Uma razão para isso é que quem trabalha por muitas horas deixa de praticar outras atividades importantes para a saúde mental. Mas o que fazer se a carga de trabalho for muito grande? Bom, a resposta não está em quanto, mas em como se trabalha. Passar muitas horas trabalhando não é sinônimo de produtividade. Pode ser, na verdade, ao contrário. Workaholics trabalham mais não por produzirem mais e melhor, mas porque precisam de mais tempo para produzir a mesma coisa, seja por serem controladores que não conseguem trabalhar em equipe, seja por estabelecer expectativas irreais.
Isso, segundo o psicoterapeuta Bryan Robinson, autor de Chained to the Desk (“acorrentado a mesa”, sem versão no Brasil), é um tiro no pé. “Eles criam estresse e desgaste para si e para seus colegas, causando baixo estado de ânimo, falta de harmonia, conflito interpessoal, baixa produtividade, perde de criatividade e de cooperação e absenteísmo por conta de doenças relacionadas ao estresse.” Quem é viciado em trabalho já sentiu isso. O melhor, por tanto, não é fazer tudo hoje, mas estabelecer prioridades, delegar tarefas - e não abrir mão de sua vida. Só assim você estará 100% amanhã.
As quatro faces dos workaholics
- O implacável: Nas sabe dizer “não”. Assume mil responsabilidades sem conseguir priorizar o que importa nem delegar tarefas a outras pessoas. Com tanta coisa a fazer em pouco tempo, acaba deixando passar muitos erros.
- O bulímico: Por ter autoestima baixa, cria expectativas altas demais de como devem ser seus resultados. Isso lhe dá medo de começar projetos e, quando começa, trabalha a exaustão, extremamente preocupado com o risco de cometer erros.
- O desatento: Tem prazer com muitas ideias e, assim, começa uma imensidão de projetos. Porém, sente-se enfadado quanto precisa leva-los adiante. Acaba fazendo tudo sem muito empenho, pensando em outras coisas.
- O degustador: Detalhes o preocupam tanto que ele acaba paralisado, reescrevendo a mesma frase, rechecando algo. Como acha que ninguém será cuidadoso como ele, não consegue passar o bastão.
Fonte: Revista Super Interessante, ed 34, janeiro/13 - ed Abril