido.

Passa algum tempo a pensar sobre como falar com José sobre isso sob a óptica do amor, então em um dia que estão sozinhos em um parque, Maria chama José para sentar e começa:
- Sabe, percebi que ao longo do tempo que estamos juntos, você sempre faz uma determinada ação. Contudo isso está me incomodando...

Então Maria explica o porque de seu incômodo, que está trazendo isso a ele para que possa entender e tentar achar algo bom para os dois e etc. José fica furioso com isso e se coloca a falar alto e discutir. Maria, que já está com seu espírito preparado e calmo, não dá prosseguimento a discussão e aguarda José se acalmar. Assim que ela vê que ele está mais brando, procura entender melhor o motivo do nervosismo dele e trata-o de maneira a respeitar seus motivos iniciais. Geralmente essa conversa acaba muito bem depois da tempestade, mesmo que essa tempestade dure dias. Será ações assim que vão tornar o casal mais unido e confiante um no outro, desde que isso seja praticado por ambos.

Há os casos que a pessoa não aceita ceder, ajustar. Nesses casos não é a ação que lhe incomoda o alvo da preocupação e sim o relacionamento como um todo. Compensa continuar dessa forma? Alguém que ama de verdade poderia ceder nisso? Acredito que isso daria muitos posts (risos).

sexta-feira, 12 de março de 2010

[parte 06] Quem é você quando ninguém está olhando? - O AMOR COM COMPAIXÃO

Antes de iniciar, preciso lembrar (ou relembrar) algo bem importante e que me veio à mente quando falamos de amor: Amar não necessariamente significa sentir algo por alguém, no sentido literal. Não é algo fácil de explicar, muito menos de entender, mas tentarei dar um exemplo pra facilitar.

Imagine você dirigindo em um trânsito intenso. Daí, sem aviso prévio, alguém que está no carro ao lado te fecha com tudo, quase bate no seu carro e ainda buzina pra você querendo dizer que está errado.

Nesse caso o amar é simplesmente não revidar e deixar isso pra lá, não entrando aqui no mérito da dificuldade ou do por que. Veja que amar não significa necessariamente ter um sentimento de amor para a pessoa que fez a ação propriamente dita. Se tomasse essa atitude de amor do exemplo, você não está amando a pessoa do motorista diretamente, mas sim demonstrando uma atitude de amor pra com ele e com os outros ao redor. Uma coisa é amar alguém ou algo, outra coisa é ter ações e comportamentos que vem do amor. Todos vêm do amor? Sim, mas nem todos ser referem ao mesmo tipo de amor.

Voltando ao livro, para ilustrar aonde o autor quer chegar, ele narra algumas histórias que mostram a seguinte situação: pra um mesmo acontecimento, pessoas tem atitudes totalmente diferente mesmo sendo de mesma família, mesma mãe, mesmo pai e mesma criação. Daí surge a pergunta que todos se fazem, porque isso ocorre?

Veja um caso típico: Uma família (pai, mãe e dois filhos) tem um animal de estimação a muito tempo. Após esse longo tempo, o animal está em um estado que sofre muito, então é necessário executá-lo para não prorrogar sua dor. Pra essa situação você verá que um dos filhos não permitirá isso em nenhuma hipótese e outro vê que isso realmente é necessário.

Para entender melhor, o autor divide essa questão em dois tipos de “amores”: os insensíveis que precisam do amor com compaixão e os compassíveis que precisam do amor com firmeza. Nesse capitulo o autor trata dos insensíveis e da necessidade do amor com compaixão.

Tenho que convir que o autor faz um excelente trabalho nesses capítulos que fala sobre o amor. Ainda traz muita religiosidade para o texto (até porque o ato de amar é sempre citado nas religiões como o sentimento principal), mas a maneira que ele aborda esses traços do bom caráter é bem interessante.

O dilema dos insensíveis

Faço questão de transcrever um trecho do livro onde o autor relata de forma esplêndida como pensa uma pessoa insensível:

“Se nós, cristãos de coração mais duro, formos sinceros, teremos de admitir que nosso jeito firme de ser pode ferir alguém. Brincamos com pessoas com quem não deveríamos brincar, e , quando percebemos que se ofenderam com a brincadeira, ainda dizemos: Puxa! Mas não se pode nem brincar com você?.

Não sabemos ouvir bem. Muitas vezes, quando alguém fala conosco, estamos pensando em outra coisa, ou respondendo mentalmente ao que ele está dizendo. Ficamos admirados porque algumas pessoas são tão fracas e tímidas. Usamos as pessoas e depois nos descartamos delas sem a menor consideração, pois já serviram aos nossos propósitos. Ainda que não percebamos, os outros afirmam que agimos com superioridade. Sempre achamos que estamos certos, adoramos competir e vencer. A verdade é que lá no intimo vemos as pessoas de coração terno como emocionalmente fracas ou psicologicamente desequilibradas. Nós não a entendemos. Contudo em nosso momento de reflexão, que quando muito ocorre semestralmente (em gral como resultado de alguma crise), não gostamos nada do que vemos em nosso interior.”

É a típica visão do insensível. Não que seja assim porque ele quer, mas é porque simplesmente não consegue ver diferente. Então como deveria ser? O autor começa a direcionar então para os paralelos entre o que o insensível vê e o que o amor vê.

Enxergando e sentindo tudo como os olhos do amor

“Quem não conhece gente de coração endurecido. São aqueles que geralmente estão sempre correndo. Vão aos mais diversos lugares e são empreendedoras. A adrenalina está sempre elevada. Possuem metas a atingir, quotas a alcançar e acordos a fechar. Para elas, o que estão fazendo é tão importante que só conseguem ver os outros pelo seu próprio ponto de vista, de acordo com seus interesses. E eles não passam de meios para elas atingirem com seus propósitos, ou de obstáculos que as estão atrapalhando. Para quem tem um coração insensível, que vive a corre, o ser humano é uma ferramenta a ser usada ou problema a ser evitado.

As pessoas insensíveis tendem a ver os homens como ganhadores ou perdedores, pesos pesados ou peso-mosca, vitoriosos ou incapazes, lúcidos ou desequilibrados. Não conseguem perceber que ninguém é um simples objeto – que todo ser que vive, anda e respira é algo único. Tem dificuldades para compreender que os perdedores e os incapazes são tão importantes para Deus quando os vencedores e os sobreviventes...”

A narrativa acima também foi estraída do livro e parecer ser muito dura, certo? Se você não achou duro demais é porque sabe o quão infelizmente resume a verdade. Mas se achou muito dura e acha que está longe disso, pense melhor.

Certo dia João foi contratado para ser mecânico em uma oficina. Chegando no seu primeiro dia de trabalho, conheceu seus companheiros e, como acontece com todos instintivamente, já detectou aqueles que são os mais habilidosos até porque sempre há comentários desse tipo. A pergunta agora é quem João vai dar mais atenção nos dias seguintes na oficina? Pra quem ele parará um serviço e lhe ajudará prontamente se for pedido? Todos os mecânicos ou aqueles que ele viu que são os melhores da oficina?

Se você acha que João vai dar preferência ao que sabe mais, o que João vai fazer com esse que sabe mais quando ele não for mais útil (não saber mais que ele)? Veja que é apenas uma forma branda do que é narrado acima.

Todavia não é o objetivo aqui ver se isto é certo ou errado nesse caso. O problema é a falta de visão que sempre temos pra esses fatos. Generalize essa situação e você verá que chegaremos aos extremos que vemos hoje tão rotineiramente. Passamos a desprezar quem não nos é lá muito útil.

Que existe gente que não é assim, concordo. Mas o grande problema é que existe gente que ACHA que não é assim. Como seria então a visão do amor nesses casos? Convido a você que me acompanhe em uma simulação interessante que fiz baseada nesse assunto.

Nosso mundo virtual

Imagine que você criasse no seu computador pessoal um mundo virtual. Estipulasse todas as regras físicas para o lugar e colocasse nele alguns seres dotado de certa inteligência para ter consciência de si mesmo e sentir algo bom em viver a vida que você criou pra eles, no capricho. Mas como você sabe que às vezes precisa direcionar algo neles pra ajudá-los, decide então criar um link em cada um deles pra mandar informação quando achar que deve. Gostou da idéia do link e decide então permitir que eles usem entre eles esse dispositivo. Afinal você sabe que sem conexão, não há como existir ninguém em um mundo virtual que se preze.

Os seres conhecem e sabem das regras físicas do local, estipulam entre eles algumas regras sociais para tentar conseguir conviver um com os outros sem se destruir e para poder apreciar a vida que tem. Assim seu mundo segue por alguns dias.

Bom, agora você está observado os seres “viverem” no seu mundo virtual. Seus serem começam então a ter situações totalmente diferentes um dos outros. Uns passam a quebrar as regras e fazerem o que não foi combinado entre eles mesmos, sem se importar com isso. Outros questionam se o que foi combinado é realmente bom pra todos. Você aciona o link e tenta mandar direcionamentos pra eles, mas eles passam a ignorar.

Passam-se então mais dias e você percebe que a vida dos seus seres, no seu mundo virtual, está complicada e propensa a terminar porque eles mesmos estão se destruindo.

Você revê como os construiu pra ver se dá pra mudar algo, tentar refazer seu mundo virtual e conseguir manter tudo conforme o planejado, afinal seus serem foram feitos pra serem felizes. È quando vê que não tem o que mexer a não ser que tire a inteligência e a capacidade de perceber quem são e isso você acha inadmissível, afinal é isso que torna o seu mundo virtual algo diferente. Tem que pensar em outra coisa.

O link não está mais surtindo nenhum efeito e a coisa está complicando. Você pensa "Será que deveria intervir no mundo mundo virtual mais diretamente? É... É uma boa opção". Mas como fazer isso de forma eficaz? Entrar nos seres e mudar sua programação vai aliviar isso, mas como já aconteceu, cedo ou tarde eles voltarão a ficar assim.

Bom, vou reiniciar o mundo virtual e deixar só alguns mais propensos a não autodestruição pra ver se funciona” – pensa você então. Cria alguma catástrofe gigantesca no seu mundo virtual e deixa sobreviver só alguns poucos e bons que acredita poder gerar seres melhores depois. Faz isso algumas vezes e nada.

Durante todo esse processo, você nunca desiste de tentar o link com eles. Aqueles poucos que aceitam, nitidamente passam a ser serem bem mais felizes porque eles passam a entender os outros serem instintivamente e também porque você consegue guiá-los. Mas a grande maioria te ignora fervorosamente. "Porque fazem tanta questão de rejeitar o link?"- pensa você sem entender muito isso.

Mas você decide persistir, afinal quase seis meses já se passaram, você está se dedicando a eles há tanto tempo e precisa fazer algo, senão mesmo que comece outro mundo, vai acabar assim. Além disso, gostou do que fez nesse, horas e horas de preocupação, tempo, esforço... "Com certeza tem algo que dá pra fazer" - pensa e comprova isso ao ver alguns seres que realmente valeu a pena ter criado. Quer ver seus seres ficarem todos assim, se desenvolverem, fazerem o que verdadeiramente foram criados pra fazer, viverem a vida de forma plena.

Já sei” - pensa orgulhoso - “Vou eu mesmo definir algumas regras sociais pra eles, pra ajudá-los”. Decide então que precisa falar com eles e passar as regras que você sabe que farão as coisas melhorarem. Aí surge outra questão, como entraria no mundo virtual pra fazer isso? (lembre-se que seu link não está mais ativo, pois ele ignoram tudo que manda por esse meio) “Acho que vou fazer aparecer lá um falante voador que vai transmitir pra eles o que vou falar. Isso vai causar espanto e eles vão ouvir” - pensa. Você cria e coloca pra eles um auto falante voador. Pega seu auto-falante voador, escolhe um daqueles poucos que o link funciona bem e começa por seu plano em ação.

No começo até dá algum resultado, mas depois você vê que na realidade tudo é só aparente porque ficaram com medo da voz, não porque mudaram de verdade. Assim que perderem o medo vai voltar a ser igual tudo de novo. Decide então sair de cena pra ver se deu certo. Nada! Voltou a mesma coisa, ou seja, estão novamente em rota de destruição.

Claro que sua persistência no link nunca parou, afinal esse era para ser o meio principal de comunicação. Simples, fácil, sem problemas. Mas eles parecem que fazem por capricho rejeitar o link. Cada vez mais. Mesmo assim você nunca vai deixar de tentar... Vai que eles acordem pra verdade, vejam como os poucos que aceitam o link ficam bem e decidam experimentar também.

Que povo mais teimoso não?! “Vou criar um AVATAR (um exemplar de ser nativo em que eu tenha acesso direto e comande tudo nele), entrar lá dentro e ver se consigo falar na língua deles, mostar a besteira que estão fazendo e ver se eles param de ser tão burros” – pensa você super animado porque acredita que isso vai resolver os problemas.

Sabe o que acontece?! Eles simplesmente matam seu avatar quando você decidiu começar a passar pra eles como as coisas tinham que ser de verdade. Seu sangue ferve!!! “Não acredito que fizeram isso... Ahh... Vou matar todos esse povo!!!” pensa você no alto de sua ira.

Mas porque os serem fizeram isso? Pesquisa seus códigos que você mesmo programou e percebe que, na visão de seus seres, seu avatar estava distorcendo as regras que eles criaram. “Que absurdo” - você pensa – “Eu distorcendo?!! São eles que inverteram tudo, estão se auto destruindo e tem a pachorra de achar que eu estou distorcendo?!!!”.

O que fazer então?...

Veja, é uma simulação de um jogo que até existe mesmo na internet, claro que não nesses detalhes. O “link “que falo nesse exemplo é o amor, algo que nos une. Mesmo que você não acredite em Deus (nesse exemplo simplório, a pessoa que tem o computador), não há como negar que há algo em nós que, nos memento que o bicho pega de verdade, nos faz ficar juntos e trabalharmos juntos.

Mas porque não funciona no dia a dia? O que falar pra aqueles seres entenderem que estão em rota de destruição? Quem sabe se eles pudessem imaginar como seria ver o mundo virtual deles do ângulo de seu criador, ver como seus códigos estão bem projetados, tudo está certinho, que eles foram criados pra ter uma vida plena... Quem sabe asssim veria que toda essa dureza, rispidez, racionalidade, enfim tudo isso é algo muito pequeno, ou até microscópio, frente ao universo que vive e ao caminho que podem caminhar.

Então um duro de coração questiona: "Se eles tivessem a percepção do criador, eles iriam continuar a trabalhar, batalhar em seu dia a dia?" Claro que sim, se não morreriam de fome porque o local que eles vivem exige isso. A pergunta certa seria: Mas porque batalhar entre eles? Individualizando, porque cuidar só do dele e o resto que se exploda, não importa em que sentido? Se o resto explodir, que vai adiantar ele ter cuidado da parte dele? O que adiantou batalhar tanto em busca de algo, se depois aquilo que deixamos pra trás por esse enorme trabalho será o que no fundo mais importava... E o pior que eles (nós) sabem disso.

Isso é o que o amor vê, sente e pensa. É o que o insensível não consegue entender e tem que aprender a ver, sentir e pensar senão estará cada vez mais perto de sua destruição.

Vamos voltar ao exemplo do motorista do começo desse post. O que adianta chingá-lo ou buzinar? Você vai ensinar o que pro motorista fazendo isso? O que você ganha? "Eu fico aliviado de por a raiva pra fora, extravasar" dizem alguns mais insistentes. Então a pergunta é, porque algo assim lhe traz tanta raiva a ponto de ariscar sua saúde pra extravasar com outros que está como você (senão ele não teria feito algo tão hostil, concorda?). Digo ariscar a saúde porque assim como você está extravasando sua raiva, o outro também pode pensar assim e revidar. Onde acabará? Voltando, o que vai ganhar além do acúmulo de frustração? Em suma, é mais um ciclo vicioso destrutivo dentre muitos que nós duros precisamos quebrar antes que sejamos destruídos.

quarta-feira, 10 de março de 2010

[parte 05] Quem é você quando ninguém está olhando? - A PERCEVERANÇA

Particularmente achei esse o capítulo mais fraco do livro até o momento. O autor faz uma reflexão óbvia sobre perseverança. Coisas como “é infinitamente mais fácil desistir do que perseverar” e "o preço que na maioria das vezes se paga pela desistência".

Perseverança: O grande prêmio

É feito um exercício de como seria se alguém pudesse ganhar o caráter perseverança como um prêmio de loteria. O autor simula uma entrevista após alguns anos com o ganhador onde é colocado o quão bom foi ter ganhado a perseverança. Coisas com estabilidade, conclusão de projetos profissionais e pessoais, melhora conjugal e outros assuntos correlacionados são apontados como conseqüências do prêmio.

Finaliza esse tópico dizendo que o pseudo ganhador afirmaria categoricamente que ganhar esse prêmio foi muito melhor do que ganhar US$ 10 milhões (eu tenho minhas dúvidas, risos).

A geração imediatista

Lamentamos muitas vezes pelos problemas. Temos a sensação que estamos passando sempre mais do que deveria e fica sempre mais fácil e prático “deixar pra mais pra frente”, “empurrar com a barriga”, em suma, desistir.

É rara a situação que encaramos um problema como algo que nos aprimora, que pode abrir oportunidade. Isso é agravado pela necessidade do “tudo pra ontem”. Quase tudo hoje sofre desse mal. Desde o chefe até os filhos, pares e amigos, todos sempre querem ou precisam que suas ações sejam beirando a velocidade da luz. A isso o autor chama de “geração imediatista” e temos que convir que é a mais pura realidade.

Os momentos de maior desânimo

Aqui o autor traz uma frase que resume o tópico: “Desenvolvemos perseverança aprendendo a suportar com firmeza os momentos de maior desânimo”. Honestamente, quando li essa frase, somando ao resto do conteúdo do tópico, tive um grande desejo de inserir algo dentro desse livro em forma de resposta ao autor do tipo: “JURA?! Se você não fala isso eu nunca iria saber...” (risos).

Doce alívio

Algo hoje que se vê e quase ninguém percebe é a exaltação à desistência. Televisão, psicólogos, amigos... Todos com a mesma dica: “Deixa isso pra lá, parte pra outra”. E isso vem sendo usado em relacionamentos, trabalho, família... Enfim, pessoalmente não sou adepto de viver fazendo coisas que não se goste, ou seja, ficar “malhando em ferro frio” como dizem, mas realmente se percebe que há alguns exageros nesse ponto e isso pode gerar conseqüências serias mais pra frente.

Mantendo-nos firmes

Um ponto interessante por ele abordado é o preço da desistência e esse preço, algumas vezes, é bem alto. Então acredito que vale uma reflexão a respeito dessa relação entre desistência e custos futuros quando nos depararmos com um cenário problemático.

O restando do tópico é redundante, fala que devemos ser sempre perseverantes. Algo que faltou ao autor foi um pouco mais de equilíbrio e “novidade” sobre o assunto.

Por exemplo, todos sabem que, algumas vezes, perseverar pode levar a ruína. O grande segredo então é saber quando devemos fazer isso. Outro ponto interessante seria dicas de como ser perseverante como o autor fez em alguns outros capítulos.

segunda-feira, 8 de março de 2010

[parte 04] Quem é você quando ninguém está olhando? - A VISÃO

A terceira características que o autor adota como fazer parte de um bom e raro caráter é a visão. Acredito que todos sabem o que é mas para os desavisados, ter visão é ver além do que é obvio.

Por exemplo, conta-se uma vez que havia dois vendedores de sapato, um era conhecido por ser um vendedor comum e outro um vendedor com visão. A empresa teria que enviar um de seus vendedores para um país distante com a finalidade de expandir seu mercado. Decidiu enviar o vendedor comum. Após algumas semanas uma carta do vendedor chega com a seguinte mensagem: “Mandem-me a passagem de volta. Aqui ninguém usa sapatos, portanto não há mercado a explorar”. O dono da empresa decidiu então trazer o vendedor normal e enviar o vendedor de visão. Passado uma semana, chega uma carta do vendedor com visão dizendo: “Mandem navios de sapato, aqui ninguém usa sapatos e temos um mercado inteiro pra explorar!

Uma pessoa de visão não é apenas um otimista. É uma pessoa que vê oportunidades reais onde as pessoas normais não percebem.

Por que é difícil encontrar homens de visão?

O autor coloca de forma clara e sucinta o motivo: porque dá trabalho. Achei muito perspicaz, simples e expressa bem o problema. Como o autor mesmo coloca “é mais fácil seguir a correnteza e fazer o que é esperado”.

Enxergando soluções

Para entender melhor o que o autor quer passar, ele divide em três as maneiras de ter visão.

A primeira maneira é você enxergar soluções possíveis para os problemas do dia-a-dia, ou seja, é a velha máxima de ao invés de ficar lamentando, fazer algo útil pra resolver. O autor cita um exemplo bíblico muito interessante e que poucos conhecem de verdade, a parábola do administrador infiel. Essa parábola ilustra um administrador que, embora seja desonesto, bola um modo muito engenhoso de resolver seus problemas e Cristo chama a atenção pra isso.

Também mostra que provavelmente não iremos resolver nossos problemas se casarmos com eles. Embora isso seja ridículo e hilário, é o que todo mundo faz. Quando aparece algo ruim, você prefere apresentar o problema pros outros e pedir pra que eles ajudem a lamentar contigo do que resolver. É claro que não fazemos isso tão descaradamente, mas seja honesto e pense se na maioria das vezes realmente considera uma sugestão de ajuda ou fica P da vida porque não estão dando a devida atenção ao enorme problema que estamos falando. Sintetizando e usando uma frase que já ouvi algumas vezes “às vezes queremos de alguém que sofra com a gente, não que resolva pra gente”.

Quatro passos para resolver problemas

O autor apresenta algumas dicas de como você pode resolver seus problemas. São passos bem interessantes e, às vezes, óbvios mas que não nos atentamos.

Primeiro, para que consiga resolver um problema, antes de tudo, você tem que acreditar que é possível resolvê-lo. Realmente sem isso fica meio difícil continuar, concorda?

Segundo, vá para um local que possa ficar sozinho e consiga pensar mais claramente sobre o que tem e o que poderia ajudar a resolver. Tente se acalmar (xingue, extravase mas tente se acalmar, nervoso você não consegue pensar com clareza) e elabore idéias, dê a famosa “viajada na maionese”, enfim pense nas possibilidades.

Terceiro, procure pessoas próximas que você sabe que podem ajudar. Fale sobre o problema e algumas idéias que teve. Isso põe a prova suas idéias, pra saber se são boas mesmo, e pode enriquecer mais o leque de opções. Mas por favor, não consulte pessoas que não tenham certeza que podem ajudar, isso fará você ter mais problemas. Outro ponto importante é procurar essas pessoas com a real intenção de por a prova suas soluções e ouvir possíveis soluções por elas propostas. Não fique somente nos lamentos e não se zangue se ela não ficar comovida com o problema.

Quarto, após chegar á algumas possibilidades concretas, escreva isso em algum lugar. O ato de escrever ajuda a você mentalizar o que tem que fazer e tornar isso concreto. Uma dica pessoal nesse caso é escrever mais detalhadamente como planeja resolver. Quando você tem que colocar algo no papel, você obrigatoriamente tem que organizar as idéias pra fazer sentido o que vai escrever. Isso ajuda muito a você ver suas idéias são exeqüíveis (pode ser executadas) e o que tem que fazer para deixá-las passível de execução.

Enxergando além do exterior

Um segundo tipo de visão, segundo o autor, é a habilidade de enxergar além do exterior das pessoas. Falar que alguém é chato, grosso, gentil, educado quando simplesmente dizemos isso pelo jeito que ele nos trata ou trata as pessoas perto da gente é fácil e até meio óbvio.

Agora, ter visão nesse caso e ver além do que a pessoa mostra diretamente. Que habilidades ela tem que difere ela da maioria? O que é essa pessoa além do que vemos? Liderem natos tem a habilidade de ver isso nas pessoas e se aproveitar dessa informação para sanar problemas que eles enfrentam no dia a dia de seu grupo.

Vendo tudo como Deus vê

Esse terceiro tipo de visão é para aqueles que acreditam que haja uma força maior que orquestra tudo. Nesse tipo de visão, a pessoa sente que algo está para acontecer. É aquela famosa frase “Eu tava pressentindo isso” ou “Não sei o que é mas sei que tem algo que vai acontecer”. Particularmente, e sem conotação religiosa, acredito que desprezar essa certa “voz” que fala conosco as vezes é meio que ir contra o óbvio. Todos têm isso às vezes, religiosos ou não, então não dá pra simplesmente ignorar, mas... Isso é algo pessoal que acredito.

domingo, 7 de março de 2010

Para manter a paixão acesa - dicas


Alguns jeitos divertidos de chegar mais perto de quem você gosta

Você pode não acreditar, mas funciona de verdade. Testei e essas dicas/brincadeiras que parecem bobas funcionam mesmo. Todas foram inspiradas em estudos científicos que mostram que é possível, deliberadamente, criar intimidade emocional com o parceiro e, segundo o autor, até mesmo com alguém que você mal conhece:

1) Dois em um: Levemente abraçados, comece a sentir a respiração do parceiro e, ao poucos, tente sincronizar a respiração. Após alguns minutos, a maioria das pessoas tem a sensação de extrema proximidade.

2) Fitar a alma: Em pé ou sentados a uns 60 cm de distância, os dois devem olhar profundamente nos olhos um dos outros, durante dois minutos, e depois conversar sobre o que perceberam.

3) Amor de macaco: Em pé ou sentados bem próximos, comecem em silêncio a movimentar mãos, braços e pernas, de modo que um imite o outro (e o papel de quem comanda se alterne, sem que isso seja verbalmente combinado - os dois devem simplesmente se ajustar). Pode ser divertido, mas não é fácil. Após alguns minutos, cada um sentirá que está se movimentando voluntariamente, mas seus gestos parecem conectados com os do parceiro.

4) Queda de amor: Esse é um exercício simples de confiança, que pode aumentar sentimentos mútuos de vulnerabilidade. Em pé, simplesmente deixe-se cair para trás nos braços de seu parceiro. Então troque de posição. Repitam várias vezes e então falem sobre suas sensações.

5) Troca de segredos: Anote algo bastante íntimo, que não costuma contar a ninguém, e peça ao se parceiro que faça o mesmo. Então troquem de papel e falem sobre o que leram.

6) Leitura da mente: Anote uma idéia que quer transmitir ao parceiro. Então passe alguns minutos tentando transmiti-la, sem falar, enquanto ele ou ela tenta adivinhar o que é. Se o outro não conseguir descobrir, revele o que estava pensando. E troquem de papel. É curioso que após repetir a prática várias vezes as pessoas parecem adquirir a "capacidade" de desvendar o pensamento uma da outra.

7) Deixe-me entrar: Fiquem a cerca de 1, 20 m de distância e se concentrem um no outro. A cada 10 segundo, mais ou menos, se aproximem um pouco até que, depois de várias vezes, vocês estarão dentro do espaço pessoal do outro (o limite é de uns 45 cm). Fiquem o mais próximo possível sem se tocar. Algumas vezes esse exercício acaba em beijo.

8) Aura do carinho: Posicione a palma da mão o mais próximo possível da palma de seu parceiro sem chegar a se tocarem. Façam isso por vários minutos, durante os quais vocês sentirão não apenas calor, mas também, às vezes, misteriosos tipos de faíscas.

Para manter a paixão acesa

Acabaram os casamentos arranjados, pelo menos no Brasil. Há alguma ocorrência disso, mas vamos e venhamos que isso está raro de se ver. Agora a gente casa por amor, porque gostamos um do outro, porque podemos escolher, porque... Bom, motivos não faltam pra gente bater no peito que evoluiu nos relacionamentos, mas porque 50% dos casamentos hoje fracassam? Porque é tão comum ver um divórcio hoje?

Há... É que antigamente isso era um tabu, principalmente para a mulher. Hoje somos mais livres” dizem alguns mas... Será que a gente também não perdeu algo nessa evolução e que fazia isso dar mais certo?

Foi nessa linha que o pesquisador Robert Epstein dirigiu pesquisas e conseguiu descobrir coisas realmente interessantes.

É fato que ninguém defende o casamento arranjado mas também é fato que quando isso ocorria, uma ligação muito forte nascia entre essas pessoas quando elas tinham algum mínimo em comum. Como eles fabricavam isso? O amor poderia ser então aprendido?

Um resumo sobre a matéria é que temos hoje o índice de 50% de divórcios, segundo o autor, porque erramos ao entrar em relacionamentos sem um mínimo de preparação psicológica para agüentá-lo somado a expectativas sobre relacionamento que não são reais.

Vai dizer que você, ou alguém que você conhece, nunca soltou a famosa frase "eu era (um pouco) cega pra essas coisas, não via isso antes"? Como diz a bíblia, que atire a primeira pedra se alguém com alguma experiência nunca passou por isso.

Para você conseguir construir um bom relacionamento ou salvar um que esteja mal das pernas o autor criou uma espécie de tecnologia prática para você ter pistas de como fazer para aprender a amar.

Pra isso ele estudou casamentos arranjados nos dias de hoje (Índia por exemplo) que resultaram em casais que aumentaram o amor entre eles com o passar do tempo. A partir desse ponto de partida o autor conseguiu mapear o que fazia isso acontecer até conseguir provar sua teoria cientificamente.

Segundo ele, para que surja ou aumente o amor entre um casal eles tem que, antes de tudo, comprometer-se com a relação, ou seja, decidir levar a coisa a sério de verdade e não ficar empurrando pra outros ou outras coisas a culpa.

Depois precisa haver a capacidade de expor-se e conseguir ceder em algumas coisas para se adequar ao parceiro. Os estudos indicaram que compartilhar aventuras, segredos e brincadeiras são também fundamentais para construir a intimidades e atingir o objetivo.

Honestamente acredito que todos têm uma vaga noção que seria bem por esse caminho mesmo, então a pergunta principal é, você acha que vale a pena?

Se acha que sim e quiser saber as técnicas que ajudam e fazem a coisa acontecer, postarei isso em 2 outros posts.

Mais informações: http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/o_segredo_do_casal_feliz_compartilhar_alegrias.html

sábado, 6 de março de 2010

[parte 03] Quem é você quando ninguém está olhando? - A DISCIPLINA

Nessa parte eu acredito que o autor comete alguns exageros. Ele atribui o sucesso de uma vida à disciplina. Particularmente acredito que a disciplina realmente tem um grande fator no sucesso de nossa vida, mas não acredito que só ela é a responsável por isso. O autor não afirma que seja assim, mas dá bastante a entender.

Partindo para a disciplina em si, o autor lança uma frase que achei bem interessante para ilustrar o que é ser disciplinado: “retardar a auto-satisfação”.

Realmente acredito que o maior motivo de não termos disciplina é porque queremos logo satisfazer algo. O famoso “vou fazer academia” contradiz diretamente “vou descansar porque já trabalhei demais e mereço um descanso”. Pro outro lado, se retardarmos a auto-satisfação de descansar naquele momento para fazermos os exercícios da academia, colheremos bons frutos no futuro como saúde, boa forma, disposição e etc.

Primeiro o lado ruim.

O autor fala do lado ruim de ser disciplinado, ou seja, alguns contratempos. Um deles é que ser disciplinado exige coragem. Você terá que enfrentar alguns sofrimentos possíveis de serem adiados para ter retornos/mais prazer no que deseja.

Outro contratempo é que disciplina não dá resultados imediatos, ou seja, você tem que acreditar que isso dará realmente mais prazer, seja qual for esse prazer, porque você terá que esperar para sentir isso. Não há modo de saber se você é disciplinado de imediato, é preciso tempo para testar se realmente está sendo disciplinado.

O adiamento da auto-satisfação no relacionamento familiar.

Um ponto interessante que o autor coloca é o quão disciplinado somos em nossos relacionamentos. Traduzindo, o quando você adia sua auto-satisfação em prol de seu parceiro, filho e etc. Veja que o autor diz ADIA e não ABANDONA. Isso acredito ser muito importante.

Sem sacrifícios não há ganhos.

Achei meio óbvio essa frase e esse tópico. Todos sabemos disso, ou seja, sempre haverá sacrifícios para quem quer ser disciplinado, senão já seríamos por natureza. A questão principal seria: os ganhos que terei valem o sacrifício? Acho que antes de partir para a decisão de ser disciplinado em algo, essa pergunta deveria ser feita.

Tomar a decisão antecipadamente.

Uma dica que o autor passa é de nos planejarmos e tomarmos algumas decisões antecipadamente para que, no momento da decisão, tenhamos mais força para continuarmos com nossas metas.

A decisão aqui apresentada não é de sermos disciplinados ou não. Isso obviamente já fizemos quando iniciamos esse caminho. O autor sugere que você analise o que pode te atrapalhar para cumprir a disciplina e tome ações para que isso seja tirado do caminho ou ao menos amenizado.

O controle das finanças.

A relação “custo x benefício” na disciplina, ou seja, retardar algo agora para ter mais/melhor depois é bem visível na área das finanças. Ele agrega essa necessidade ao tomar algumas decisões antecipadamente para que fique mais fácil a tarefa da disciplina financeira.

Os relacionamentos pessoais.

O autor volta a falar dos relacionamentos pessoais, mas agora sobre a ótica das decisões antecipadas. Uma dica comentada por ele é a de criar entre o casal um dia na semana chamado “dia do encontro”. Nesse dia, em um horário a ser combinado, o casal se retirará por algum tempo para ficar a sós. Esse dia deve ser um dia que o casal tira pra namorar novamente, repensar sua metas, analisar se há algo que precisa mudar... Enfim, um momento somente deles. Se o casal tiver filhos ou outros fatores que podem impedir, que seja planejado com antecedência como contorná-los, mas que mantenham o compromisso.

O que ganho com isso?

Aqui o autor fecha o capítulo falando de tudo que se colhe com a disciplina após algum tempo de persistência. Usando o exemplo do começo deste post, seria a saúde, vitalidade, disposição, vigor e afins que você colherá ao fazer os exercícios de academia regularmente.

Eu acredito que há mais algumas coisas a se considerar sobre disciplina. Ainda usando o exemplo da academia, embora tenha total consciência dos benefícios, tenho que confessar que se não ver nada de imediato tendo seriamente a parar.

Pensando nisso, acredito que temos três ações associadas a levar em consideração. A primeira é que quase sempre temos algum detalhe à curto prazo (ou até de imediato) para que possamos nos sentir animados a continuar com a disciplina. Não digo sobre o contexto geral, mas de detalhes que podem nos ajudar a animar a respeito das metas gerais. Persistindo na academia, se pensar que quando terminar, terei a sensação de descanso bem mais intensa porque além de estar mais cansado (afinal você estava fazendo exercícios), você terá aquela sensação de dever cumprido, ô responsável, aquele que cumpre sua palavra.

Segundo ponto que acredito é que você precisa passar a SENTIR a necessidade de ser disciplinado, não apenas SABER que tem que ser. É complicado explicar isso mas, usando novamente a academia, é algo como se pra você o fato de fazer os exercícios fosse uma necessidade, como a de comer quando está com fome. Você não está indo lá pra ver alguém ou só achando que isso vai te ajudar de alguma forma um dia. Você está indo porque você precisa, tem necessidade... SENTE NECESSIDADE.

Um terceiro e ultimo ponto seria ser mais tolerante à suas falhas. O livro da ares que a disciplina é algo que, se um dia você parar, acabou. Terminou tudo e você falhou. Eu acho que mais difícil do que ser disciplinado é conseguir continuar com esse objetivo depois que você falhou. Claro que isso pode se virar contra você se não der o devido respeito as falhas, mas sei e acredito piamente que todos sabemos quando é falha esporádica e quando estamos perdendo o controle, basta que nós sejamos francos com nós mesmo e tenhamos a coragem de assumir isso de verdade.

[parte 02] Quem é você quando ninguém está olhando? - A CORAGEM

Devo confessar que o autor, por ser um pastor, tem aquela mania chata de ficar toda hora se referindo a sua devoção a Deus, sua igreja e bla bla bla. Chega até desmotivar algumas horas, mas estou resistindo a isso porque, tirando esse excesso, ele trás visões interessantes sobre o tema.

Todo mundo (e eu me incluo) quer ser visto como “o corajoso” e acha que isso é fazer algo publicamente pra esperar aquela sensação de “Arrebentei! Agora todo mundo sabe quem é Ô CORAJOSO aqui” ou até mais humilde falando “Agora ninguém pode falar que não tenho coragem”. Mas realmente corajoso é aquele que tem a coragem de fazer coisas nada bombásticas e nisso eu concordo plenamente com o autor.

A coragem no dia a dia

É aquela coragem que ninguém saber que você tem, mas você tem que decidir ter. Algo como fazer o certo ao invés de fazer pra ser aprovado pelos outros.

A coragem pra nos expor

O famoso “dar a cara a tapa”. Dizer não quando querem empurrar algo e sabemos que não vamos dar conta. Ser honesto quando erramos em algo dizendo que realmente erramos (e agüentar a conseqüência) ao invés de ficar inventando desculpas.

A coragem de seguir em frente

Depois que você levou um tombo daqueles (profissional, pessoal, no relacionamento, familiar), levanta e segue em frente.

Coragem no relacionamento

Aqui aplica-se o famoso ditado “o bicho pega feio”. Particularmente eu conheço 10% de pessoas que realmente conseguem ter essa coragem.

Quem você conhece que falar pra esposa/marido: “Desculpa, estou errado mesmo. Mas se me ajudar posso tentar mudar” ou “Não acho que esteja errada(o) mas precisamos sentar e falar sobre isso pra que possamos ver se conseguimos andar junto nessa questão, senão acho que vai ficar difícil”.

Ou entre amigos “olha, conheço você a muito tempo mas as vezes você me torra a paciência com essa atitude” ou “vamos para por um minuto com a conversa mole e vamos falar da discussão que tivemos”.

Em minha opinião, se tem uma coragem que acabaria com 80% de nossos problemas, seria essa.

Coragem Moral

O famoso “não ter rabo preso”, não sonega, não mente, enfim, realmente agora raro hoje.

Como cultivar a coragem

A primeira coisa que o autor coloca é meio obvia: encarar de frente o que temos medo. Aqui eu adicionaria algumas considerações.

Veja, é obvio que se fosse fácil, ou até possível, já tínhamos encarado de frente o medo certo? Então acredito que a primeira coisa a fazer é fazermos um DEMO. É, uma amostra, vermos como é. Se começarmos por coisas mais simples, algo que não vai requerer tanto da gente, começamos a experimentar o gosto da coragem, ou o que ela nos trás. Com isso, podemos sentir o que está por vir e nos animar para tentar com coisas maiores.

Outro ponto que o autor não cita mas acredito que seja válido é planejar-se. Quando você tem coragem pra se fazer algo, você deve ter em mente que isso lhe trará uma série de ações que deve estar ciente. Claro que nunca vamos conseguir prever todas, mas se você souber ao menos no que entrará quando acontecer, estará mais preparado pra conseguir continuar e, futuramente, desfrutar do que conquistou através deste ato.

O planejamento também ajuda a você analisar como deve ser sua coragem. Nem sempre a coragem é um SIM e NÃO. Nesses casos, sabem por onde seguir quando se tem a coragem de seguir é um grande passo pra você ficar mais tranqüilo do que está fazendo.

O autor trás um outro conselho: Nos cercar de bons exemplos. Realmente isso é algo que pode ajudar demais a termos coragem.

[parte 01] Quem é você quando ninguém está olhando? - Iniciando...

Ganhei de uma amiga um livro chamado “Quem é você quando ninguém está olhando?” (Bill Hybels, Editora Betânea) e é o livro que estou lendo agora (junto com alguns outros).

Comecei a ler esse livro e, filtrando alguns excessos, acredito que ele traz algumas coisas muito interessantes para pensar. O autor inicia dizendo que hoje está raro achar gente com o caráter que ele chama “caráter em extinção” e ele define caráter de uma forma bem simples: “Caráter é aquilo que você faz quando ninguém está olhando”. Até concordo com ele, não sei ainda se 100%, mas acredito que seja por esse caminho mesmo.

Então ele faz algo curioso, ele divide caráter em partes e fala de cada uma delas:
  • Coragem
  • Disciplina
  • Visão
  • Perseverança
  • Amor

Então o autor começa a dissertar sobre cada uma dessas partes.

Nunca estudei muito a fundo esse tema, portanto não sinto confortável em fazer um pré-julgamento, mas acredito que realmente essa divisão faça algum sentido então resolvi continuar a ler o livro.

Começando...

Bom gente, vamos lá... Nunca publiquei nada em blog na vida então isso pra mim vai ser uma aventura.

Sempre tive facilidade em transformar assuntos, idéias e sentimentos em palavras. Isso sempre ajudou muitas pessoas de diversas formas. Também sempre tive certa facilidade de explicar e ver algumas coisas como um todo e que justificassem o que está acontecendo naquele momento.

Então pensei na idéia de compartilhar isso sobre tudo que estudo. Quem sabe ajudo a algumas pessoas a entenderem melhor alguns conceitos e o que realmente está sendo dito ao ler algo? Claro que posso me equivocar (afinal errar é humano), mas acredito que haverá mais coisas positivas do que erro no final da história.

Outro ponto importante é que às vezes sou meio direto no que penso ou escrevo. Não é sempre, claro, mas para coisas que julgo mais simples, acredito que não necessite de muita explicação. Um “curto e grosso” transmite mais o recado certo? Claro que para assuntos que julgo mais profundo tenho a tendência a escrever bastante (e quem me conhece saber o que é o “bastante”, risos).

Bom, vamos lá... Vamos ver no que vai dar essa brincadeira... Risos...