segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

[parte 02] Mentes Inquietas - Você tem algo de TDA em você?

Ao ler a lista a seguir, considere a freqüência e a intensidade com as quais as situações ocorrem. Se, pelo menos, 35 das opções forem positivas cabe um quadro de atenção.

1 – Desvia-se facilmente sua atenção do que está fazendo quando recebe um pequeno estímulo. Um assobio do vizinho é suficiente para interromper uma leitura.

2 – Tem dificuldade em prestar atenção à fala dos outros. Numa conversa com outra pessoa tende a captar apenas “pedaços” soltos no assunto.

3 – Desorganização cotidiana. Tende a perder objetos (chaves, celular, canetas, papéis), atrasar-se ou faltar a compromissos, esquecer o dia de pagamento de contas (luz, gás, telefone, seguro).

4 – Freqüentemente apresenta “brancos” durante uma conversa. A pessoa está explicando um assunto e, no meio da fala, esquece o que ia dizer.

5 – Tendência a interromper a fala do outro. No meio de uma conversa lembra-se de algo e fala sem esperar o outro completar seu raciocínio.

6 – Costuma cometer erros de fala, leitura ou escrita. Esquece uma palavra no meio de uma frase, pronuncia errado ou “come” sílabas de palavras longas.

7 – Presença de hiperfoco – concentração intensa em um único assunto num determinado período. Um TDA pode ficar horas a fio ao computador sem se dar conta do que acontece ao seu redor.

8 – Dificuldade de permanecer em atividades obrigatórias de longa duração. Participar como ouvinte de uma palestra em que o tema não seja motivo de grande interesse e não o faça entrar em hiperfoco, por exemplo.

9 – Interrompe tarefas no meio. Um TDA freqüentemente não lê um artigo de revista até o fim ou ouve um CD inteiro.

10 – Tem dificuldade em permanecer sentado por muito tempo. Durante uma palestra ou sessão de cinema, costuma se mexer o tempo todo na tentativa de permanecer em seu lugar.

11 – Esta sempre mexendo com os pés e as mãos. São os indivíduos que têm os pé “nervosos”, girando sua cadeira de trabalho, ou que estão sempre com as mãos ocupadas, pegando objetos, desenhando em papeis ou ainda ajeitando a roupa ou os cabelos.

12 – Apresenta constante sensação de inquietação ou ansiedade. Um TDA tem a sensação de que tem algo a fazer ou pensar, de que alguma coisa está faltando.

13 – Tendência a estar sempre ocupado com alguma problemática em relação a si ou com os outros. São as pessoas que ficam “remoendo” sobre suas falhas cometidas, ou ainda sobre os problemas de amigos ou conhecidos.

14 – Costuma fazer várias coisas ao mesmo tempo. É a pessoa que lê e vê TV ou ouve música simultaneamente.

15 – Envolve-se em vários projetos ao mesmo tempo. Um exemplo é a pessoa que tem diversas idéias simultaneamente e acaba por não levar a cabo nenhum delas em função desta dispersão.

16 – As vezes se envolve em situações de alto risco em busca de estímulos fortes, como dirigir em alta velocidade ou discussões intensas.

17 – Freqüentemente fala sem parar, monopolizando as conversas em grupo. É a pessoa que fala sem se dar conta de que as outras estão tentando emitir suas opiniões. Além disso, não se dá conta do impacto que o conteúdo de seu discurso pode estar causando a outras pessoas.

18 – Baixa tolerância a frustração. Quando quer algo não consegue esperar, se lança impulsivamente numa tarefa, mas, como tudo na vida requer tempo, tende a se frustar e desanimar facilmente. O TDA também se irrita com facilidade quando alguma coisa não sai da forma esperada ou quando é contrariado.

19 – Costuma responder a alguém antes que este complete a pergunta. Não consegue conter o impulso de responder ao primeiro estímulo criado pelo início de uma pergunta.

20 – Costuma provocar situações constrangedoras, por falar o que vem a mente sem filtrar o que vai ser dito. Durante uma discussão, um TDA pode deixar escapar ofensas impulsivas.

21 – Impaciência marcante no ato de esperar ou aguardar por algo. Filas, telefonemas, atendimento em lojas ou restaurantes podem ser uma tortura.

22 – Impulsividade para comprar, sair de empregos, romper relacionamentos, praticar esportes radicais, comer, jogar e etc. É aquela pessoa que rompe um relacionamento várias vezes e volta logo depois arrependida.

23 – Reage irrefletidamente às provocações, críticas ou rejeição. É o tipo de pessoa que explode de raiva ao sentir-se rejeitada.

24 – Tendência a não seguir regras ou normas preestabelecida. Um exemplo seria o trabalhador que teima em não usar equipamentos de segurança, apesar de saber da importância destes.

25 – Compulsividade. Na realidade a compulsão ocorre pela repetição constante dos impulsos, os quais, com o tempo, passa a fazer parte da vida dessas pessoas, como as compulsões por compras, jogos, alimentação e etc.

26 – sexualidade instável. Tende a apresentar período de grande impulsividade sexual alternados com fase de baixo desejo.

27 – Ações contraditórias. Um TDAé capaz de ter uma explosão de raiva por causa de um pequeno detalhe (por mexerem em sua mesa de trabalho, por exemplo) numa hora e, poucos momentos mais tarde, ser capas de uma grande demonstração de afeto, através de um belo cartão, flores ou um carinho explicito. Ou ainda ser um homem arrojado e moderno no trabalho e, ao mesmo tempo, tradicional e conservador no âmbito familiar e afetivo.

28 – Hipersensibilidade. O TDA costuma melindrar-se facilmente. Uma simples observação desfavorável sobre a cor de seus sapatos é suficiente para deixá-lo internamente arrasado, sentindo-se inadequado.

29 – Hiperreatividade. Essa é uma característica que faz com que o TDA se contagie facilmente com os sentimentos dos outros. Pode ficar profundamente triste ao ver alguém chorar, mesmo sem saber o motivo, ao mesmo tempo que pode ficar muito agitado ou irritado em ambientes barulhentos ou em presença de multidão.

30 – Tendência a culpar ou outros. Um TDA muitas vezes poderá culpar outra pessoa por seus fracassos e erros, como o aluno que culpa o colega de turma por ter errado uma questão da prova, já que este colega estava cantarolando baixinho na hora.

31 – Mudanças bruscas e repentinas de humor (instabilidade de humor). O TDA costuma mudar de humor rapidamente e várias vezes no mesmo dia. Isso depende dos acontecimentos externos ou ainda do seu estado cerebral, uma vez que o cérebro do TDA pode entrar em exaustão, prejudicando a modulação do seu estado de humor.

32 – Tendência a ser muito criativo e intuitivo. O impulso criativo do TDA é talvez a maior de suas virtudes. Pode-se manifestar nas mais diversas áreas do conhecimento humano.

33 – Tendência ao “desespero”. Quando um TDA se vê diante de uma dificuldade – seja ela de qualquer ordem – tende a vê-la como algo impossível de ser transposto e, com isso, sente-se tomado por uma grande sensação de incapacidade. Sua primeira reação é o “desespero”. Só mais tarde consegue raciocinar e constatar o verdadeiro peso que o problema tem. Isso ocorre porque seu cérebro apresenta dificuldades em acionar uma parte de memória chamada de funcional, cujo objetivo é trazer à mente situações vividas no passado e utilizá-las como instrumentos capazes de ajudar a encontrar saídas para as mais diversas problemáticas. Essa memória funcional parece ser bloqueada pela ativação precoce da impulsividade que, nesse tipo de pessoa, encontra-se hiperacionada.

34 – Tendência a ter um desempenho profissional abaixo do esperado para a sua real capacidade.

35 – Baixa autoestima. Em geral, o TDA sobre desde muito cedo uma grande carga de repreensões e críticas negativas. Sem compreender o porquê disso, com o passar do tempo, ele tende a ver de maneira depreciativa ou menos capas que os demais.

36 – Dependência química. Pode ocorrer como conseqüência do uso abusivo e impulsivo de drogas durante vários anos.

37 – Depressões freqüentes. Ocorrem em geral por uma exaustão cerebral associada às frustrações provenientes de relacionamentos malsucedidos e fracassos profissionais e sociais.

38 – Intensa dificuldade em manter relacionamentos afetivos.

39 – Demora excessiva para iniciar ou executar algum trabalho. Tais fatos ocorrem pela combinação nada produtiva de desorganização aliada a uma grande insegurança pessoal.

40 – Baixa tolerância ao estresse. Toda situação de estresse leva a um desgaste intenso da atividade cerebral. No caso de um cérebro TDA, esse desgaste se apresenta de maneira mais marcante.

41 – Tendência a apresentar o lado “criança” que aparecerá, por toda vida, na forma de brincadeiras, humor refinado, caprichos, pensamentos mágicos e intensa capacidade de fantasiar fatos e histórias.

42 – Tendência a tropeçar, cair ou derrubar objetos. Isso ocorre em função da dificuldade de se concentrar naquilo que sem propõe a fazer e de controlar ou coordenar a intensidade de seus movimentos.

43 – Tendência a apresentar uma caligrafia ruim ou difícil entendimento.

44 – Tensão pré-menstrual muito marcada. Ao que tudo indica, em função das alterações hormonais durante esse período, que TDA. A retenção de liquido que ocorre durante os dias que antecedem a menstruação parece ser um dos fatores mais importantes.

45 – Dificuldade em orientação espacial. Encontrar o carro no estacionamento do shopping quase sempre é um desafio para um TDA.

46 – Avaliação temporal prejudicada. Espera por um TDA pode ser algo muito desagradável, pois em geral sua noção de tempo nunca corresponde ao tempo real.

47 - Tendência à inversão dos horário de dormir. Em geral adormece e desperta tardiamente, por isso alguns deles acabam se viciando em tranqüilizantes, ansiolíticos ou hipnóticos.

48 – Hipersensibilidade a ruídos, principalmente se repetidos. Uma torneira pingando pode ser o suficiente para irritar ou desconcentrar um TDA.

49 – Tendência a exercer mais de uma atividade profissional, simultânea ou não.

50 – História familiar positiva para TDA.

[parte 01] Mentes Inquietas - O que é TDA

Inicialmente é importante frisar que o livro se referenciará a palavra TDA como alguém com essa síndrome ou como a síndrome propriamente dita. Então eu posso ser um TDA ou podemos estudar o TDA. É basicamente composta de três indícios principais: dificuldade em manter a atenção, impulsividade exagerada e excesso de atividade física e/ou mental.

Dificuldade em manter a atenção

A dificuldade de manter a atenção é um dos principais fatores de quem tem esse transtorno. O interessante é que isso não significa que o TDA não preste a atenção em nada.

Ele dará uma ênfase absurda em alguns poucos assuntos que despertem muito seu interesse e não conseguirá dar igualmente atenção a outros assuntos que não despertem tanto interesse assim ou mesmo aqueles que não têm nenhum interesse, mas precisariam se concentrar por obrigação social, profissional ou qualquer que seja o motivo. Essa ciranda de falta de interesse não é visível para o TDA. São pessoas que sempre mudam de assunto do nada, te interrompem para falar de outra coisa fora do que estão falando e simplesmente não percebem tal ato.

Essas pessoas tendem a ter dificuldade nos relacionamentos pelos “pecados” que comentem constantemente e não percebem. Isso acarreta uma grande frustração para elas e o desprendimento de uma enorme quantidade de energia para conseguir se comportar como os outros, acarretando assim um enorme desgaste para fazer coisas simples e cotidianas.

Outro ponto importante é quando um TDA tenta fazer um determinado trabalho ou ação baseado em coisas que ele não se interessa. Geralmente acham que o resultado ficou abaixo do que considera bom quando na realidade geralmente o resultado fica ótimo. Por mais que você fale e prove que o trabalho tenha ficado bom, o TDA tende a sempre ter a sensação que o resultado ficou ruim. Essa desconexão com realidade se dá pelo excesso de atividade cerebral que um TDA tem. Seu cérebro passa por uma verdadeira tempestade de pensamentos constantemente, principalmente se o que está fazendo não for muito de seu interesse e se no momento está desejando se concentrar em outra coisa. Isso dificulta muito a mensuração e entendimento da real dimensão do está produzindo, prejudicando sua capacidade de julgamento. Essa dificuldade afeta principalmente a realização de trabalhos e metas preestabelecidas.

Impulsividade

A mente de uma pessoa TDA funciona como uma antena, ficando totalmente aberto a tudo que lhe passa perto. Situações ou coisas simples para a maioria das pessoas podem automaticamente despertar um interesse gigantesco para pessoas com TDA.

Como seu interesse é exagerado, sua força desprendida também é exagerada com relação a esse estímulo. Por isso vemos muitas vezes pessoas exagerando em coisas que achamos absurdas como comer demasiadamente, correr com seus automóveis, usar drogas, provocar brigas e outros. É muito importante que um TDA tenha real dimensão de sua impulsividade para que possa canalizá-la em coisas benéficas.

Um fato interessante é que, mesmo sendo impulsivo e exagerado sofrendo diversas vezes por isso no trabalho e relacionamentos, os TDAs jamais buscam a morte. Eles adoram viver a vida e a vivem de uma forma que chega “doer” de tão intensa. Tudo para o TDA é muito, é intenso, é tudo ou nada.

Hiperatividade física e mental

É muito fácil identificar a hiperatividade de um TDA. Quando crianças, eles se mostram agitados, movendo-se sem parar na sala de aula, em sua casa ou mesmo nos playgrounds. Chegam a andar aos pulos, como se seus passos fossem lentos demais para acompanhas a energia contida nos músculos. Em ambientes fechados, mexem em vários objetos ao mesmo tempo, derrubando grande parte deles na vontade de ver todos de uma vez.

Já nos adultos, essa hiperatividade costuma se apresentar de forma menos exuberante, uma adequação formal da hiperatividade da fase infantil. Podemos observar a hiperatividade física naqueles que “sacodem” incessantemente as pernas, “rabiscam” com constância papéis à sua frente, roem unhas, mexem o tempo todo nos cabelos, “dançam” em suas cadeiras de trabalho e estão sempre buscando algo para manter as mãos ocupadas.

A hiperatividade mental apresenta-se de maneira mais sutil, o que não significa que seja menos penosa que a hiperatividade física. Ela pode ser entendida como um “chiado” cerebral, tal qual um motor de automóvel desregulado que acaba por provocar um desgaste bastante acentuado.


O traço TDA


O TDE varia grandemente em intensidade, nas características e na forma como se manifesta. Pode-se dizer, em tom de brincadeira, que existe desde um “TDAzinho” até um “TDAzão”. O fato é que muitas pessoas não preenchem os critérios diagnósticos para TDA, mas apresentam, inequivocamente, alguns de seus sintomas. Em outros casos, elas podem até ter vários sintomas, porem com intensidade e freqüência insuficientes para caracterizar um clássico TDA.

Quando se recolhem informações de um paciente, tenta-se identificar o diagnóstico para o qual estas apontam. Muitas vezes consegue-se defini-lo; porem, em outras ocasiões, não se pode estabelecer o diagnóstico de forma definitiva. Contudo os traços (ou indícios) formam o esboço de algo, mas não são suficientes para se dar um veredicto final. No caso do TDA, pode-se não fechar um diagnóstico, mas vê-se claramente o esboço ali: traços de TDA.

Pessoas “levemente” TDAs podem não ter problemas causados pelas características do transtorno na mesma intensidade que levam os “inegavelmente” TDAs a buscar ajuda em consultórios médicos. E, caso tenham, será mais uma vez o grau de sofrimento e os prejuízos acarretados às suas atividades cotidianas que definirão a busca por ajuda por meio de tratamento.

O adulto “levemente” TDA por certo não deve ter muitas reclamações a fazer.Ele é dotado de um alto nível de energia e entusiasmo. Sua ligeira desorganização não é suficiente para atrapalhar o andamento de seus projetos. No trabalho, pode-se dizer que, quando sob pressão e desafio, esta pessoa consegue ter um desempenho melhor ainda.

A decisão pelo tratamento deve ser baseada em um exame cuidadoso do novel de desconforto experimentado pelo indivíduo e das exigências ambientais ao seu redor.

Mentes Inquietas - Iniciando...

Estou iniciando um novo livro chamado “Mentes Inquietas”, de Ana Beatriz Barbosa Silva, que trás um assunto e grande ascensão, o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade ou TDA. O TDA é um transtorno muito comum em nossos dias. Várias pessoas são taxadas de vários adjetivos pela falta de informação sobre o assunto.

Após algumas conversas sobre TDA com pessoas conhecidas e a passagem por um neurologista, fiquei sabendo que também tenho traços dessa síndrome (traços não necessariamente significa que tenha a síndrome por completo, como já aprendi no livro) e ao ler esse livro, me deparei com muitos trechos de minha vida transcrita de forma resumida pela doutora Ana Beatriz. Além disso, estou aprendendo coisas sobre esse assunto que sinto que irão me ajudar muito.

Nos resumos que farei sobre esse livro não seguirei a seqüência do livro. Farei isso porque a estrutura do livro permite e que, pela ânsia de abordar temas mais interessante, estou dando preferência a alguns capítulos.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

CONFISSÕES DE UM EX-DEPENDENTE DE IGREJA


Ótimo texto escrito por Paulo Brabo - criador do site http://www.baciadasalmas.com/

Outro dia um pastor observou que eu deveria confessar ao leitor impenitente da Bacia, que não tem como concluir isso lendo apenas o que escrevo, que não vou à igreja faz mais de dez anos. Ele dava a entender que essa confissão provocaria uma queda sensível na minha popularidade; percebi imediatamente que ele estava certo, e que mais cedo ou mais tarde teria, para podar os galhos da celebridade (porque a fama é uma espécie de compreensão), deixar de contornar indefinidamente o assunto.

Quanto mais penso na questão, no entanto, mais chego à conclusão que o que tenho de confessar é o contrário, e ao resto do mundo, não aos amigos que convivem com desenvoltura entre termos como gazofilácio, genuflexão, glossolalia e graça irresistível. Devo explicações à gente comum que vê o domingo, incrivelmente, como dia de descanso – dia de ir à praia, de andar de bicicleta no parque, de abraçar os amigos ao redor de um churrasco, de correr atrás de uma bola ou de encontrar a paz diante de uma lata de cerveja e uma tela radiante.
Preciso confessar que durante trinta anos fui consumidor de igreja. Durante trinta anos fui dependente de igreja e trafiquei na sua produção.

Devo confessar o mais grave, que durante esses anos abracei a crença (em nenhum momento abalizada pela Escritura ou pelo bom senso) que identificava a qualidade da minha fé com minha participação nas atividades – ao mesmo tempo inofensivas, bem-intencionadas e auto-centradas – de determinada agremiação. Em retrospecto continuo crendo em mais ou menos tudo que cria naquela época, porém essa crença confortante e peculiar (espiritualidade = participação na igreja institucional) fui obrigado contra a vontade, contra minha inclinação e contra a força do hábito, a abandonar.

Preciso deixar claro que não guardo daqueles anos qualquer rancor; de fato não trago deles nenhuma recordação que não esteja envolta em mantos de nostalgia e carinho. Ao contrário de alguns, não sinto de forma alguma ter sido abusado pela igreja institucional; sinto, ao invés disso, como se tivesse sido eu a abusar dela. Minha impressão clara não é ter sido prejudicado pela igreja, mas de tê-la usado de forma contínua e consistente para satisfazer meus próprios apetites – apetites por segurança, atenção, glória, entretenimento, aceitação.

Se hoje encaro aqueles dias como uma forma de dependência é porque acabei aceitando o fato de que a igreja como é experimentada – o conjunto de coisas, lugares, atividades e expectativas para as quais reservamos o nome genérico de igreja – representam um sistema de consumo como qualquer outro. As pessoas consomem igreja não apenas da forma que um dependente consome cocaína, mas da forma que adolescentes consomem telefones celulares e celebridades consomem atenção – isto é, com candura, com avidez, mas muitas vezes para o seu próprio prejuízo.

Todo sistema de consumo confere alguma legitimação, isto é fornece ao consumidor pequenas seguranças e pequenas premiações que fazem com que ele se sinta bem, sinta-se uma pessoa melhor (ou em condições privilegiadas) por estar desfrutando de um produto ou serviço de que – e isto é importante na lógica interna da coisa – não são todos que desfrutam.

As igrejas institucionais, por mais bem-intencionadas que sejam (e, creia-me, há muito mais gente bem-intencionada envolvida na criação e na sustentação delas do que seria de se supor) funcionam precisamente dessa maneira. Não é a toa que tanto a palavra quanto o conceito propaganda nasceram, historicamente falando, nos salões eclesiásticos. Se hoje há shopping centers e roupas de marca é porque a igreja inventou o conceito de propaganda e de consumo de massa. Foi a igreja a primeira a vender a idéia de que vestir determinada camisa e ser visto em determinada companhia demonstram eficazmente o seu valor como pessoa; foi a primeira a promover a noção simples (mas cujo tremendo poder as corporações acabaram descobrindo) de que o que você consome mostra que tipo de pessoa você é.

As pessoas que consomem igreja não têm em geral qualquer consciência de que estão se dobrando a um sistema de consumo, mas as evidências estão ali para quem quiser ver. A igreja não é um lugar a que se vai ou um grupo de pessoas que se abraça, mas uma marca que se veste, um produto que se consome continuamente. Tudo de bom que costumamos dizer sobre a igreja reflete, secretamente, essa nossa obsessão com o consumo – “o louvor foi uma benção”, “o sermão foi profundo”, “o coro cantou com perfeição”, “a palavra atingiu os corações”, “Deus falou comigo”. Em outra palavras, tudo que temos a dizer sobre a experiência da igreja são slogans. Na qualidade de consumidores, o que fazemos é retroalimentar nossa dependência, promovendo continuamente nosso produto na esperança de angariar mais consumidores e portanto mais legitimação.

O curioso, o verdadeiramente paradoxal, é que nada nesse sistema circular de consumo (ou em qualquer outro) tem qualquer relação com espiritualidade, com fé ou com a herança de Jesus. Ao contrário, sabemos ao certo que Jesus e os apóstolos bateram-se até a morte no esforço de demolir a tendência muito humana de encarcerar (isto é, satisfazer) os anseios emocionais e espirituais das pessoas em sistemas de consumo e legitimação (isto é, sistemas de controle).

O russo Leo Tolstoi acreditava que, diante da suprema singeleza do ensino de Jesus, levantar (e em seu nome!) uma máquina implacável e arbitrária como a igreja equivalia a restaurar o inferno depois que Jesus tornou o inferno obsoleto. De minha parte, vejo a igreja institucional como um refúgio construído por mãos humanas para nos proteger das terríveis liberdades e responsalidades dadas por Deus a cada mortal e que Jesus desempenhou de modo tão espetacular. Por outro lado, talvez esse refúgio seja ele mesmo o inferno.

No fim das contas você não encontrará na igreja nada que não seja inteiramente atraente e desejável, e aqui está grande parte do problema. Vá a um templo evangélico no domingo de manhã e o que vai encontrar é gente amável, respeitável, ordeira, de banho tomado, sorridente, perfumada e usando suas melhores roupas – e é preciso reconhecer que há um público para esse tipo irresistível de companhia. O bom-mocismo reinante é tamanho, na verdade, que não resta praticamente coisa alguma do escândalo inicial do evangelho.
Enquanto descansamos nesse abraço comum a verdadeira igreja, onde estiver (e talvez exista apenas no futuro), estará por certo mais próxima do dono do bar, da vendedora de jogo do bicho, do travesti exausto da esquina, do divorciado com seu laptop, dos velhinhos que babam em desamparo e das crianças que alguém deixou para trás. Certamente não usará gravata e não terá orçamento anual nem endereço fixo.

Portanto nada tenho contra aquilo que a igreja diz, que é em muitos sentidos bom e justo, mas não tenho como continuar endossando aquilo que a igreja dá a entender – sua mensagem subliminar, por assim dizer, mas que fala muitas vezes mais alto do que qualquer outra voz.

Com o discurso eclesiástico oficial eu poderia conviver indefinidamente (como de fato já fiz), mas seu meio é na verdade sua mensagem, e frequentar uma igreja é dar a entender:

1. Que aquela facção da igreja é de algum modo mais notável, e portanto mais legítima, do que todas as outras;
2. Que o modo genuíno de se exercer o cristianismo é estar presente nas reuniões regulares e demais atividades de determinada agremiação, ou seja, que a devoção é uma espécie de prêmio de assiduidade;
3. Que o conteúdo da crença é mais importante do que o desafio da fé;
4. Que o caminho do afastamento do mundo, segundo o exemplo de João Batista, é mais digno de imitação do que o caminho do envolvimento com o mundo, segundo a vida de Jesus
;5. Que o modo de vida baseado na busca circular pela legitimação é mais respeitável do que o das pessoas que conseguem viver sem recorrer a esses refrigérios;
6. Que o modo adequado de honrar a herança de Jesus é dançar em celebração ao redor do seu nome, ignorando em grande parte o que ele fez e diz.

Está confirmada, portanto, a ambivalência da minha posição em relação à igreja institucional. Por um lado, sinto falta dos seus confortos; por esse mesmo lado, respeito a inegável riqueza de sua herança cultural, que não gostaria de ver de modo algum apagada. Por outro lado, ressinto-me de que o nome singular de Jesus permaneça associado a um monstro burocrático no que tem de mais inofensivo e opressor no que tem de mais perverso, quando sua vida foi a de um matador de dragões dessa precisa natureza. Dito de outra forma, não tenho como condenar a permanência de alguma manifestação da igreja, mas não tenho como justificá-lo se você faz parte de uma.

Em janeiro de 1996 Walter Isaacson perguntou a Bill Gates a sua posição sobre espiritualidade e religião. Sua resposta entrará para os anais da infâmia – e não a dele. “Só em termos de alocação de recursos, a religião já não é coisa muito eficiente. Há muita coisa que eu poderia estar fazendo domingo de manhã”. Em resumo, o que dois mil anos de cristianismo institucional ensinaram ao homem mais antenado da terra é que religião é o que os cristãos fazem no domingo de manhã.

Só não ouse criticar o cara por sua visão rasa de espiritualidade. Fomos nós que demos essa impressão a ele, e só a nós cabe encontrar maneiras de provar que ele está errado.

Invente uma.

sábado, 13 de novembro de 2010

[parte 35] O mundo de Sofia - Final

Alberto leva Sofia a uma livraria e fala sobre alertá-la sobre alguns falsos filósofos que ele considera aberrações e mostra então a seção de Espiritismo e Esoterismo. Depois caminha para outro canto da livraria e dá um presente a Sofia que a deixa pasma: um livro chamado “O Mundo de Sofia”.

Sofia ajuda a Alberto em sua estratégia para tentar escapar do livro (e mente) do Major tentando distrair a atenção do Major. Então, na festa de aniversário de Sofia, em meio de muitos acontecimentos bizarros, Sofia se despede de sua mãe e desaparece no meio da mata com Alberto.

______________

Nesse ponto do livro, há duas narrativas diferentes. Uma narra a vida de Alberto e Sofia no mesmo “mundo” que do Major e a outra narrativa se refere a Hilde e seu pai.

______________

Sofia e Alberto aparecem em uma rua no centro de uma grande cidade. Percebem então que conseguiram se livrar e comemoram muito. Contudo Sofia percebe que as pessoas não a notam e até atravessam-na como se ela fosse um fantasma. Alberto explica que isso é normal porque são personagens fictícios no mundo real e chama Sofia para ir até a casa de Hilde.

No caminho, eles param em uma lanchonete porque Alberto estava desesperado por café. Como não consegue pegar ou tomar um café por ser uma espécie de espírito, grita de raiva. Nesse momento, surge uma senhora muito parecida (se não idêntica) a vovó de chapeuzinho vermelho. Ela fala com eles, pedindo pra Alberto não se chatear e falando que há um local onde eles vivem e há um bom café. Alberto e Sofia vão até um local onde muitos personagens fictícios vivem porque suas histórias ainda são contadas. A vovó explica que enquanto aquelas histórias que fazem parte for contadas, eles viverão. Havia personagem morando lá a mais de 100 anos. A vovó então diz que eles já tem suas casas reservadas e podem ficar lá o tempo que quiser.

Sofia e Alberto acham o lugar maravilhoso, mas pede pra Alberto ir até a casa de Hilde conhecê-la, antes de voltar e ficar ali. Eles saem e vão até a casa de Hilde, onde Sofia a vê pessoalmente, o que a emociona. Por alguns instantes tenta conversar com Hilde, mas sabe que Hilde não a escuta (embora Hilde sinta isso de verdade). Vê seu pai (o Major) chegando e presencia o encontro dos dois, carregado de muita emoção. Emociona-se ainda mais por entender que nunca terá um momento como esse. Alberto a consola dizendo que Hilde também não terá muitos momentos como o de Sofia em seu novo mundo mágico e que isso é o que se pode entender como viver a vida.

Sofia se despede de Hilde (e Hilde sente) e volta para viver no lugar mais incrível que jamais poderia sonhar.

--------------

O pai de Hilde (o Major) chega em Copenhague (para aguardar sua conexão) e então é pego de surpresa com bilhetes e falas de sua filha por todo o aeroporto. Fica um tanto bravo por ver sua filha o guiar “remotamente” e por parecer que ela está em todos os lugares, mas entende a peça pregada por Hilde. Acha muito bem elaborada e fica até com certo ressentimento de ter feito isso com Sofia, na história que escrevera.

Ao chegar em casa, encontra sua filha num momento de muita emoção. Após um tempo e depois de muitas conversas de “recém chegado de viagem”, seu pai ainda fala bastante sobre o que pra ele seria o último capítulo do livro: o universo. Após conversar bastante sobre esse assunto, Hilde o abraça pela enésima vez agradecendo o presente mais incrível do mundo. Então cogitam em fazer isso novamente, com outro tema.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

[parte 34] O mundo de Sofia - Freud

Hilde acordou com o pesado fichário no colo e com a narrativa que tinha acabado de ler na cabeça “somos um planeta vivo... um barco navegando no oceano da vida”. Levantou, trocou de roupa e foi até a beira do lago. Pegou o barco e remou até o meio do lago com a narrativa sendo passada e repassada a todo o momento. Via a dança da natureza ao seu redor e chegou a sentir um pouco do que acreditava ser o sentimento de Drawin quanto navegou pelo mundo.

Após algum tempo, voltou a sua casa, tomou seu café e se pôs novamente a ler o fichário.

___________

Alberto então informa a Sofia que irá falar sobre Sigmund Freud. Sofia pede que ele se apresse pois em pouco tempo iria ter que ir embora. Alberto então começa a falar sobre Freud.

Podemos chamar Freud de filósofo da cultura. Ele nasceu em 1856 e estudou medicina na Universidade de Viena. Passou a maior parte de sua vida naquela cidade, justamente durante um período em que a vida cultural vienense perimentou uma fase de apogeu. Desde cedo Freud se especializou em neurologia. De fins do século passado até quase meados do nosso século, ele trabalhou na elaboração de sua “psicologia profunda” ou psicanálise.

Por psicanálise entende-se tanto a descrição da mente, da “psique” humana em geral, quanto um método de tratamento para distúrbios nervosos e psíquicos. Freud achava que sempre havia uma tensão entre o próprio homem e aquilo que o meio exigia dele. Não seria exagero dizer que Freud descobriu o universo de impulsos que regem o homem.

Para Freud, nem sempre a razão governa nossas ações. Consequentemente, o homem não é apenas um ser racional tão defendido pelos racionalistas do século XVII. Com frequências, impulsos irracionais determinam nossos pensamentos, nossos sonhos e nossas ações. Tais impulsos irracionais são capazes de trazer à luz instintos e necessidades que estão profundamente enraizados dentro de nós.

Mesmo aparentemente isso não sendo muito novo, Freud mostrou que essas necessidades básicas podiam vir à tona disfarçadas e tão modificadas que não
seríamos capazes de reconhecer sua origem. Assim disfarçadas, elas governariam nossas ações, sem que tivéssemos consciência disso. Além disso, Freud mostrou que as crianças também têm uma espécie de sexualidade. A afirmação da existência de uma sexualidade infantil causou repulsa entre os refinados cidadãos de Viena e fez de Freud um homem extremamente impopular.

Segundo Freud, quando veem ao mundo, os bebês satisfazem suas necessidades físicas e psíquicas de forma bastante direta e desinibida. Ele chama esse “principio de prazer” de ID. O id continua com a gente a vida toda, só que aos poucos vamos aprendendo a controlar nossos desejos a fim de nos adaptarmos ao nosso meio. Aprendemos a afinar nosso princípio de prazer com o principio da realidade. Freud da o nome de EGO a essa entidade reguladora. Mas pode acontecer de nós desejarmos intensamente algo que nosso meio não aceita ou sermos sempre tão censurados que, mesmo depois de adulto, simplesmente absorvemos as regras impostas e suprimimos alguns desejos totalmente. A isso Freud da o nome de SUPEREGO.

Após um longo período de experiência com pacientes, Freud chegou à conclusão que a consciência humana era apenas uma pequena parte de toda psique humana. Há outras partes chamadas por Freud de subconsciência e consciência.

Não podemos ter presente o tempo todo, todas as experiências que vivemos. Mas tudo o que pensamos ou vivemos e tudo de que nos lembramos quando pomos a cabeça pra funcionar Freud chama de “pré-consciente”. A expressão “inconsciente” significa, para Freud, tudo o que reprimimos. Quer dizer, tudo de que nós queremos nos esquecer a qualquer preço porque consideramos desagradável, indecoroso ou repulsivo. Quando temos desejos e prazeres que pra nossa consciência, ou para nosso superego, são insuportáveis, nós simplesmente os enfiamos no porão do inconsciente e assim nos livramos deles.

Esse mecanismo funciona em todas as pessoas sadias. Para algumas pessoas, porem, o ato de banir tais pensamentos desagradáveis ou proibidos é algo tão estressante que elas ficam doentes. É que aquilo que foi reprimido desta forma continua tentando emergir para o nível da consciência, de sorte que cada vez mais energia é desprendida para se manter tais impulsos longe da crítica do consciente.

Segundo Freud, algumas vezes mecanismos são usados pelo inconsciente para liberar alguns pensamentos proibidos. Um deles é o que Freud chama de “ato falho” ou algo que dizemos ou fazemos espontaneamente e que um dia tínhamos reprimido. Outro mecanismos é chamado por Freud de “racionalização” ou tentativas de mostrar a nós mesmo, e a outros, que temos outros motivos para fazer o que fazemos em certas situações e não revelamos os reais motivos que nos levaram a agir de certa maneira, simplesmente porque eles são constrangedores demais. Também há a “projeção” que trata-se do ato de transferir a outros as características que tentamos reprimir em nós mesmos.

Continuando, para Freud é importante prestar atenção aos sinais do inconsciente. Segundo ele, o “caminho real” que leva para o inconsciente passa pelos sonhos. Por essa razão, uma de suas mais importantes obras é o livro “A interpretação dos sonhos”, publicado em 1900. Nele Freud mostra que nossos sonhos não são meros acasos. Por meio dos sonhos, nossos pensamentos inconscientes tentam se comunicar com nosso consciente.

Conversaram ainda mais, mas Sofia pediu a Alberto que a deixasse ir embora dado a hora. Alberto, obviamente, consentiu, mas pediu a Sofia que lhe fizesse um favor. Como estava muito próximo a data limite para eles, segundo Alberto, era vital que Alberto pudesse correr com os preparativos da fuga de ambos, então pediu a Sofia que distraísse o Major em sua volta pra casa a fim de conseguir executar o que precisava. Sofia consentiu e saiu.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Tiririca = 1.350.000 votos!!!



São textos como esse abaixo que me fazem ainda sentir esperança no Brasil... Quem sabe pessoas com essa visão um dia passem a ser a maioria. Por enquanto, faço minhas as palavras de Arnaldo Jabor:



Brasileiro é um povo solidário. Mentira. Brasileiro é babaca.

Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida;

Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza;

Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade. ..

Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária. É coisa de gente otária.



Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.

Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada.

Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai.

Brasileiro tem um sério problema. Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.



Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira. Brasileiro é vagabundo por excelência.

O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo.

O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.

Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.



Brasileiro é um povo honesto. Mentira. Já foi; hoje é uma qualidade em baixa.

Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso. Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.

O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.



90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira..

Já foi. Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da Guerra do Paraguai ali se instalaram.

Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime.

Hoje a realidade é diferente. Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como 'aviãozinho' do tráfico para ganhar uma grana legal. Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas.

Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.



O Brasil é um pais democrático.. Mentira. Num país democrático a vontade da maioria é Lei.

A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente.

Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia. Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita.

Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores). Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar. Democracia isso? Pense!



O famoso jeitinho brasileiro. Na minha opinião, um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira.

Brasileiro se acha malandro, muito esperto.
Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar. No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto... Malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí?

Afinal somos penta campeões do mundo né??? Grande coisa...



O Brasil é o país do futuro.

Caramba , meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos. Dessa vergonha eles se safaram...

Brasil, o país do futuro !? Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo.



Deus é brasileiro. Puxa, essa eu não vou nem comentar...

O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.



Para finalizar tiro minha conclusão:

O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse texto, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente.

Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta. Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão. Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce!

Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim?

FAÇA A SUA PARTE (SE QUISER)


ARNALDO JABOR

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

[parte 33] O mundo de Sofia - Charles Darwin

Hilde acordou cedo. Sonhou a noite toda com trabalhadores em fábricas precárias, protestos e logo se lembrou do exercício proposto por John Rawl e de alguma forma ficou feliz em estar em Bjerkely. Então pegou seu fichário e voltou a ler.

___________

Uma pessoa bate a porta de Alberto. Era Noé trazendo consigo uma gravura que mostra todos os animais que foram salvos do grande dilúvio, entregou a Sofia e foi embora. Então Alberto, um tanto incomodado com a aparição de Noé, pediu para continuar com a aula.

Agora vamos falar de Charles Darwin. Darwin era biólogo e pesquisador natural, mas ele foi o cientista que, mais do que qualquer outro em tempos mais modernos, questionou e colocou em dúvida a visão bíblica sobre o lugar do homem na criação.

Darwin nasceu em 1809 na cidadezinha de Shrewsbury. Seu pai, o doutor Robert Darwin, era um médico muito conhecido na cidade e educou seu filho de forma muito severa. Quando Charles entrou para o liceu de Shrewsbury, o reitor dizia que ele era um jovem que vivia disperso e não fazia nada de sensato. Para o reitor, “sensato” era ficar decorando vocábulos gregos e latinos. E quando falava em viver disperso, ele estava pensando, entre outras coisas, no fato de Charles colecionar besouros de várias espécies.

Durante a época em que cursou teologia, Darwin interessou-se mais por aves e insetos do que pelas matérias do seu curso. Por esta razão, nunca tirava boas notas em suas provas do curso de teologia. Paralelamente ao curso de teologia, porém, ele conseguiu certo reconhecimento como pesquisador natural. Darwin também se interessava por geologia, provavelmente o ramo da ciência em fase de maior expansão naquela época. Em abril de 1831, depois de ter sido aprovado em seu exame de teologia, ele viajou pelo norte do País de Gales a fim de estudar formações rochosas e pesquisar fósseis. Em agosto do mesmo ano, com apenas vinte e dois anos, recebeu uma carta que viria a determinar todo o seu futuro.

A carta era de John Steven Henslow, seu amigo e professor. Nela, seu amigo dizia que lhe haviam pedido para indicar o nome de um pesquisador natural a um certo capitão Fitzroy, que, a mando do governo, partiria numa expedição com a incumbência de fazer o mapa cartográfico do extremo sul da América do Sul. Na carta, Henslow dizia que havia indicado o nome de Darwin, a seu ver a pessoa mais qualificada para tal missão; dizia, ainda, que não fazia a menor ideia de quanto pagariam para o tal pesquisador, mas que a viagem duraria dois anos.

Darwin ficou muito entusiasmado com a ideia, mas naquela época os jovens não podiam fazer nada sem o consentimento de seus pais. Darwin pediu a seu pai, que depois de muito vaivém acabou concordando e ainda teve de pagar a viagem do filho. Quanto ao salário, soube-se depois que não havia qualquer honorário previsto para o pesquisador.

O navio da marinha se chamava H. M. S. Beagle. Em 27 de dezembro de 1831, o Beagle zarpou de Plymouth com destino a América do Sul e só voltou para a Inglaterra em outubro de 1836. Os dois anos inicialmente previsto transformaram-se, portanto, em cinco. É que a viagem a América do Sul acabou se transformando numa volta ao mundo. E estamos falando aqui da mais importante viagem de pesquisa realizada em tempos mais modernos.

Darwin conseguiu reunir um farto material de pesquisa que, ao poucos, ia sendo enviado a sua terra natal. Suas reflexões sobre a natureza e sobre a história da vida, porém, ele as guardava para si. Quando voltou para casa, aos vinte e sete anos, já era um pesquisador famoso.

Dentro de si já havia também uma clara noção daquilo que viria a ser a sua teoria da evolução, mas apesar disso, muitos anos ainda se passaram até que ele publicasse sua obra principal. Isto porque Darwin era um homem muito cauteloso, traço característico de um bom pesquisador natural.

Sua obra “Sobre a origem das espécies” publicada em 1859 suscitou os mais calorosos debates na Inglaterra. Nesta obra Darwin defendia duas teorias ou teses principais: em primeiro lugar ele dizia que todas as espécies de plantas e animais que vivem hoje descendem de formas mais primitivas, que viveram em tempos passados. Ele pressupõe, portanto, uma evolução biológica. Em segundo, Darwin explica que esta evolução se deve à “seleção natural”.

A teoria da descendência de formas primitivas não era original de Darwin, mas ele foi o único que conseguiu reunir um vasto acerto para constatar que tal teoria era factível. Em suas viagens, Darwin observou alguns fósseis e outros indícios claros que evidenciaram essa teoria. Também nessa viagem, Darwin teve contato, através de um dos livros que levou, com uma teoria que lhe chamou bastante sua atenção, a teoria de Lyell. Segundo essa teoria, minúsculas alterações são capazes de provocar grandes alterações ao longo do tempo.

Baseado em Lyell e na observação dos embriões dos mamíferos que Darwin conseguiu achar a prova cabível. Ele observou que todos os embriões de mamíferos tinham quase a mesma forma e se desenvolvem do mesmo jeito. Darwin então consegue formular a teoria de evolução nos moldes científicos. Pequenos detalhes em cada um dos embriões diferenciavam elefantes de macacos, por exemplo.

Para explicar essas pequenas diferenças, Darwin mostra que as questões de adaptação a diversos fatores como alimentação, reprodução, autopreservação dentre outros faziam a diferença entre a permanência e a extinção de uma espécie.

Para essas pequenas alterações, Darwin dá o nome de mutação. São fugas do padrão da espécie que, em determinados momentos são ruins e não se perpetuam dentro da espécie. Mas em certas ocasiões podem fazer a diferença entre a continuidade e a extinção da espécie.

Um bom exemplo para a seleção natural seria pensar em três vacas leiteiras. Suponha que você possa cruzar apenas duas delas. Tendemos a pegar aquelas que dão mais leite, sejam mais resistentes e possuam características que nos mostre superioridade. Isso seria uma seleção artificial feita por nós, mas o princípio é o mesmo para a seleção natural. Darwin conseguiu ver claramente esse principio em várias ocasiões durante sua viagem.

Outro bom exemplo, dessa vez mostrando o lado da ação da mutação nos seres vivos, é de um besouro que vive em uma das florestas da europa. O local que vive é uma árvore de uma dada espécie que tem a cor acinzentada. Por algum tempo observou-se que aqueles que nasciam com cores mais escuras tendiam a ser mais detectados pro predadores e, por isso, perecerem depressa, impedindo assim que seu gene mais escuro continuasse. Com a poluição, essas árvores passaram a ficar mais escuras e as coisas se inverteram. Os besouros mais claros (a cor que era normal) passaram a fica em evidência e começaram a desaparecer. Aqueles que nasciam com a anomalia de ficar mais escuro, começaram a ter tempo de procriar dado que não ficavam mais em evidência. O resultado é que em algum tempo, todos os besouros passaram a ficar mais escuros, ou seja, a mutação evoluiu a espécie.

Darwin também arrisca palpites, embora não seja costumeiro, no que diz respeito a origem de tudo: “se (e como é imenso esse “se”!) pudéssemos imaginar um pequeno tanque aquecido, dentro do qual existam todo o tipo de sais de amônia e de fósforo, luz, calor, eletricidade etc. e se imaginarmos que lá dentro uma reação química dá origem a uma proteína que, por sua vez, é capaz de sobre alterações mais complexas...”

Por fim, baseado nos escritos de Darwin podemos dizer que somos um planeta vivo em si mesmo, que pertence a um outro planeta vivo. Somo um grande barco navegando ao redor de um sol incandescente no universo, mas cada um de nós também é um barco em si mesmo, carregado de genes navegando pela vida.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Eleições

Este post é uma súplica para aqueles que vão votar. Não interessa em quem, mas antes gaste alguns minutos para vem quem é seu candidato de verdade.

PARA AQUELES QUE JÁ TEM ALGUÉM EM MENTE PARA VOTAR

Antes de votar no seu candidato, cheque se o mesmo está em dia com seus deveres civis em criminais. Isso pode ser feito em:
http://divulgacand2010.tse.jus.br/divulgacand2010/jsp/index.jsp

Basta procurar por estado (ou escolher Brasil para a parte federal), depois o cargo e achar seu candidato. Ao encontrar, um clique no nome mostra a ficha completa dele para que possa ver todo seu histórico. Gaste alguns minutos antes de votar, isso faz muita diferença embora não pareça.

PARA AQUELE QUE AINDA NÃO DECIDIRAM

Se ainda não sabe em quem votar, há um site que pode ajudar de acordo com o que você diz sobre o que quer de um candidato. Acesse:
http://www.repolitica.com.br/

domingo, 12 de setembro de 2010

Uma rede social que pode salvar vidas

A iniciativa é muito legal. Um rede social que une as pessoas que querem doar sangue, as que já doam sangue, as que precisam de sangue e os voluntários que querem ajudar. Quem quiser saber mais acesse:



sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Deus (Laion Monteiro)

Infelizmente, há muita teologia que ajuda a matar Deus. Deus me livre da teologia de vanguarda. Se, na arte, a “vanguarda” serviu pra justificar quem não sabia pintar, escrever ou fazer filmes, na teologia, serviu para fazer de Jesus um personagem de novela das oito. Nada contra a teologia, ao contrário, julgo-a uma disciplina essencial para nos ensinar a ver o invisível. Mas, como disse Heine em relação aos teólogos de sua época, “só se é traído pelos seus”.


Muito bom... Vale a pena uma lida no texto completo http://laionmonteiro.wordpress.com/2009/01/19/deus/

terça-feira, 7 de setembro de 2010

[parte 32] O mundo de Sofia - Marx

Hilde quis pregar uma peça em seu pai e ligou para uns amigos da família que moravam em Copenhage (conexão de seu pai na volta para casa). Hilde explicou tudo detalhadamente e eles aceitaram fazer essa brincadeira com o pai dela.

Hilde e sua mãe passaram juntas todo o dia (uma espécie de compensação pelo sumiço dela nos últimos dias). Já no final da noite, Hilde voltou a pegar o fichário para ler.

___________

Sofia voltou da conversa com major e logo foi questionada novamente pela mãe. Contudo, com todo esse tempo, ela já sabia lidar bem com a situação e a coisa se resolveu. Sua mãe lhe informou que havia chego uma carta e Sofia logo foi ver o que era. A carta trazia o seguinte texto: “De que serve o eterno criar, se a criação em nada acabar?”

Na manhã seguinte, Jorunn veio até a casa de Sofia e ambas ficaram revendo todos os detalhes da festa.

Na quinta-feira, 21 de julho, Alberto ligou. Falou alguma coisa sobre saber como sair da prisão que eles estavam, mas não foi muito claro. Pediu a Sofia que fosse até ele nesse dia e no outro pra que haja tempo de ver tudo que precisam. Sofia então sai para encontrá-lo.

A caminho do encontro com Alberto, Sofia se depara com Scrooge, um rico contador sentado em sua escrivaninha em meio aos seus papeis. Mais a frente, Sofia encontra uma menininha mal trapinha que lhe oferece uma caixa de fósforos. Sofia fica com dó e compra a caixa para ajudá-la. Então a menininha fala que está a mais de 100 anos ali tentando vender isso e não consegue. Finaliza a conversa falando que trabalha para o Scrooge.

Sofia, irritada, leva a menina até Scrooge e cobra dele um pouco mais de decência em tratar seus empregados. Scrooge afirma que isso é bobagem e que "só há justiça entre iguais". A menininha, enfurecida, ateia fogo assustando Scrooge e Sofia. Sofia corre para apagar o fogo e consegue, mas no final vê que está sozinha na mata com uma caixa de fósforo na mão.

Sofia chega a casa do major e conta a Alberto. Alberto diz, meio irritado, que isso tudo foi feito pelo Major para dar a introdução em seu próximo assunto, Karl Marx e então começa sua aula.

Em 1841, quando Kierkegaard foi a Berlim, é provável que ele tenha se sentado ao lado de Karl Marx nas palestras de Schelling. Kierkegaard tinha escrito uma tese sobre Sócrates e, na mesma época, Karl Marx tinha defendido seu doutorado sobre Demócrito e Epicuro, ou seja, sobre o materialismo na Antiguidade.

De inicio é interessante dizer que sua tese não é o que foi chamado posteriormente de Marxista. O próprio Marx se tornou um Marxista muito depois desse movimento ser consolidado.

Suas testes diziam que as relações materiais de uma sociedade são chamadas de bases destas sociedades. A política, religião, moral, arte, filosofia e ciências são chamadas por sua vez de superestruturas. É uma clara alusão a uma construção onde se tem a base (alicerce) para pode existir as estruturas em cima dela.

Nessa linha de pensamento, Marx afirma que as condições materiais sustentam todos os pensamentos e idéias de uma sociedade, ou seja, uma superestrutura de uma sociedade é o reflexo de sua base material.

Então Marx trabalha esses conceitos e afirma que a relação entre base e superestrutura de uma sociedade há o que ele chama de "tensão", nos moldes de Hegel, por isso Marx é conhecido como um "materialista dialético".

Então Marx diz que, quando se observa de perto a base (a sociedade), esta apoiada-se em três camadas. A primeira camada ele chama de “condições naturais de produção” de uma sociedade, ou seja, o habitat natural onde está uma sociedade como por exemplo a vegetação, riqueza do solo e outros. Isso é uma espécie de muro de arrimo e dita o tipo que a sociedade que será moldada, sua culturas e outros pontos importantes.

A próxima camada é chamada “força de produção” ou a força de trabalho do próprio homem, juntamente com suas ferramentas e equipamentos que Marx chama de “meios de produção”.

A ultima camada, e a mais complicada, é chamada de “relações de produção”. Trata-se de quem detém os meios de produção de uma sociedade e de como o trabalho é organizado no interior da sociedade. Para Marx, o modo de produção de uma sociedade determina que relações políticas e ideológicas podemos encontrar nela.

Marx afirma que, em geral, era a classe dominante numa sociedade que determinava o que é certo e o que é errado para a própria sociedade. Para ele, toda a história era a história das lutas de classes, ou seja, a quem deveria pertencer os meios de produção.

Quando mais jovem, Marx estudava a dialética entre homem e natureza então formulou uma conclusão: quando o homem altera a natureza, ele mesmo se altera. Em linhas gerais pode-se dizer que Marx dizia que quando o homem trabalha, ele interfere na natureza e deixa nela suas marcas; mas neste processo de trabalho também a natureza interfere no homem e deixa marcas em sua consciência.

Nessa linha de raciocínio, Marx afirma que o conhecimento do homem está diretamente e intimamente relacionado ao se trabalho. Como no sistema capitalista vivido por Marx o trabalhador trabalha para outra pessoa, seu trabalho é algo externo a ele mesmo; em outras palavras, seu trabalho não lhe pertence. Com isso o trabalhador acaba por se alienar em seu trabalho e, portanto, aliena-se com relação a si mesmo perdendo sua dignidade humana.

Na visão de Marx, quando falamos em capitalismo, falamos do trabalhador ceder seu trabalho e sua condição de dignidade humana para outra pessoa de forma escrava ou semi-escrava (pseudo salário). Isso motiva Marx a publicar, em 1848 com seu amigo Friedrich Engels, o famoso “Manifesto Comunista”.

Seu principal alvo era as fabricas capitalistas que tinham pessoas fabricando coisas, deixando cada vez mais ricos seus donos, enquanto os trabalhadores viviam em condições subumanas. A isso ele chama de “exploração”.

Detalhando melhor, quando algo é criado numa fábrica, isso tem um valor de mercado. Quando se é descontado o valor de mercado, o salário do empregado e os impostos, sobram-se sempre certa quantia, a essa quantia Marx chama de “mais-valia” ou lucro. Contudo para Marx, esse lucro não é do dono da fábrica, é do empregado que fez o produto, por isso Marx usa o termo exploração quando fala sobre esse relacionamento.

Com essa parte que lhe sobra, o capitalista dono da fábrica, tende a aplicar um montante do lucro em benfeitorias em sua fabrica, visando a modernização dela. Essa modernização vira um diferencial competitivo (possibilitando preços mais baixos) para o capitalista. Também acaba por gerar desemprego de alguns dado a não-serventia trazido pela modernização. Esse diferencial logo é alcançado por outros capitalistas e assim o ciclo se reinicia. Então demite-se mais, abaixa-se salários para não sacrificar os lucros e a coisa toda gira em torno disso. É disso que se originam as grandes crises, na visão de Marx.

Marx então afirma que esse modo de produção é contraditório em si mesmo por falta um controle racional que consiga frear esse ciclo antes de sua autodestruição e, por sua vez, da inevitável crise.

O desfecho disso, segundo Marx, seria uma grande revolução proletária onde o proletariado subjugaria a burguesia. Essa fase de transição seria a “ditadura do proletariado” e culminaria no que Marx acreditava ser a sociedade sem classes sociais, ou o comunismo, onde cada um trabalharia de acordo com sua capacidade e ganharia de acordo com suas necessidades.

Apesar dos cientistas políticos atuais provarem que Marx estava enganado em vários pontos importantes, inclusive em suas análises críticas sobre o capitalismo e sobre a desconsideração do uso da natureza, o marxismo provocou grandes transformações.

O socialismo, que se baseia em Marx, revolucionou muitas sociedades em ferozes embates políticos e, embora não totalmente implantado, contribuiu extraordinariamente para a vida que todos temos hoje, muito mais humana quando comparado à vida dos tempos de Marx.

Um grande exercício de sociedade justa, cerne das teorias de Marx, pode ser feito por qualquer um. Esse exercício foi proposto por John Rawl, um filosofo Marxista.

Imagine que você fosse membro de um alto conselho cuja a tarefa fosse elaborar todas as leis de uma sociedade do futuro. Os membros do conselho teriam de pensar em absolutamente tudo, pois assim que estivessem de acordo com todas as questões e assinassem as leis, cairiam mortos e em alguns segundos voltariam a vida exatamente na sociedade cujas as leis tinham elaborado. E agora vem o mais importante: nenhum deles saberia onde acordaria nesta sociedade, que dizer, ninguém saberia qual seria a posição que iria ocupar dentro dela.

Tal sociedade seria uma sociedade justa, pois cada um estaria entre seus iguais, mesmo no quesito do sexo, porque poderiam nascer homens ou mulheres, o que acarretaria uma sociedade igualmente atrativa tanto para homens quando para mulheres.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

[parte 31] O mundo de Sofia - Kierkegaard

Hilde desceu e foi preparar um lanche para levar a sua mãe, afinal sua mãe estava o dia todo preparando o barco para a volta do pai de Sofia.

Hilde e sua mãe conversaram sobre a volta de seu pai. Hilde quis confirmar que seu pai faria uma escala em Copenhague, assim como um casal chamado Anne e Ole.

Então, ao final do lanche, Hilde disse a sua mãe que iria voltar a ler. Sua mãe concordou, com um ar de reprovação por ter a sensação que o pai de Hilde estava querendo controlar as coisas remotamente. Tudo porque o major havia pedido a Hilde que acabasse de ler o livro antes que ele chegasse e isso estava tomando todo o tempo de Hilde.

Hilde mencionou, num tom irônico, que seu pai andava controlando bem mais que isso ultimamente, e voltou ao seu quarto para continuar a leitura.

___________

Dessa vez Sofia foi visitada pessoalmente por Alice (do “Pais das maravilhas”) a qual lhe entregou dois frascos: um vermelho e um azul. Ambos traziam a instrução: “beba-me”.

Sofia relutou um pouco, mas com a aprovação de Alberto, decidiu experimentá-los iniciando pelo frasco vermelho. Assim que tomou o liquido vermelho teve a sensação que tudo estava grudado, formando uma coisa só.

Decidiu então tomar o liquido azul e passou instantaneamente a olhar tudo de maneira reversa, como se cada canto, cada item fosse um mundo novo e tivessem ocorrendo ali milhares de acontecimentos.

Alberto entendeu o significado do liquido. O frasco vermelho era a essência do panteísmo (a filosofia da unidade) e o frasco azula era a essência do individualismo. Então Alberto continuou sua aula.

Aos 17 anos, Sören Kierkegaard começou a estudar teologia, mas logo foi se interessando cada vez mais por questões filosóficas. Doutorou-se aos vinte e oito anos com a tese “O conceito da ironia de Sócrates”. Ele viajou em 1841 para Berlim, onde assistiu a conferências de alguns filósofos, dentre eles Schelling.

Kierkegaard assumiu uma postura radicalmente oposta ao sistema de Hegel. Para Kierkegaard, mais importante do que a busca de uma VERDADE com letras maiúsculas era a busca por verdades que são importantes para cada indivíduo. Em suma, Kierkegaard não está nem um pouco interessando numa descrição genérica da natureza ou do “ser” humano. O fundamental para ele é a existência de cada um. Para ele, o homem não experimenta sua existência atrás de uma escrivaninha. Somente quando agimos, e sobretudo quando fazemos uma escolha, é que nos relacionamos com nossa própria existência.

Exemplificando, se alguém é atingido com uma flecha venenosa, a pessoa não fica confabulando se a flecha é da madeira tal, se a ponta da flecha é de osso ou de pedra. Ela se preocupa de verdade é em sobreviver e seu foco passa a ser pensar muito sobre isso.

Kierkegaard cria então um conceito de que a verdade é subjetiva, ou seja, as verdades realmente importantes são as verdade pessoais. Para ele, é preciso distinguir entre a questão filosófica para saber se Deus existe e a relação do indivíduo para com essa mesma questão. Trata-se aqui de questões com as quais cada um tem de se confrontar sozinho. Além disso, só podemos abordar estas questões através da fé. Kierkegaard não considera essencial aquilo que somos capas de compreender com a nossa razão.

Antes de Kierkegaard, muitos tinham tentado provar a existência de Deus ou então entendê-la racionalmente. Mas quando nos envolvemos com tais provas de existência de Deus ou com tais argumentos racionais, perdemos nossa fé, e com ela, nosso fervor religioso. Isso porque o fundamental não e saber se o cristianismo é verdadeiro, mas se é verdadeiro pra mim.

Kierkegaard achava que havia três possibilidades (ou estágios) diferentes de existência: estágio estético, estágio ético e estágio religioso.

Quem vive no estágio estético vive o momento e visa sempre o prazer. Bom é aquilo que é belo, simpático e agradável. Aquele que vive no estado estético está sujeito a sentimentos de medo e sensações de vazio.

O próximo passo para aqueles que vivem no estágio estético e o estágio ético é marcado pela seriedade e por decisões consistentes, tomadas segundo padrões morais (como a “ética do dever” de Kant). O essencial não é necessariamente o que se considera certo e errado e sim a decisão de se posicionar em relação ao que é certo e errado. O esteta se interessa apenas pelo que é divertido ou entediante.

Já aqueles que evoluem mais, vivem no que Kierkegaard chama de estágio religioso. Preferem a fé ao prazer estético e aos mandamentos da razão. Segundo palavras do próprio Kierkegaard, embora possa ser desesperador cair nas mãos do Deus vivo, só nesse caso o homem pode se reconciliar com sua própria vida.

Sofia então se despede de seu professor porque vê que já está quase na hora de retornar a sua casa e não quer mais problemas com sua mãe.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

[parte 30] O mundo de Sofia - Hegel

Hilde ficou pensando em como pregaria uma peça em seu pai, afinal não seria justo o que ele estava fazendo com Sofia e Alberto, então continuou a leitura.

___________

Geog Wihelm Friedrich Hegel (1770 – 1831) foi um legítimo filho do Romantismo. Hegel diz que a razão é algo dinâmico, um processo. A “verdade” não é outra coisa senão esse processo. Para ele, fora do processo histórico não existe qualquer critério capaz de decidir sobre o que é mais verdadeiro e o que é mais racional.

Para Hegel, não podemos separar uma filosofia ou um pensamento do seu contexto histórico. Ele acreditava que a razão é “progressiva”, pois sempre se acrescenta algo novo ao que já existia. Isso significa que o conhecimento humano progride cada vez mais e camainha com a humanidade toda em sua eterna marcha que resultaria em um ruma a uma consciência cada vez maior de si mesmo.

Hegel dizia que quem se dedica ao estudo sério da história percebe que geralmente um novo pensamento surge com base em outros formulados anteriormente. Uma vez formulado, porém, o novo pensamento será inevitavelmente contradito por outro. Aparecem, assim, duas formas de pensar que se opõem e entre elas há uma tensão. Esta tensão é quebrada quando um terceiro pensamento é formulado, dento do qual se acomoda o que havia de melhor nos dois pontos de vistas precedentes. A toda essa dinâmica, Hegel dá o nome de “evolução dialética”.

Em suma, Hegel cria a “tese” ou posição (a primeira nova idéia), a “negação” ou antítese (a segunda nova idéia, que é contrária a primeira) e por fim surge a “negação da negação” ou síntese onde se extrai o melhor das duas idéias.

Com relação à sociedade, Hegel acredita que o Estando é “mais” do que o cidadão isolado. Ele é mais do que a soma de todos os cidadãos. Hegel acha impossível “desligar-se” da sociedade, por assim dizer. Para ele, quem dá as costas à sociedade em que vive e prefere “encontrar a si mesmo” é um louco.

Para justificar sua posição sobre a sociedade, Hegel argumenta que o espírito do mundo retorna a sim mesmo em três estágios. O primeiro ele chama de “razão subjetiva” que é quando um espírito do mundo toma consciência de si mesmo. Depois, o espírito do mundo atinge um nível mais elevado de consciência na família, na sociedade e no Estado e Hegel dá a esse nível o nome de “razão objetiva”. Mas só na “razão absoluta” é que, segundo Hegel, o espírito do mundo atinge a forma mais elevada de autoconhecimento. Essa razão absoluta é a arte, a religião e a filosofia, mas dentre elas, a filosofia é a forma mais elevada da razão, pois na filosofia o espírito do mundo reflete sobre seu próprio papel da história. Portanto é só na filosofia que o espírito do mundo encontra-se a si mesmo.

domingo, 15 de agosto de 2010

O amor que se vai

Uma ampla e lógica abordagem sobre o amor feita pelo psicanalista Flavio Gikovate. No mundo contemporâneo, os relacionamentos são menos definitivos e as separações ficaram tão cotidianas… Mas ainda sempre muito doloridas. Diante da perda de algo ou alguém importante, impossível não sentir que “meu mundo caiu”.

E já que estamos passando por uma epidemia de separações geradas pela crise mundial (perda de emprego, perda de bens, mudança de país, e separações amorosas propriamente ditas), talvez seja mesmo a hora de falarmos desse assunto indesejado.

Diante dos efeitos catastróficos de uma separação, é preciso ter também um lado prático. Se meu mundo caiu, como vou reconstruí-lo?

O psicanalista Flavio Gikovate aborta esse tema de maneira simplificada e prática no programa Café Filosófico CPFL gravado no dia 30 de setembro, em São Paulo.
















Se quiser assistir o programa na íntegra, sem contes, clique aqui.

domingo, 1 de agosto de 2010

Coisas da Alma - Sobre Deus


Nesse primeiro capítulo, Rubem Alves deixa claro a visão dele sobre Deus:
  • O que achamos sobre Deus não abala o próprio Deus, pois Deus sempre nos amará independente do que façamos ou achemos dele.
  • Por pretensão ou tentativa de entendimento, tendemos a limitar e atribuir fatos e argumentos a Deus sem que consigamos prová-los.

Mas, frente ao que foi proposto pelo autor, surge as seguintes questões:
  • Neste capítulo (e nos subseqüentes), Rubem Alves não questionou a existência de Deus como ele faz com outras entidades ou situações, por quê?
  • Porque Rubem Alves afirma que Deus não se importa com o que pensamos do próprio Deus?
  • Onde ele encontra indícios disso?
  • Isso é bom ou ruim?
  • Afinal, se Deus nos criou, porque Deus não se importaria com que achamos dele?

Iniciando os estudos, acredito que, como eu, Rubem Alves crê que a existência de Deus se firma em pontos diversos não em apenas um ponto propriamente dito. Racionalmente (como sempre tendemos pensar) podemos dizer que a existência de Deus se faz necessário pelos seguintes motivos:
  • É a única explicação racional para o inicio de tudo. Por mais que toda a ciência tenta explicar o início de tudo, sempre há um ponto que se faz necessário uma força desconhecida, mas poderosa, para que se crie algo. Os adeptos do “big bang” (evolucionistas) têm que darem o braço a torcer quando são questionados sobre quem ou o que criou a massa crítica que explodiu. REF: http://www.apologia.com.br/?p=65
  • É a única explicação racional para o perfeito funcionamento de tudo. Mesmo para os mais céticos, não há como fugir do fato que alguma força incrivelmente poderosa necessariamente precisou colocar tudo em ordem, ou seja, arquitetar o que vemos hoje. REF: http://www.apologia.com.br/?cat=6

Sem contar nas necessidades emocionais supridas quando temos a existência de Deus assegurada.

Vejamos uma conclusão, no mínimo interessante, de um postulado de William Lane Craig (clique aqui para ler na íntegra) analisando a existência de Deus sob o ponto de vista racional:

"Dado o princípio intuitivamente óbvio de que tudo que começa a existir tem uma causa para sua existência, somos levados a concluir que o universo tem uma causa para a sua existência. Com base no nosso argumento, esta causa deve ser não-causada, eterna, imutável, atemporal e imaterial. Além disso, ela deve ser um agente pessoal que livremente escolhe criar um efeito no tempo. Portanto, com fundamento no argumento cosmológico de Kalam, concluo que é racional crer que Deus existe."


Voltando a analisar a argumentação de Rubem Alves, acredito que ele chega a conclusão da indiferença de Deus sobre nossos "achismos" pelos seguintes motivos:
  • Não faz nenhum sentido o criador ficar a mercê de julgamentos de sua criação.
  • Se o criador for fortemente abalado pelo julgamento de sua criação não haverá a imparcialidade necessária para que ele zele pela sua criação.
  • Se o criador for fortemente abalado pelo julgamento de sua criação anularia o principal conceito e finalidade da criação, proclamado pelo próprio criador, que é o AMOR PERFEITO.

Os indícios apresentados por Rubem Alves sobre esse assunto são:
  • A bíblia sagrada. Citando a passagem onde Jesus diz que o sol brilha sobre os juntos e injustos.
  • A lógica. Como já visto neste texto e frente a uma grande literatura existente.
  • A experiência de vida. Rubem Alves cita em outros trechos do livro e em várias outras obras que essa afirmação é a única que condiz com o que ele experimentou em sua vida.

Sobre a questão de ser boa ou ruim essa visão sobre Deus, Rubem Alves:
  • Apresenta uma visão a partir de um ponto de vista extremamente positivo e carinhoso.
  • Usa sempre expressões que mostram grande ternura de Deus por nós exatamente por esse motivo.
  • Mostra que isso preserva algo vital para nós, a imutabilidade de Deus e de seu amor.
Contudo pessoas tendem a refutar essa idéia porque:
  • (os temerosos) Tem medo do Deus que elas acreditam seja um Deus imparcial e frio. Com isso tiram-lhes a sensação que Ele nos ouve e se importa conosco.
  • (os fanáticos) Dizem não condizer com a realidade que elas presenciam diariamente onde Deus lhes beneficia constantemente mediante obediência ou os pune por desobedecer ou por querer mostrar que está errado.
  • (os descrentes) Pelo estado degradado que vêem o mundo e toda sociedade hoje.
Em suma, quase todos tem medo de que esse Deus "indiferente" não os livrem do mal. Frente a esse tema, Jeimes Quintas apresenta uma teoria sobre “o problema do mal” muito interessante e que vale a pena ser lida por completo (clique aqui para ler na íntegra). Os principais pontos de sua teoria são:
  • Um mundo sem qualquer tipo de mal não é um mundo bom porque o que cria o mal são necessidades e desejos. Para se extinguir o mal, precisamos extinguir as necessidades e os desejos e isso tornaria o mundo sem sentido, assim como nossa vida.
  • Um mundo com menos mal do que o nosso, por mais que se reduza esse mal a algo mínimo, será sempre considerado exageradamente mal pelos seus habitantes. Baseados nisso também podemos afirmar que não é possível a existência de um mundo melhor do que o atual.
  • Não há muito mal no mundo, nós humanos é que damos um alto valor ao que enxergamos como mal.

Finalizando, será que Deus não se importa realmente conosco ou...
  • Somos parciais demais para julgar isso?
  • Tendemos a julgar essa questão de um ponto de vista distorcido?
  • Mesmo que a razão aponte para algo contrário com extrema coerência, nossa emoção (na maioria das vezes tendenciosa) nos leva a sentimentos contrários resultando em confusões de conceitos?
  • Somos sujeitos a influências de outros de nossa espécie quase sempre resultando em confusões de conceitos?

Concluindo, não podemos comprovar cientificamente que Deus realmente exista e que ele não se importe com o que achamos dele. Porém pela lógica concluímos que sua existência é real e necessária e somente assim justificamos tudo que existe. Também pela lógica, o que achamos de Deus não pode abalar o ser Deus em sua essência. Por fim, o ser humano tende a confundir-se frente a necessidade do Deus que muda as leis da natureza em virtude do beneficio próprio ou de seus próximos.