segunda-feira, 16 de agosto de 2010

[parte 30] O mundo de Sofia - Hegel

Hilde ficou pensando em como pregaria uma peça em seu pai, afinal não seria justo o que ele estava fazendo com Sofia e Alberto, então continuou a leitura.

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Geog Wihelm Friedrich Hegel (1770 – 1831) foi um legítimo filho do Romantismo. Hegel diz que a razão é algo dinâmico, um processo. A “verdade” não é outra coisa senão esse processo. Para ele, fora do processo histórico não existe qualquer critério capaz de decidir sobre o que é mais verdadeiro e o que é mais racional.

Para Hegel, não podemos separar uma filosofia ou um pensamento do seu contexto histórico. Ele acreditava que a razão é “progressiva”, pois sempre se acrescenta algo novo ao que já existia. Isso significa que o conhecimento humano progride cada vez mais e camainha com a humanidade toda em sua eterna marcha que resultaria em um ruma a uma consciência cada vez maior de si mesmo.

Hegel dizia que quem se dedica ao estudo sério da história percebe que geralmente um novo pensamento surge com base em outros formulados anteriormente. Uma vez formulado, porém, o novo pensamento será inevitavelmente contradito por outro. Aparecem, assim, duas formas de pensar que se opõem e entre elas há uma tensão. Esta tensão é quebrada quando um terceiro pensamento é formulado, dento do qual se acomoda o que havia de melhor nos dois pontos de vistas precedentes. A toda essa dinâmica, Hegel dá o nome de “evolução dialética”.

Em suma, Hegel cria a “tese” ou posição (a primeira nova idéia), a “negação” ou antítese (a segunda nova idéia, que é contrária a primeira) e por fim surge a “negação da negação” ou síntese onde se extrai o melhor das duas idéias.

Com relação à sociedade, Hegel acredita que o Estando é “mais” do que o cidadão isolado. Ele é mais do que a soma de todos os cidadãos. Hegel acha impossível “desligar-se” da sociedade, por assim dizer. Para ele, quem dá as costas à sociedade em que vive e prefere “encontrar a si mesmo” é um louco.

Para justificar sua posição sobre a sociedade, Hegel argumenta que o espírito do mundo retorna a sim mesmo em três estágios. O primeiro ele chama de “razão subjetiva” que é quando um espírito do mundo toma consciência de si mesmo. Depois, o espírito do mundo atinge um nível mais elevado de consciência na família, na sociedade e no Estado e Hegel dá a esse nível o nome de “razão objetiva”. Mas só na “razão absoluta” é que, segundo Hegel, o espírito do mundo atinge a forma mais elevada de autoconhecimento. Essa razão absoluta é a arte, a religião e a filosofia, mas dentre elas, a filosofia é a forma mais elevada da razão, pois na filosofia o espírito do mundo reflete sobre seu próprio papel da história. Portanto é só na filosofia que o espírito do mundo encontra-se a si mesmo.