terça-feira, 19 de junho de 2012

[parte 05] Jesus, o maior psicólogo que já existiu - Entendendo a religião (2/2)

Por que Jesus adiava o fundamentalismo religioso

Embora Jesus certamente fosse discordar das conclusões de Freud a respeito de religião em geral, ele concordaria com a crítica especifica aos fundamentalistas religiosos. Jesus detestava o uso distorcido da religião e a via como uma estrutura que torna mais fácil o relacionamento com Deus, e não como um conjunto rígido de regras que fazem as pessoas se sentirem bem ou mal.

Jesus considerava a infidelidade um pecado nocivo para os relacionamentos. Mas ele queria que a Sagrada Escritura fosse usada para beneficiar o nosso relacionamento com Deus e com as outras pessoas e não para nos dar poder sobre elas. As pessoas às vezes acreditam que as escrituras contêm provas de que elas estão certas, quando na verdade estão espiritualmente erradas. As vezes pessoas usam a religião como uma defesa pára não examinar a maneira como ela própria contribuíra para os problemas de relacionamento. Não é esse o objetivo da religião. Esse é o tipo de fundamento religioso que torna as regras mais importantes do que as pessoas e não contribui em nada para o crescimento espiritual.

 Quando as regras passam a ser mais importantes do que os indivíduos que as seguem, a religião pode tornar-se nociva. Jesus considerava ofensivo as pessoas pegarem as Escrituras, que têm potencial de uni-las a Deus e aos outros, e as usarem para exercer poder. Para Jesus, a religião deveria produzir compaixão e conexão e não arrogância e autoritarismo.

 Principio Espiritual: "A verdadeira religião fortalece a compaixão e a ligação com Deus e os outros."


 O problema com a religião

No decorrer da história, muitas pessoas se engajavam em várias formas de sacrifício como parte da prática religiosa. Abrir mão dos desejos pessoas em beneficio dos outros pode ser um sinal de verdadeira compaixão quando motivados pelo amor. No entanto, o sacrifício desprovido de amor é uma religião vazia.

Jesus acreditava que a religião destituída de amor é sinônimo de religião vazia. É por isso que ele desejava "misericórdia" em vez de sacrifícios. A adesão rígida a práticas religiosas que perdem de vista o propósito original de desenvolvermos uma relação de amor com os outros é uma religião negativa. Jesus amava a religião, mas odiava a rigidez. O problema não é a religião e sim a sua prática inflexível que priva as pessoas do que elas têm de melhor.

Princípio Espiritual: "O problema não é a religião e sim a rigidez religiosa."


O propósito da religião

Jesus sabia que algumas pessoas usam a religião, mas que outras a vivem. Jesus condenava seu uso para alcançar uma posição social, oportunidades de apoio ou poder sobre os outros. Seu propósito é nos trazer vida. Estava evidente nos ensinamentos de Jesus que o amor e a reconciliação com os outros são mais importantes do que qualquer ritual religioso. A prioridade dele era clara: "Vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão."

Princípio Espiritual: "A religião tem um único propósito: ligar-nos amorosamente a Deus e aos outros."


O propósito das regras espirituais

Os psicólogos que estudaram o desenvolvimento da moral humana chegaram a uma interessante conclusão. Começamos a vida com regras bastante concretas para lidar com as questões morais. Temos que seguir as regras. À medida que amadurecemos, compreendemos que as regras são diretrizes e não leis rígidas que devem ser obedecidas.

A primeira vista essa afirmação pode dar a impressão de que estou dizendo que quanto mais as pessoas se desenvolvem moralmente, mais elas fazem apenas o que querem. No entanto, as pesquisas demonstram que no mais elevado nível de desenvolvimento moral, nós, seres humanos, levamos em conta não apenas as nossas necessidades, mas também as dos outros. Na vida dos poucos que alcançaram os estágios superiores da evolução moral podemos observar o que Jesus ensinou, ou seja, que as regras só existem para nos ajudar a amar.

Jesus ensinou que a forma mais elevada de desenvolvimento humano é amar os nossos semelhantes. Embora devamos aspirar a esse estado, não é fácil alcançá-lo. Todas as religiões contêm um conjunto de regras ou rituais que são usados para estruturar as atividades religiosas dos participantes. As regras que Jesus praticava serviam para facilitar o amor aos outros. Para ele, os mandamentos de Deus existiam para ajudar os serem humanos a alcançar o seu estado mais elevado, desenvolvendo a capacidade de "amar uns aos outros".

Principio Espiritual: "Quando o amor é a lei, nós nos apoiamos nela para nos desenvolvermos."