quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Trabalhar demais emburrece

Um estudo da Unversity College London com mais de 2 mil funcionários públicos ingleses concluiu que, comparando testes de cognição feitos entre um intervalo de cinco anos, pessoas que trabalhavam mais de 11 horas por dia tiveram uma queda maior de memória de curto e longo prazo, raciocínio abstrato, criatividade e solução de problemas em relação a quem segue uma jornada de oito horas.

Uma razão para isso é que quem trabalha por muitas horas deixa de praticar outras atividades importantes para a saúde mental. Mas o que fazer se a carga de trabalho for muito grande? Bom, a resposta não está em quanto, mas em como se trabalha. Passar muitas horas trabalhando não é sinônimo de produtividade. Pode ser, na verdade, ao contrário. Workaholics trabalham mais não por produzirem mais e melhor, mas porque precisam de mais tempo para produzir a mesma coisa, seja por serem controladores que não conseguem trabalhar em equipe, seja por estabelecer expectativas irreais.

Isso, segundo o psicoterapeuta Bryan Robinson, autor de Chained to the Desk (“acorrentado a mesa”, sem versão no Brasil), é um tiro no pé.Eles criam estresse e desgaste para si e para seus colegas, causando baixo estado de ânimo, falta de harmonia, conflito interpessoal, baixa produtividade, perde de criatividade e de cooperação e absenteísmo por conta de doenças relacionadas ao estresse.” Quem é viciado em trabalho já sentiu isso. O melhor, por tanto, não é fazer tudo hoje, mas estabelecer prioridades, delegar tarefas -  e não abrir mão de sua vida. Só assim você estará 100% amanhã.

As quatro faces dos workaholics

  • O implacável: Nas sabe dizer “não”. Assume mil responsabilidades sem conseguir priorizar o que importa nem delegar tarefas a outras pessoas. Com tanta coisa a fazer em pouco tempo, acaba deixando passar muitos erros.
  • O bulímico: Por ter autoestima baixa, cria expectativas altas demais de como devem ser seus resultados. Isso lhe dá medo de começar projetos e, quando começa, trabalha a exaustão, extremamente preocupado com o risco de cometer erros.
  • O desatento: Tem prazer com muitas ideias e, assim, começa uma imensidão de projetos. Porém, sente-se enfadado quanto precisa leva-los adiante. Acaba fazendo tudo sem muito empenho, pensando em outras coisas.
  • O degustador: Detalhes o preocupam tanto que ele acaba paralisado, reescrevendo a mesma frase, rechecando algo. Como acha que ninguém será cuidadoso como ele, não consegue passar o bastão.
E aí, você se identificou com algum perfil?

Fonte: Revista Super Interessante, ed 34, janeiro/13 - ed Abril