sábado, 13 de novembro de 2010

[parte 35] O mundo de Sofia - Final

Alberto leva Sofia a uma livraria e fala sobre alertá-la sobre alguns falsos filósofos que ele considera aberrações e mostra então a seção de Espiritismo e Esoterismo. Depois caminha para outro canto da livraria e dá um presente a Sofia que a deixa pasma: um livro chamado “O Mundo de Sofia”.

Sofia ajuda a Alberto em sua estratégia para tentar escapar do livro (e mente) do Major tentando distrair a atenção do Major. Então, na festa de aniversário de Sofia, em meio de muitos acontecimentos bizarros, Sofia se despede de sua mãe e desaparece no meio da mata com Alberto.

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Nesse ponto do livro, há duas narrativas diferentes. Uma narra a vida de Alberto e Sofia no mesmo “mundo” que do Major e a outra narrativa se refere a Hilde e seu pai.

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Sofia e Alberto aparecem em uma rua no centro de uma grande cidade. Percebem então que conseguiram se livrar e comemoram muito. Contudo Sofia percebe que as pessoas não a notam e até atravessam-na como se ela fosse um fantasma. Alberto explica que isso é normal porque são personagens fictícios no mundo real e chama Sofia para ir até a casa de Hilde.

No caminho, eles param em uma lanchonete porque Alberto estava desesperado por café. Como não consegue pegar ou tomar um café por ser uma espécie de espírito, grita de raiva. Nesse momento, surge uma senhora muito parecida (se não idêntica) a vovó de chapeuzinho vermelho. Ela fala com eles, pedindo pra Alberto não se chatear e falando que há um local onde eles vivem e há um bom café. Alberto e Sofia vão até um local onde muitos personagens fictícios vivem porque suas histórias ainda são contadas. A vovó explica que enquanto aquelas histórias que fazem parte for contadas, eles viverão. Havia personagem morando lá a mais de 100 anos. A vovó então diz que eles já tem suas casas reservadas e podem ficar lá o tempo que quiser.

Sofia e Alberto acham o lugar maravilhoso, mas pede pra Alberto ir até a casa de Hilde conhecê-la, antes de voltar e ficar ali. Eles saem e vão até a casa de Hilde, onde Sofia a vê pessoalmente, o que a emociona. Por alguns instantes tenta conversar com Hilde, mas sabe que Hilde não a escuta (embora Hilde sinta isso de verdade). Vê seu pai (o Major) chegando e presencia o encontro dos dois, carregado de muita emoção. Emociona-se ainda mais por entender que nunca terá um momento como esse. Alberto a consola dizendo que Hilde também não terá muitos momentos como o de Sofia em seu novo mundo mágico e que isso é o que se pode entender como viver a vida.

Sofia se despede de Hilde (e Hilde sente) e volta para viver no lugar mais incrível que jamais poderia sonhar.

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O pai de Hilde (o Major) chega em Copenhague (para aguardar sua conexão) e então é pego de surpresa com bilhetes e falas de sua filha por todo o aeroporto. Fica um tanto bravo por ver sua filha o guiar “remotamente” e por parecer que ela está em todos os lugares, mas entende a peça pregada por Hilde. Acha muito bem elaborada e fica até com certo ressentimento de ter feito isso com Sofia, na história que escrevera.

Ao chegar em casa, encontra sua filha num momento de muita emoção. Após um tempo e depois de muitas conversas de “recém chegado de viagem”, seu pai ainda fala bastante sobre o que pra ele seria o último capítulo do livro: o universo. Após conversar bastante sobre esse assunto, Hilde o abraça pela enésima vez agradecendo o presente mais incrível do mundo. Então cogitam em fazer isso novamente, com outro tema.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

[parte 34] O mundo de Sofia - Freud

Hilde acordou com o pesado fichário no colo e com a narrativa que tinha acabado de ler na cabeça “somos um planeta vivo... um barco navegando no oceano da vida”. Levantou, trocou de roupa e foi até a beira do lago. Pegou o barco e remou até o meio do lago com a narrativa sendo passada e repassada a todo o momento. Via a dança da natureza ao seu redor e chegou a sentir um pouco do que acreditava ser o sentimento de Drawin quanto navegou pelo mundo.

Após algum tempo, voltou a sua casa, tomou seu café e se pôs novamente a ler o fichário.

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Alberto então informa a Sofia que irá falar sobre Sigmund Freud. Sofia pede que ele se apresse pois em pouco tempo iria ter que ir embora. Alberto então começa a falar sobre Freud.

Podemos chamar Freud de filósofo da cultura. Ele nasceu em 1856 e estudou medicina na Universidade de Viena. Passou a maior parte de sua vida naquela cidade, justamente durante um período em que a vida cultural vienense perimentou uma fase de apogeu. Desde cedo Freud se especializou em neurologia. De fins do século passado até quase meados do nosso século, ele trabalhou na elaboração de sua “psicologia profunda” ou psicanálise.

Por psicanálise entende-se tanto a descrição da mente, da “psique” humana em geral, quanto um método de tratamento para distúrbios nervosos e psíquicos. Freud achava que sempre havia uma tensão entre o próprio homem e aquilo que o meio exigia dele. Não seria exagero dizer que Freud descobriu o universo de impulsos que regem o homem.

Para Freud, nem sempre a razão governa nossas ações. Consequentemente, o homem não é apenas um ser racional tão defendido pelos racionalistas do século XVII. Com frequências, impulsos irracionais determinam nossos pensamentos, nossos sonhos e nossas ações. Tais impulsos irracionais são capazes de trazer à luz instintos e necessidades que estão profundamente enraizados dentro de nós.

Mesmo aparentemente isso não sendo muito novo, Freud mostrou que essas necessidades básicas podiam vir à tona disfarçadas e tão modificadas que não
seríamos capazes de reconhecer sua origem. Assim disfarçadas, elas governariam nossas ações, sem que tivéssemos consciência disso. Além disso, Freud mostrou que as crianças também têm uma espécie de sexualidade. A afirmação da existência de uma sexualidade infantil causou repulsa entre os refinados cidadãos de Viena e fez de Freud um homem extremamente impopular.

Segundo Freud, quando veem ao mundo, os bebês satisfazem suas necessidades físicas e psíquicas de forma bastante direta e desinibida. Ele chama esse “principio de prazer” de ID. O id continua com a gente a vida toda, só que aos poucos vamos aprendendo a controlar nossos desejos a fim de nos adaptarmos ao nosso meio. Aprendemos a afinar nosso princípio de prazer com o principio da realidade. Freud da o nome de EGO a essa entidade reguladora. Mas pode acontecer de nós desejarmos intensamente algo que nosso meio não aceita ou sermos sempre tão censurados que, mesmo depois de adulto, simplesmente absorvemos as regras impostas e suprimimos alguns desejos totalmente. A isso Freud da o nome de SUPEREGO.

Após um longo período de experiência com pacientes, Freud chegou à conclusão que a consciência humana era apenas uma pequena parte de toda psique humana. Há outras partes chamadas por Freud de subconsciência e consciência.

Não podemos ter presente o tempo todo, todas as experiências que vivemos. Mas tudo o que pensamos ou vivemos e tudo de que nos lembramos quando pomos a cabeça pra funcionar Freud chama de “pré-consciente”. A expressão “inconsciente” significa, para Freud, tudo o que reprimimos. Quer dizer, tudo de que nós queremos nos esquecer a qualquer preço porque consideramos desagradável, indecoroso ou repulsivo. Quando temos desejos e prazeres que pra nossa consciência, ou para nosso superego, são insuportáveis, nós simplesmente os enfiamos no porão do inconsciente e assim nos livramos deles.

Esse mecanismo funciona em todas as pessoas sadias. Para algumas pessoas, porem, o ato de banir tais pensamentos desagradáveis ou proibidos é algo tão estressante que elas ficam doentes. É que aquilo que foi reprimido desta forma continua tentando emergir para o nível da consciência, de sorte que cada vez mais energia é desprendida para se manter tais impulsos longe da crítica do consciente.

Segundo Freud, algumas vezes mecanismos são usados pelo inconsciente para liberar alguns pensamentos proibidos. Um deles é o que Freud chama de “ato falho” ou algo que dizemos ou fazemos espontaneamente e que um dia tínhamos reprimido. Outro mecanismos é chamado por Freud de “racionalização” ou tentativas de mostrar a nós mesmo, e a outros, que temos outros motivos para fazer o que fazemos em certas situações e não revelamos os reais motivos que nos levaram a agir de certa maneira, simplesmente porque eles são constrangedores demais. Também há a “projeção” que trata-se do ato de transferir a outros as características que tentamos reprimir em nós mesmos.

Continuando, para Freud é importante prestar atenção aos sinais do inconsciente. Segundo ele, o “caminho real” que leva para o inconsciente passa pelos sonhos. Por essa razão, uma de suas mais importantes obras é o livro “A interpretação dos sonhos”, publicado em 1900. Nele Freud mostra que nossos sonhos não são meros acasos. Por meio dos sonhos, nossos pensamentos inconscientes tentam se comunicar com nosso consciente.

Conversaram ainda mais, mas Sofia pediu a Alberto que a deixasse ir embora dado a hora. Alberto, obviamente, consentiu, mas pediu a Sofia que lhe fizesse um favor. Como estava muito próximo a data limite para eles, segundo Alberto, era vital que Alberto pudesse correr com os preparativos da fuga de ambos, então pediu a Sofia que distraísse o Major em sua volta pra casa a fim de conseguir executar o que precisava. Sofia consentiu e saiu.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Tiririca = 1.350.000 votos!!!



São textos como esse abaixo que me fazem ainda sentir esperança no Brasil... Quem sabe pessoas com essa visão um dia passem a ser a maioria. Por enquanto, faço minhas as palavras de Arnaldo Jabor:



Brasileiro é um povo solidário. Mentira. Brasileiro é babaca.

Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida;

Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza;

Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade. ..

Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária. É coisa de gente otária.



Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.

Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada.

Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai.

Brasileiro tem um sério problema. Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.



Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira. Brasileiro é vagabundo por excelência.

O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo.

O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.

Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.



Brasileiro é um povo honesto. Mentira. Já foi; hoje é uma qualidade em baixa.

Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso. Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.

O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.



90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira..

Já foi. Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da Guerra do Paraguai ali se instalaram.

Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime.

Hoje a realidade é diferente. Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como 'aviãozinho' do tráfico para ganhar uma grana legal. Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas.

Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.



O Brasil é um pais democrático.. Mentira. Num país democrático a vontade da maioria é Lei.

A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente.

Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia. Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita.

Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores). Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar. Democracia isso? Pense!



O famoso jeitinho brasileiro. Na minha opinião, um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira.

Brasileiro se acha malandro, muito esperto.
Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar. No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto... Malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí?

Afinal somos penta campeões do mundo né??? Grande coisa...



O Brasil é o país do futuro.

Caramba , meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos. Dessa vergonha eles se safaram...

Brasil, o país do futuro !? Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo.



Deus é brasileiro. Puxa, essa eu não vou nem comentar...

O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.



Para finalizar tiro minha conclusão:

O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse texto, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente.

Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta. Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão. Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce!

Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim?

FAÇA A SUA PARTE (SE QUISER)


ARNALDO JABOR

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

[parte 33] O mundo de Sofia - Charles Darwin

Hilde acordou cedo. Sonhou a noite toda com trabalhadores em fábricas precárias, protestos e logo se lembrou do exercício proposto por John Rawl e de alguma forma ficou feliz em estar em Bjerkely. Então pegou seu fichário e voltou a ler.

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Uma pessoa bate a porta de Alberto. Era Noé trazendo consigo uma gravura que mostra todos os animais que foram salvos do grande dilúvio, entregou a Sofia e foi embora. Então Alberto, um tanto incomodado com a aparição de Noé, pediu para continuar com a aula.

Agora vamos falar de Charles Darwin. Darwin era biólogo e pesquisador natural, mas ele foi o cientista que, mais do que qualquer outro em tempos mais modernos, questionou e colocou em dúvida a visão bíblica sobre o lugar do homem na criação.

Darwin nasceu em 1809 na cidadezinha de Shrewsbury. Seu pai, o doutor Robert Darwin, era um médico muito conhecido na cidade e educou seu filho de forma muito severa. Quando Charles entrou para o liceu de Shrewsbury, o reitor dizia que ele era um jovem que vivia disperso e não fazia nada de sensato. Para o reitor, “sensato” era ficar decorando vocábulos gregos e latinos. E quando falava em viver disperso, ele estava pensando, entre outras coisas, no fato de Charles colecionar besouros de várias espécies.

Durante a época em que cursou teologia, Darwin interessou-se mais por aves e insetos do que pelas matérias do seu curso. Por esta razão, nunca tirava boas notas em suas provas do curso de teologia. Paralelamente ao curso de teologia, porém, ele conseguiu certo reconhecimento como pesquisador natural. Darwin também se interessava por geologia, provavelmente o ramo da ciência em fase de maior expansão naquela época. Em abril de 1831, depois de ter sido aprovado em seu exame de teologia, ele viajou pelo norte do País de Gales a fim de estudar formações rochosas e pesquisar fósseis. Em agosto do mesmo ano, com apenas vinte e dois anos, recebeu uma carta que viria a determinar todo o seu futuro.

A carta era de John Steven Henslow, seu amigo e professor. Nela, seu amigo dizia que lhe haviam pedido para indicar o nome de um pesquisador natural a um certo capitão Fitzroy, que, a mando do governo, partiria numa expedição com a incumbência de fazer o mapa cartográfico do extremo sul da América do Sul. Na carta, Henslow dizia que havia indicado o nome de Darwin, a seu ver a pessoa mais qualificada para tal missão; dizia, ainda, que não fazia a menor ideia de quanto pagariam para o tal pesquisador, mas que a viagem duraria dois anos.

Darwin ficou muito entusiasmado com a ideia, mas naquela época os jovens não podiam fazer nada sem o consentimento de seus pais. Darwin pediu a seu pai, que depois de muito vaivém acabou concordando e ainda teve de pagar a viagem do filho. Quanto ao salário, soube-se depois que não havia qualquer honorário previsto para o pesquisador.

O navio da marinha se chamava H. M. S. Beagle. Em 27 de dezembro de 1831, o Beagle zarpou de Plymouth com destino a América do Sul e só voltou para a Inglaterra em outubro de 1836. Os dois anos inicialmente previsto transformaram-se, portanto, em cinco. É que a viagem a América do Sul acabou se transformando numa volta ao mundo. E estamos falando aqui da mais importante viagem de pesquisa realizada em tempos mais modernos.

Darwin conseguiu reunir um farto material de pesquisa que, ao poucos, ia sendo enviado a sua terra natal. Suas reflexões sobre a natureza e sobre a história da vida, porém, ele as guardava para si. Quando voltou para casa, aos vinte e sete anos, já era um pesquisador famoso.

Dentro de si já havia também uma clara noção daquilo que viria a ser a sua teoria da evolução, mas apesar disso, muitos anos ainda se passaram até que ele publicasse sua obra principal. Isto porque Darwin era um homem muito cauteloso, traço característico de um bom pesquisador natural.

Sua obra “Sobre a origem das espécies” publicada em 1859 suscitou os mais calorosos debates na Inglaterra. Nesta obra Darwin defendia duas teorias ou teses principais: em primeiro lugar ele dizia que todas as espécies de plantas e animais que vivem hoje descendem de formas mais primitivas, que viveram em tempos passados. Ele pressupõe, portanto, uma evolução biológica. Em segundo, Darwin explica que esta evolução se deve à “seleção natural”.

A teoria da descendência de formas primitivas não era original de Darwin, mas ele foi o único que conseguiu reunir um vasto acerto para constatar que tal teoria era factível. Em suas viagens, Darwin observou alguns fósseis e outros indícios claros que evidenciaram essa teoria. Também nessa viagem, Darwin teve contato, através de um dos livros que levou, com uma teoria que lhe chamou bastante sua atenção, a teoria de Lyell. Segundo essa teoria, minúsculas alterações são capazes de provocar grandes alterações ao longo do tempo.

Baseado em Lyell e na observação dos embriões dos mamíferos que Darwin conseguiu achar a prova cabível. Ele observou que todos os embriões de mamíferos tinham quase a mesma forma e se desenvolvem do mesmo jeito. Darwin então consegue formular a teoria de evolução nos moldes científicos. Pequenos detalhes em cada um dos embriões diferenciavam elefantes de macacos, por exemplo.

Para explicar essas pequenas diferenças, Darwin mostra que as questões de adaptação a diversos fatores como alimentação, reprodução, autopreservação dentre outros faziam a diferença entre a permanência e a extinção de uma espécie.

Para essas pequenas alterações, Darwin dá o nome de mutação. São fugas do padrão da espécie que, em determinados momentos são ruins e não se perpetuam dentro da espécie. Mas em certas ocasiões podem fazer a diferença entre a continuidade e a extinção da espécie.

Um bom exemplo para a seleção natural seria pensar em três vacas leiteiras. Suponha que você possa cruzar apenas duas delas. Tendemos a pegar aquelas que dão mais leite, sejam mais resistentes e possuam características que nos mostre superioridade. Isso seria uma seleção artificial feita por nós, mas o princípio é o mesmo para a seleção natural. Darwin conseguiu ver claramente esse principio em várias ocasiões durante sua viagem.

Outro bom exemplo, dessa vez mostrando o lado da ação da mutação nos seres vivos, é de um besouro que vive em uma das florestas da europa. O local que vive é uma árvore de uma dada espécie que tem a cor acinzentada. Por algum tempo observou-se que aqueles que nasciam com cores mais escuras tendiam a ser mais detectados pro predadores e, por isso, perecerem depressa, impedindo assim que seu gene mais escuro continuasse. Com a poluição, essas árvores passaram a ficar mais escuras e as coisas se inverteram. Os besouros mais claros (a cor que era normal) passaram a fica em evidência e começaram a desaparecer. Aqueles que nasciam com a anomalia de ficar mais escuro, começaram a ter tempo de procriar dado que não ficavam mais em evidência. O resultado é que em algum tempo, todos os besouros passaram a ficar mais escuros, ou seja, a mutação evoluiu a espécie.

Darwin também arrisca palpites, embora não seja costumeiro, no que diz respeito a origem de tudo: “se (e como é imenso esse “se”!) pudéssemos imaginar um pequeno tanque aquecido, dentro do qual existam todo o tipo de sais de amônia e de fósforo, luz, calor, eletricidade etc. e se imaginarmos que lá dentro uma reação química dá origem a uma proteína que, por sua vez, é capaz de sobre alterações mais complexas...”

Por fim, baseado nos escritos de Darwin podemos dizer que somos um planeta vivo em si mesmo, que pertence a um outro planeta vivo. Somo um grande barco navegando ao redor de um sol incandescente no universo, mas cada um de nós também é um barco em si mesmo, carregado de genes navegando pela vida.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Eleições

Este post é uma súplica para aqueles que vão votar. Não interessa em quem, mas antes gaste alguns minutos para vem quem é seu candidato de verdade.

PARA AQUELES QUE JÁ TEM ALGUÉM EM MENTE PARA VOTAR

Antes de votar no seu candidato, cheque se o mesmo está em dia com seus deveres civis em criminais. Isso pode ser feito em:
http://divulgacand2010.tse.jus.br/divulgacand2010/jsp/index.jsp

Basta procurar por estado (ou escolher Brasil para a parte federal), depois o cargo e achar seu candidato. Ao encontrar, um clique no nome mostra a ficha completa dele para que possa ver todo seu histórico. Gaste alguns minutos antes de votar, isso faz muita diferença embora não pareça.

PARA AQUELE QUE AINDA NÃO DECIDIRAM

Se ainda não sabe em quem votar, há um site que pode ajudar de acordo com o que você diz sobre o que quer de um candidato. Acesse:
http://www.repolitica.com.br/

domingo, 12 de setembro de 2010

Uma rede social que pode salvar vidas

A iniciativa é muito legal. Um rede social que une as pessoas que querem doar sangue, as que já doam sangue, as que precisam de sangue e os voluntários que querem ajudar. Quem quiser saber mais acesse:



sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Deus (Laion Monteiro)

Infelizmente, há muita teologia que ajuda a matar Deus. Deus me livre da teologia de vanguarda. Se, na arte, a “vanguarda” serviu pra justificar quem não sabia pintar, escrever ou fazer filmes, na teologia, serviu para fazer de Jesus um personagem de novela das oito. Nada contra a teologia, ao contrário, julgo-a uma disciplina essencial para nos ensinar a ver o invisível. Mas, como disse Heine em relação aos teólogos de sua época, “só se é traído pelos seus”.


Muito bom... Vale a pena uma lida no texto completo http://laionmonteiro.wordpress.com/2009/01/19/deus/