A terceira características que o autor adota como fazer parte de um bom e raro caráter é a visão. Acredito que todos sabem o que é mas para os desavisados, ter visão é ver além do que é obvio.
Por exemplo, conta-se uma vez que havia dois vendedores de sapato, um era conhecido por ser um vendedor comum e outro um vendedor com visão. A empresa teria que enviar um de seus vendedores para um país distante com a finalidade de expandir seu mercado. Decidiu enviar o vendedor comum. Após algumas semanas uma carta do vendedor chega com a seguinte mensagem: “Mandem-me a passagem de volta. Aqui ninguém usa sapatos, portanto não há mercado a explorar”. O dono da empresa decidiu então trazer o vendedor normal e enviar o vendedor de visão. Passado uma semana, chega uma carta do vendedor com visão dizendo: “Mandem navios de sapato, aqui ninguém usa sapatos e temos um mercado inteiro pra explorar!”
Uma pessoa de visão não é apenas um otimista. É uma pessoa que vê oportunidades reais onde as pessoas normais não percebem.
Por que é difícil encontrar homens de visão?
O autor coloca de forma clara e sucinta o motivo: porque dá trabalho. Achei muito perspicaz, simples e expressa bem o problema. Como o autor mesmo coloca “é mais fácil seguir a correnteza e fazer o que é esperado”.
Enxergando soluções
Para entender melhor o que o autor quer passar, ele divide em três as maneiras de ter visão.
A primeira maneira é você enxergar soluções possíveis para os problemas do dia-a-dia, ou seja, é a velha máxima de ao invés de ficar lamentando, fazer algo útil pra resolver. O autor cita um exemplo bíblico muito interessante e que poucos conhecem de verdade, a parábola do administrador infiel. Essa parábola ilustra um administrador que, embora seja desonesto, bola um modo muito engenhoso de resolver seus problemas e Cristo chama a atenção pra isso.
Também mostra que provavelmente não iremos resolver nossos problemas se casarmos com eles. Embora isso seja ridículo e hilário, é o que todo mundo faz. Quando aparece algo ruim, você prefere apresentar o problema pros outros e pedir pra que eles ajudem a lamentar contigo do que resolver. É claro que não fazemos isso tão descaradamente, mas seja honesto e pense se na maioria das vezes realmente considera uma sugestão de ajuda ou fica P da vida porque não estão dando a devida atenção ao enorme problema que estamos falando. Sintetizando e usando uma frase que já ouvi algumas vezes “às vezes queremos de alguém que sofra com a gente, não que resolva pra gente”.
Quatro passos para resolver problemas
O autor apresenta algumas dicas de como você pode resolver seus problemas. São passos bem interessantes e, às vezes, óbvios mas que não nos atentamos.
Primeiro, para que consiga resolver um problema, antes de tudo, você tem que acreditar que é possível resolvê-lo. Realmente sem isso fica meio difícil continuar, concorda?
Segundo, vá para um local que possa ficar sozinho e consiga pensar mais claramente sobre o que tem e o que poderia ajudar a resolver. Tente se acalmar (xingue, extravase mas tente se acalmar, nervoso você não consegue pensar com clareza) e elabore idéias, dê a famosa “viajada na maionese”, enfim pense nas possibilidades.
Terceiro, procure pessoas próximas que você sabe que podem ajudar. Fale sobre o problema e algumas idéias que teve. Isso põe a prova suas idéias, pra saber se são boas mesmo, e pode enriquecer mais o leque de opções. Mas por favor, não consulte pessoas que não tenham certeza que podem ajudar, isso fará você ter mais problemas. Outro ponto importante é procurar essas pessoas com a real intenção de por a prova suas soluções e ouvir possíveis soluções por elas propostas. Não fique somente nos lamentos e não se zangue se ela não ficar comovida com o problema.
Quarto, após chegar á algumas possibilidades concretas, escreva isso em algum lugar. O ato de escrever ajuda a você mentalizar o que tem que fazer e tornar isso concreto. Uma dica pessoal nesse caso é escrever mais detalhadamente como planeja resolver. Quando você tem que colocar algo no papel, você obrigatoriamente tem que organizar as idéias pra fazer sentido o que vai escrever. Isso ajuda muito a você ver suas idéias são exeqüíveis (pode ser executadas) e o que tem que fazer para deixá-las passível de execução.
Enxergando além do exterior
Um segundo tipo de visão, segundo o autor, é a habilidade de enxergar além do exterior das pessoas. Falar que alguém é chato, grosso, gentil, educado quando simplesmente dizemos isso pelo jeito que ele nos trata ou trata as pessoas perto da gente é fácil e até meio óbvio.
Agora, ter visão nesse caso e ver além do que a pessoa mostra diretamente. Que habilidades ela tem que difere ela da maioria? O que é essa pessoa além do que vemos? Liderem natos tem a habilidade de ver isso nas pessoas e se aproveitar dessa informação para sanar problemas que eles enfrentam no dia a dia de seu grupo.
Vendo tudo como Deus vê
Esse terceiro tipo de visão é para aqueles que acreditam que haja uma força maior que orquestra tudo. Nesse tipo de visão, a pessoa sente que algo está para acontecer. É aquela famosa frase “Eu tava pressentindo isso” ou “Não sei o que é mas sei que tem algo que vai acontecer”. Particularmente, e sem conotação religiosa, acredito que desprezar essa certa “voz” que fala conosco as vezes é meio que ir contra o óbvio. Todos têm isso às vezes, religiosos ou não, então não dá pra simplesmente ignorar, mas... Isso é algo pessoal que acredito.