Sofia chegou em casa por volta das oito e meia da noite. Sua mãe já estava nervosa a espera dela então chamou sua atenção. Houve uma breve discussão e Sofia decidiu mostrar a fita de vídeo, feita por Alberto, gravada em Atenas.
Sua mãe ficou impressionada com a fita e disse que parecia muito o antigo major que morava na pequena cabana na floresta.
Passaram-se duas semana sem que Alberto tivesse entrado em contato. Curiosa, Sofia vai até a casa de Alberto ver se o encontra, mas acaba encontrando mais um dos cartões postal que parabenizam Hilde. Nesse cartão, além do parabéns, há também a citação sobre Berkeley e uma frase de humor onde o remetente fala que vai se “arrebentar” de tanto rir quando todo esse mistério ficar esclarecido.
No dia 14 Sofia chega da aula e ver Hermes. Sai correndo junto com o cão para encontrar com seu professor ex-misterioso. No caminho ocorre algo bizarro, Hermes de repente para e FALA com Sofia literalmente, soltando a frase “Feliz Aniversário Hilde”.
Sofia chega a casa de Alberto zangada. Alberto a questiona o motivo e ela conta o episódio de Hermes. Conversam um pouco e Alberto lhe diz que vão estudar sobre os filósofos da experiência, ou os empíricos. São eles Locke, Berkeley e Hume. Então começa:
Loke viveu entre 1632 e 1704 na Inglaterra. Seu livro mais conhecido chama-se “Um ensaio sobre o entendimento humano” de 1690. Nele Loke busca estudar duas questões: 1) De onde os homens tiram os pensamentos e as suas noções? 2) Podemos confiar no que nossos sentidos nos dizem?
Focando na primeira pergunta, Loke acredita que somos vazios de pensamentos quando nascemos e, com o tempo, vamos “enchendo-nos” de pensamentos e conceitos. Então ele separa as idéias em dois grupos. O primeiro grupo ele chama de “idéias sensoriais simples” e são apresentadas à gente pelos nossos sentidos. O segundo grupo de idéia ele chama de “idéias da reflexão” que são idéias mais elaboradas derivadas de nossas dúvidas ou crenças, muitas vezes baseada nas idéias sensoriais simples.
Evoluindo, Loke afirma que, através dos sentidos, só conseguimos ter “impressões simples”. Passamos a evoluir essas impressões após experimentarmos ou sentirmos algo mais que uma simples vez, dando vida então a “implessões complexas” que permitem um entendimento muito mais elaborado sobre algo sentimos.
Loke então estabelece o que ele chama de qualidades sensoriais “primárias” e “secundárias”. Ele atribui as qualidade sensoriais primárias como extensão, peso, forma, movimento e número de coisas. Mas quando vamos falar sobre algo como azedo, doce, salgado, cheiroso, verde, vermelho, quente, frio ele clássica como qualidade sensoriais secundárias porque essas características não representam com exatidão a coisa em si.
Você pode achar uma maçã azeda e seu vizinho pode achar a mesma maçã menos azeda que você. Em suma, uma maçã tem características nativas e imutáveis de pessoa a pessoa como peso, altura e largura, mas essa mesma maçã tem características que são particulares a cada um (como gosto, cheiro, cor e outros), ou seja, cada um de nós vamos sentir algo parecido mas nunca será o mesmo sentido do que o do outro.
Luke também acredita que é inerente à razão humana saber que existe um Deus, pegando assim alguns traços de Descartes. De Descartes também vem outros pontos por ele defendidos como o conhecimento intuitivo (diretrizes éticas para todos) e a realidade estendida (a realidade possui características que o homem pode captar com a sua razão).
Por último, Luke defendia a igualdade entre os sexos e a liberdade de expressão.