quarta-feira, 30 de junho de 2010

[parte 26] O mundo de Sofia - Bjerkely

Hilde Moller Knag acorda em sua casa, chamada de "casa do capitão" e localizada nas proximidades de Lillesand. Hoje era seu aniversário de 15 anos, exatamente no dia 15 de junho de 1990. Sentiu que não seria mais a mesma.

Olha em sua volta e todas as memórias lhe viam a cabeça.Tinha longos cabelos loiros e sempre desejou que fossem um pouco mais claros ou então um pouco mais escuros porque essa tonalidade intermediária era inexpressiva.

Hilde olhava-se no espelho e não sabia se via uma criança ou uma moça. Por falar no espelho, segundo contavam, esse espelho veio de um grupo de ciganos e continha um segredo. Se fizesse bastante esforço conseguiria piscar os dois olhos e ainda sim ver seu reflexo piscando sem estar em sincronia com você, mas Hilde nunca conseguiu embora tenha tentando isso muitas vezes.

Então viu que em cima do criado mudo estava um de seus presentes. Ficou na dúvida se deveria abri-lo antes que sua mão lhe viesse dar os parabéns. Decidiu então abrir, afinal era seu aniversário e era seu presente, que mal poderia ter não é?

Quando pegou a caixa viu que era pesada. Abriu e viu um enorme fichário, todo escrito a mão. Será que aquilo era seu presente? O título era “O MUNDO DE SOFIA” e logo abaixo estava escrito “O verdadeiro conhecimento é para o homem como o sol que fecunda o solo

Hilde acomoda-se confortavelmente em sua cama e começa a ler. O primeiro capítulo é “O jardim do Éden”. Começou a ler como quem não queria nada e logo se viu inteiramente mergulhada na história de Sofia, todos os acontecimentos estranhos que havia com ela, na história da própria Filosofia, no seu professor misterioso e também nas “maldades” que seu pai fazia a eles.

A profundidade que se deixou levar foi tanta que ela mal viu seu dia de aniversário de quinze anos passar. Não foi na ultima cerimônia da escola (que selava o final dos estudos) e até em sua festa ela não via a hora de poder voltar a ler aquela história incrível. Queria saber o resto, precisava. Em cada trecho, cada capítulo Hilde sofreu e vibrou com Sofia, sua grande amiga que ainda não tinha conhecido, alias uma injustiça que afinal estava sendo reparada.

Leu cada capítulo atentamente... "Sócrates", "Platão", "Aristóteles" até "Berkeley". Já era tarde, mas não deixava de pensar em tudo que lera e em como Sofia se sentia. Sua mãe veio conversar preocupada com o estranho comportamento de Hilde. Falaram por algum tempo até que Hilde explicou seus sentimentos por tudo aquilo e aparentemente sua mãe ficou mais calma.

Então Hilde seguiu firme na companhia de sua amiga Sofia...