terça-feira, 30 de março de 2010

[parte 07] O mundo de Sofia - O destino

Sofia lia sobre Demócrito enquanto vigiava a caixa de correio. Resolveu então ir novamente até a caixa para ver se havia algo e, quando saiu a porta, viu que bem próximo a porta havia um envelope branco com seu nome escrito.

O professor misterioso resolveu deixar o envelope na porta ao invés de deixar na caixa de correio. Sofia desconfiou que o professor misterioso a viu na janela, por isso resolveu deixar o envelope na porta, mas percebeu que o envelope estava um pouco úmido nas bordas e com algumas marcas profundas... Porque será?

Dentro do envelope haviam 3 perguntas:
  • Você acredita em destino?
  • As doenças são um castigo dos deuses?
  • Que forças governam o curso da história?
Como de costume, Sofia pensou e repensou em todas essas perguntas, filosoficamente falando. Enquanto pensava, escreveu uma carta ao professor misterioso dizendo que todos estavam gostando do curso, mas queriam conhecê-lo, portanto se ele pudesse dizer quem era teria como recompensa um café e biscoitos em um horário que sua mãe estivesse trabalhando.

Sofia decidiu colocar a carta em um envelope rosa e escreveu "Ao senhor filósofo" na frente do envelope. Então elaborou um enorme estratégia para conseguir deixar o envelope na caixa do correio sem que sua mãe visse, afinal a situação entre elas estava estanha depois de alguns papos filosóficos da parte dela.

Naquela noite, Sofia foi deitar mais cedo. Sua mãe insistiu pra que ficasse mais, mas ela se recusou. Ficou observando a caixa do correio de seu quarto. Ao dormir, sua mãe a questionou sobre estar vigiando a caixa do correio e sobre seu pseudo namorado. Sofia teve que manter essa história que a incomodava. Deu a entender que seu pseudo namorado não era mais velho e nem drogado, apenas gostava de filosofia. Sentia pena da mãe, mas não via outra possibilidade.

Quando estava exausta e quase dormindo próximo a janela, ouviu um barulho e viu um homem se aproximar, olhar pra sua janela (ela tinha deixado a luz apagada) e em seguida colocar um envelope amarelo e retirar seu envelope rosa da caixa do correio.

Desceu sorrateiramente para pegar o envelope e subiu para ler seu conteúdo em seu quarto. Antes de falar sobre a filosofia, o professor misterioso deixa claro nas folhas datilografadas que não é para ela segui-lo. Eles irão se conhecer, mas quando seu professor achar conveniente.
O destino

Os gregos eram fatalistas (acreditam que tudo está previamente determinado), conceito que vemos até os dias de hoje entre as pessoas em todos os lugares. As maiores evidências são as crenças em sorte, horóscopos, adivinhos... Enfim, oráculos em geral. É muito comum vermos pessoas famosas e até chefes de estado que só iniciam o ano ou uma ação se consultar antes seus oráculos.

Na Grécia isso era tão forte que havia uma crença unânime que o famoso oráculo de Delfos lhes falariam sobre o futuro. Basicamente o oráculo era uma ponte entre Apolo (o deus que sabia tudo) e os homens. Mas Apolo falava através de Pítia, uma sacerdotiza que ficava sentada em um banquinho sobre uma fenda na terra de onde subiam vapores inebriantes e a faziam entrar numa espécie de transe. Para interpretá-la, era necessário a presença de outros sacerdotes, que também faziam a vez de levar as dúvidas dos homens até Apolo.

Nesse local havia uma inscrição "Conhece-te a ti mesmo" para lembrar o povo de sua posição perante os deuses. Também era forte a crença de quem fugir de seu destino, acaba correndo para ele. Essa crença deram origem as famosas tragédias gregas como a do rei Édipo.

A Ciência da História e a Medicina

Com as novas idéias trazidas pelos filósofos da natureza, surge a ciência da história entre os gregos cujo objetivo era encontrar causas naturais para o curso da história universal. Perder uma guerra não era mais atribuído ao desejo de vingança dos deuses. Os historiadores gregos mais conhecidos são Heródoto (484-424 a.C.) e Tucídides (460-400 a.C.).

Os gregos também atribuíam as doenças ao deuses e seus castigos. Até hoje vemos isso em alguns termos da medicina moderna como o termo influenza empregada para algumas categorias de enfermidades. Essa palavra tem o significado de "influência" para determinar a influência dos deuses em doenças da época pré-filosófica.

Durante esse período, surge Hipócretes (nascido na ilha de Cós por volta de 460 a.C.). Ele é um dos fundadores das ciências médicas, cujo objetivo era buscar explicações naturais para saúde e doenças. Segundo Hipócretes, os meios mais eficazes de prevenir doenças era a moderação e um modo de vida saudável. Quando o home ficava doente, Hipócretes acreditava que sua natureza tinha saído dos trilhos por algum desequilíbrio corporal ou anímico.

Hipócretes também foi o criador da ética médica e do juramento conhecido até hoje como o juramento de Hipócretes dos médicos.
Sofia acorda assustada e confere se não foi um sonho tudo que aconteceu. Acha as folhas e o envelope amarelo da noite anterior. Mas acha também uma echarpe vermelha com o nome HILDE bordado na bainha. Como isso pode ser possível? Como aquilo apareceu ali?