terça-feira, 23 de março de 2010

[parte 04] O mundo de Sofia - A visão mitológica do mundo

No outro dia, Sofia checa a caixa de correios logo pela manhã e não encontra nada. Vai para escola e as horas se arrastam para o termino das aulas. Não via a hora de retornar pra casa e ver se chegou algo novo pra ela.

Ao retornar da escola, checa a caixa postal de sua casa e vê um cartão de seu pai dizendo que estava tudo bem, com saudades e que já tinha lido os 22 livros que levou. Também encontra um envelope amarelo pra ela contendo várias folhas datilografadas.

A visão mitológica do mundo

Falamos de filosofia, mas é importante sabermos como as pessoas sanavam seus anseios culturais e filosóficos antes da filosofia para então entender seu surgimento.

Em suma, vimos que as pessoas precisam saber o porquê de algumas perguntas básicas e o porquê também que aconteciam eventos fora do contexto cotidiano como secas e estiagens ou chuvas e inundações. Além disso, precisavam achar um meio pra que pudessem participar disso e sentir-se com alguma importância, cuidadas ou úteis. Então surgem os mitos, que por sua vez fez surgir os rituais de sacrifícios.

Um exemplo disso era o mito de
Tor e seu martelo que era seguido com uma religião na Noruega nos tempos antigos. Segundo esse mito, Tor andava em uma carruagem levada por bodes e riscava o céu com ela. Quando andava, usava seu martelo e provocava os trovões (que vem do norueguês Thor-don que significa “o rugido de Tor”).

Ainda segundo o mito, Tor também zelava pelo equilíbrio entre o bem e o mal. Portanto, quando algo estava fora do cotidiano (secas, inundações, pestes), o povo ajudava Tor com sacrifícios de bodes e outras coisas como uma forma de fortalecê-lo. Eles acreditavam que quanto mais pessoas serviam a um determinado deus, mais ele ficava forte.

O mesmo podia-se dizer de Zeus e Apolo, Hera e Atena além de muitos outros mitos na Grécia. Essa carga mitológica é presente de forma sutil em nossos dias como em palavras que usamos e religiões que adequaram seu conteúdo para acatar tais mitos.

Em aproximadamente 700 a.C. surgiram os primeiros críticos desses mitos dado à possibilidade de registro em documentos que poderiam ser lidos e debatidos. Nessa época também começou na Grécia a surgimento de cidades-Estados, surgindo assim pessoas que tinha servos para fazer o trabalho cotidiano e passaram a ter tempo para dedicar-se a política e a cultura.

Em 570 a.C. temos um exemplo de crítico na pessoa de
Xenófanes. Esse filósofo afirmava que “Os mortais acreditam que os deuses nascem, falam e se vestem de forma semelhante à sua proópria...
Sofia então resolveu tentar agir como um antigo e inventar uma história para algo que, embora ela sabia cientificamente como acontecia, imaginava-se sem conhecimento. Algo como a chuva. Viu que o surgimento de mitos realmente era algo muito possível e plausível quando não se sabia ao certo o que estava acontecendo e teve certeza que outras pessoas acreditariam na pequena história inventada por ela naquele momento se não conhecem as regras da física que explicassem a chuva.